Aracaju, 26 de abril de 2024
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CAPACITAÇÃO PARA USO DE AGROTÓXICOS INICIADA EM PERÍMETRO

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Quase R$ 1 mi do PAS é destinado ao treinamento de agricultores e de replicadores, que são agentes de saúde e educadores que atuam nas comunidades rurais.

Desde segunda-feira (3), no Perímetro Irrigado da Ribeira em Itabaiana (SE), ocorrem aulas pela manhã e pela tarde para as quatro primeiras turmas do ‘treinamento e capacitação para o uso adequado dos agrotóxicos’, na modalidade voltada aos agricultores irrigantes inseridos nos perímetros da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) que fazem parte da bacia do rio Sergipe. É uma das ações do ‘Programa Águas de Sergipe’ (PAS), realizado pelo Governo de Sergipe e em parte financiado do Banco Mundial.

Com as quatro turmas findando nesta sexta-feira (7) com um dia de campo, nesta semana vão ser habilitados em torno de 150 produtores irrigantes. Ao repetir esse cronograma semanalmente, a as capacitações ao todo atenderão 980 destes agricultores assistidos pela Cohidro, ao serem incluídos os inseridos nos perímetros Jacarecica I e II, que abrangem áreas de irrigação pública também de Itabaiana, Malhador (SE), Riachuelo (SE) e Areia Branca (SE). Com as duas aulas e o dia de campo, capacitação será de 12 horas-aula para cada agricultor.

Nos 26 municípios sergipanos que compõem a bacia hidrográfica do rio Sergipe, ocorrerão treinamentos de outros agricultores, por intermédio da Empresa de Desenvolvimento Agrário (Emdagro). Professores e agentes de saúde que atuam na zona rural em todo estado receberão treinamento para conscientizar as populações assistidas. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) coordena o PAS e licitou a empresa que está fazendo todo este treinamento, um investimento total de R$ 985.548,88.

Presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto considera primordial essa preocupação do PAS com a preparação dos moradores e trabalhadores do campo com o manuseio e precauções com os defensivos tóxicos. “O agrotóxico, se for exposto à nossa pele ou se for ingerido em alimentos ou água contaminados, prejudica muito a saúde. Os animais de criação e toda fauna e flora estão sujeitos aos riscos de contaminação, se não nos preocuparmos com a aplicação correta e, principalmente, com o descarte adequado das embalagens”, observa. Para ele, é um tema que nunca vai ser esgotado no meio rural. “Não é a primeira vez que reunimos agricultores dos perímetros para falar disso e certamente, não será a última. A indústria de agrotóxicos está sempre pondo produto novo no mercado e isso confunde bastante o agricultor na hora de usar. A conscientização tem que ser constante”.

Adenilson Xavier de Almeida é um dos irrigantes da Ribeira presente na primeira das quatro turmas da semana inicial de curso. Embora já tenha buscado se informar sobre manuseio correto dos agrotóxicos em outras atividades, não dispensa a oportunidade dada pelo PAS e Cohidro. “Claro, sempre aprendendo alguma coisa a mais, né? Sempre eu participo, toda reunião, todo curso que eu sou convidado, eu marco presença. Aprender sempre é bom, qualquer coisa que a gente aprende é bom para a vida, para o dia a dia. Faço (uso de agrotóxicos), eu geralmente já sigo essas regras, infelizmente são poucas pessoas, mas uso o mínimo possível”, relevou.

O instrutor dos cursos é o engenheiro agrônomo Pedro Acioli de Souza, que além de prestar serviço para empresas e entidades como o Senar e o Sebrae, é agricultor e apicultor, com trabalhos científicos publicados nas áreas. “Eu quero passar uma bagagem que faça com que além de receber uma gama de informações, procure fazer com que ele questione a situação que ele vive, pois só através do questionamento pode-se tomar algumas atitudes. Não é aquela capacitação de levar a informação e isso tá certo, não! Então este treinamento, eu acredito que ele dá muito resultado devido a essa metodologia um pouco inovadora”, considera.

Cláudia Silva Sampaio é coordenadora das capacitações pela STCP – Consultoria, Engenharia e Gerenciamento. “O curso de capacitação para o uso adequado de agrotóxicos tem três módulos e sempre no primeiro se discute a questão da legislação, de uma forma bem geral. Depois se discute a questão do uso de EPIs, que está vinculada a segurança e saúde dos trabalhadores e finalmente a manipulação do uso de agrotóxicos, que é todo o processo de aplicação. Dentro disso nós precisamos, antes de realizar essas ações, realizar um questionário para identificar quais são as atividades e a forma como elas estão sendo desenvolvidas por esses agricultores. A partir deles a gente vai ter uma ideia do todo”, completa ela, informando que irá ocorrer um seminário com todos os secretários municipais de educação, saúde, meio ambiente e agricultura, os agentes de epidemiologia, além dos delegados e coordenadores de educação ambiental.

Águas de Sergipe

O programa resulta de contrato firmado entre o Governo de Sergipe e o Banco Mundial no valor de US$ 117.125.000,00, sendo US$ 46.850.000,00 a contrapartida do Estado. O PAS tem como finalidade a melhoria da qualidade da água na bacia hidrográfica do rio Sergipe. Desse montante, US$ 8 milhões serão destinados à Cohidro para ações de modernização da infraestrutura dos perímetros irrigados e segurança de barragens, atendendo as demandas inseridas no PAS, que se destinam à recuperação ambiental da bacia do rio Sergipe.

“Nesse sentido, com os recursos destinados à empresa já foram implantadas ações de monitoramento, segurança e reflorestamento das margens das barragens públicas que atendem nossos perímetros e a aquisição de veículos novos para atuar dentro dos perímetros. E atualmente ocorre a reforma predial das nossas diretorias técnicas; a completa substituição do sistema de irrigação em cada lote dos perímetros da Ribeira e Jacarecica I, adotando o modelo de irrigação localizada e automatizada, economizando 60% no consumo de água e reduzindo 50% na conta da energia elétrica. Nesta semana, simultaneamente aos treinamentos, demos início a elaboração de um audacioso projeto de automação de nossas estações de bombeamento, repercutindo em menos consumo de eletricidade”, listou o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto.

Fonte e foto assessoria

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