Aracaju, 23 de abril de 2024
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Governador e Celse inauguram reforma e modernização do Arquivo Público do Estado

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O governador Belivaldo Chagas entregou, ao lado da vice-governadora Eliane Aquino, no fim da tarde desta segunda-feira (28), a reforma de modernização do prédio sede do Arquivo Público do Estado de Sergipe Palácio Carvalho Neto (Apes). O Arquivo Público recebeu investimentos de cerca de R$ 900 mil. A obra foi contratada pela Centrais Elétricas de Sergipe (Celse) e é fruto de uma parceria com o governo do Estado para preservação de prédios públicos e históricos. A ação foi realizada por intermédio da atual Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc).

Para o governador, a parceria com a Celse, empresa responsável pelo Complexo Termoelétrico Porto de Sergipe I, possibilita que o Estado, mesmo diante das dificuldades econômicas do momento, tenha a capacidade de investir na revitalização do patrimônio cultural e histórico de Sergipe. “Havia a necessidade de garantirmos, neste prédio, melhores condições de trabalho aos funcionários e a quem a aqui se dirige em busca de dados e conhecimentos. Entendemos, juntos, na época do governo de Jackson Barreto, quando foi firmado o Protocolo com a Celse, que seria importante começar as obras pelo Arquivo Público porque aqui há história que também faz história, pois nossos pesquisadores buscam esse espaço na realização dos seus estudos. O Estado não tinha condições de fazer essa obra sozinho, mas, a Celse nos ajudou nisso”.

Na ocasião, o governador solicitou à Celse que também invista na revitalização do Parque da Cidade. “Assim como a Celse assumiu o compromisso com o Arquivo Público, nessa reforma, com a Biblioteca Pública e também com o Teatro Tobias Barreto, que a empresa possa entregar de volta à Aracaju e a Sergipe, o Parque da Cidade totalmente restaurado e recuperado. Aquela é uma área de preservação ambiental, a qual uma parte pertence ao Estado e a outra ao município.  É importante que tenhamos essa parceria entre o governo do Estado, Prefeitura Municipal e a Celse, para melhorarmos aquele espaço. A Celse está estudando com carinho essa nossa proposta. Trata-se de uma região bonita e uma obra importante que poderá contemplar não apenas a preservação ambiental, mas também a questão de ordem social”, argumentou o chefe do Executivo estadual.

O diretor-presidente da Celse, Pedro Litsek, informou que a parceria com o governo do Estado contempla ainda o complexo da Biblioteca Pública Epifânio Dória e o Teatro Tobias Barreto -TTB, que está com 60% dos serviços executados. As três obras recebem um investimento total de aproximadamente R$ 15 milhões. “Fomos instigados pelo governo do Estado, pelo governador Jackson Barreto na época, a contribuir com a cultura e com a arquitetura daqui de Sergipe. Essa foi uma maneira que a gente encontrou de agradecer ao Estado, ao povo sergipano, a acolhida que nós tivemos e estamos tendo aqui. A gente tem ainda para entregar a Biblioteca Epifânio Doria e o Teatro Tobias Barreto, totalmente reformados, com os mesmos tipos de benefícios que foram entregues ano Arquivo. A biblioteca, a nossa intenção é entregar até o fim de fevereiro. Já o Teatro, até o fim de abril”, afirmou.

Sobre o parque da Cidade, Pedro explicou que a empresa tem por obrigação investir um percentual do valor da obra em projetos ligados ao meio ambiente e que a proposta do governador será estudada. “A recomendação de em quais obras focar é do governo do Estado. A gente, agora, terá que criar um grupo de trabalho para identificar que investimentos seriam necessários nesse Parque”, expôs.

Já o secretário de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura, Josué Modesto dos Passos Subrinho, explicou que a recuperação de espaços públicos que integram o meio ambiente cultural de Sergipe é importante para valorizar a identidade do sergipano e reforçar seu papel como agente e consumidor cultural. “Hoje é um dia de alegria para todos que se preocupam com a preservação da memória coletiva do povo sergipano. De alegria por podermos assistir a reabertura, e em muito melhores condições, do prédio que tem servido como casa do principal conjunto de documentos produzidos pela administração pública da Província e do Estado de Sergipe. É um momento importante, também, para agradecer ao profundo espírito republicano e à fina sensibilidade cultural de diversos agentes públicos e privados que permitiram os investimentos que garantem legar às novas gerações esse corpo documental muito significativo para a trajetória dos sergipanos”, explanou o gestor da Seduc.

Melhorias no Apes

As obras foram iniciadas em 2 de abril de 2018 e finalizadas em 20 de dezembro, com acompanhamento do engenheiro Fábio Barros Pimentel. O auditório do espaço, com capacidade para 96 pessoas, foi totalmente recuperado e nele implantado uma plataforma de elevação para cadeirantes. A acessibilidade foi contemplada com a colocação de um elevador com acessos ao ambiente de pesquisa, bem como a reforma de banheiros para adequação para as pessoas com deficiência. A recuperação do prédio do Arquivo Público do Estado contemplou, ainda, a implementação de um sistema moderno de combate a incêndio, recuperação de toda rede elétrica e hidráulica, bem como recuperação das áreas abertas e de terraço, com uma impermeabilização mecânica. Os trabalhos foram acompanhados por parte da contratante pelo engenheiro Fábio Barros Pimentel.

O pesquisador e professor da rede de ensino estadual, Wanderlei de Oliveira, destacou o acervo de obras literárias do Apes e enfatizou o papel cultural da Instituição. “Há um excelente acervo de jornais e o maior conjunto de obras sergipanas no espaço da Biblioteca José Alves. Assim como salvaguarda documento, o Apes realiza outras atividades como exposições temáticas e palestras, ou seja, o Arquivo Público é muito mais que um imenso depósito de documentos, é, também, uma instituição cultural”, disse.

De acordo com o diretor do Arquivo Público de Sergipe, Milton Barbosa, a revitalização do prédio contribui para o melhor armazenamento do acervo oficial do Estado e ainda possibilita a preservação de um dos poucos prédios em Sergipe, que trazem características arquitetônicas da Art Déco. “A memória e a cultura ganham de presente uma obra completamente refeita. Todos os historiadores e pesquisadores que por aqui passaram sonharam com esta reforma, hoje concretizada. Durante quase três décadas, convivemos com este espaço e sabíamos da necessidade do palácio de passar por uma reforma não só na sua estrutura, mas um choque de modernização. Acompanhamos toda obra e testemunhamos o cuidado com a preservação desse prédio arquitetônico que diálogo com o conjunto arquitetônico do centro de Aracaju”, pontuou Milton Barbosa.

O ex-governador Jackson Barreto ressaltou a importância de reconhecer e valorizar a cultura com obras que fortaleçam a história e a sergipanidade. “Esta entrega demonstra o compromisso do Estado com a sociedade, mostra que a cultura não é só um objeto de discurso, mas uma prática. Tivemos um conjunto de obras, a exemplo da reforma do Centro de Criatividade; do Cacique Chá, Biblioteca, do Teatro Tobias, além do Largo da Gente Sergipana, que valoriza a nossa cultura”, colocou.

Fundação

O Arquivo Público de Sergipe tem sua origem na Seção de Arquivo da Biblioteca Pública Provincial, criada em 1848. No governo de Maurício Graccho Cardoso, em 1923, foi criado o Arquivo Público do Estado. Em 1926, o Arquivo volta à condição de Seção da Biblioteca Pública, mantendo-se nesta situação até 1945. O imóvel que hoje abriga o Arquivo Público, o Palácio Carvalho Neto, foi construído 1936 para abrigar a Biblioteca Pública e a secção do Arquivo Público. Em 1947 o Arquivo Público muda-se para o imóvel que hoje sedia a Escola do Legislativo (antiga Assembleia Legislativa). A situação permaneceu até 1974, quando foi construído um novo prédio para a Biblioteca Epifânio Dória, no bairro 13 de julho. A Biblioteca mudou-se e o Arquivo Público passou a ocupar sozinho o Palácio Carvalho Neto.

ASN

Foto Marcos Rodrigues

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