Aracaju, 14 de maio de 2024
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SES e lideranças retomam trabalho de prevenção às ISTs nos terreiros

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O programa IST/Aids da Secretaria de Estado da Saúde (SES) recebeu, na manhã desta quinta-feira, 24, no Centro Administrativo Senador Gilvan Rocha, lideranças das religiões de matriz africana a fim de retomar a discussão sobre a prevenção e o tratamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), HIV, Hepatite C e Sífilis, nos terreiros.

Segundo o gerente do programa IST/Aids da SES, Almir Santana, a Aids continua crescendo. Atualmente, há 7028 casos registrados de Aids no estado de Sergipe, sendo 368 de pessoas negras e 4312 de pardas. Sergipe foi um dos primeiros estados a fazer o alerta em relação à possibilidade da transmissão do HIV em práticas que envolvem cortes no corpo, por exemplo.

“Estamos mostrando para eles as novidades que existem hoje para as ISTs. Na época em que começamos não tinha o programa da Hepatite C, não tinha a prevenção combinada para a Aids, não tinha a Profilaxia Pós Exposição (PEP) ao HIV e hoje tem, então nós chamamos para retomar esse trabalho e atualizar todo o pessoal de terreiro sobre essas novidades”, explica Almir Santana.

A partir desta reunião o trabalho será feito em campo. O programa IST/Aids da SES participará de eventos ligados aos terreiros levando as informações e, quando possível, levará a Unidade Móvel para a realização dos testes rápidos na população das comunidades.

“É uma parceria importante, é uma população que a gente chama de população prioritária, pelas dificuldades de acesso aos serviços de saúde e por vários fatores inerentes à própria religião. Então é uma população que nos interessa muito. Esse trabalho do terreiro faz parte de um trabalho maior que é a prevenção junto à população negra e nós vamos expandir esse trabalho, também, para a população quilombola e para os índios”, reforça Almir.

A Ialorixá Angélica Oliveira do Terreiro Ilê Axé Oia Güile Giinã, agradeceu o convite da secretaria para participar deste encontro e comentou que há muito tempo vem trabalhando com essas questões.

“Eu sou uma pessoa engajada. A minha associação que lida com educação, com a mulher negra, tem essa preocupação de sempre estar alertando as mulheres, as pessoas, a respeito dessa temática. É de suma importância retomar esse assunto porque as pessoas esquecem, pensam que é só tomar um remédio e está resolvido, e não é por aí, então temos que conscientizar, não só os jovens, mas os mais velhos também. Precisamos estar conversando com eles sempre e essa atitude de Dr. Almir Santana junto com a secretaria de renovar essa questão, de voltar aos terreiros para saber como é que está, é muito importante”, comentou mãe Angélica.

Para o coordenador da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde( Renafro), Paulo Roberto Gomes do Nascimento, do povoado de São Braz em Socorro, a comunidade precisa se adaptar às novas tecnologias, ao avanço da saúde.

“Nós vamos conversar com a comunidade porque quanto maior o número de conhecimento melhor, não só para o terreiro, como também para a comunidade e para o Estado, pois diminui o número de enfermidades. Que todos os babalorixás e ialorixás façam contato com o Dr. Almir Santana porque é importante para eles, não só enquanto responsáveis pela religião, mas também para seus filhos, suas comunidades e para que a própria religião em si não fique excluída de um momento especial que a secretaria está oferecendo, os agentes de saúde, de endemias, os terreiros, a secretaria, é preciso trabalhar em parceria”, reforçou Paulo.

Foto: Flávia Pacheco

ASCOM SES

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