Aracaju, 19 de abril de 2024
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Hotel Arpoador reabre com estilo ‘pé na areia’. Entre os destaques, estão a arquitetura assinada por Thiago Bernardes, a gastronomia de Roberta Sudbrack e o bar na calçada

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Depois de um ano e nove meses em obras, o hotel Arpoador começou a funcionar este mês em esquema desoft opening — e sem o “Inn”  que acompanhava seu nome desde 1974, data de sua inauguração. Da fachada ao serviço de quarto, quase tudo mudou. Menos a administração familiar, que agora está sob o comando da terceira geração dos Strosberg. Netos dos fundadores, os irmãos Marcelo e Daniel Gorin, de 36 e 37 anos, respectivamente, convidaram o arquiteto Thiago Bernardes e a chef Roberta Sudbrack para orquestrar a reforma geral do prédio, localizado em um dos pontos mais nobres do Rio.

Para início de conversa, o edifício ganhou nova área de lazer — com piscina integrada à paisagem carioca através do guarda-corpo de vidro — instalada no terraço que antigamente abrigava casa de máquinas e depósito. O arquiteto ampliou as discretas janelas, abriu varandas e instalou redes nas 15 suítes com vista para o mar. A fachada foi revestida com accoya, uma madeira com tratamento especial para ficar ao tempo. O desenho é como uma trama de pranchas, sobreposição inspirada na arquitetura naval.

— A sensação é de estarmos na proa de um navio — diz Thiago Bernardes, que também desenhou janelas, tipo escotilhas, nos corredores dos 49 quartos. — O objetivo era vestir o prédio de uma forma bem simples, acompanhando o conceito geral de um hotel pé na areia.

O Bernardes Arquitetura desenvolveu ainda todos os detalhes visuais, desde as cabeceiras em taboa e os guardanapos em tear de algodão aos uniformes dos funcionários.

Roberta Sudbrack está cuidando de todos os detalhes relacionados à comida do Arpoador. Da escolha do sabor do welcome picolé que refresca os hóspedes no check-in ao suporte em forma de cesta de piquenique que carrega lanches do serviço de quarto, tudo tem o toque da chef.

— Adoro hotel. Meu hobby é viajar e conhecer novos hotéis pelo mundo. Antigamente passava pelo antigo Arpoador Inn e pensava: precisam me chamar para fazer alguma coisa legal nesse lugar. Era uma joia do Rio, que só precisava ser lapidada — diz a chef, que foi convidada para fazer a curadoria da gastronomia do Arpoador.

Por enquanto, apenas o café da manhã pode ser degustado (inclusive por não-hóspedes) Cardápios de almoço e de jantar estão em fase de testes.

— Será tudo muito simples, mas com ingredientes de qualidade, de que não abro mão. Conheço todos os produtores, até a galinha que botou os ovos — conta Roberta, enquanto prova o biscoito de castanha-do-pará em formato de vasinho de flor que criou com uma forminha que trouxe da Alemanha. — É uma gastronomia leve, cheia de referências brasileiras, mas que conversa com o mundo. E tem cheiro de praia.

O antigo Azul Marinho, que mesmo não sendo um bar digno de nota sempre atraiu uma multidão de cariocas e turistas na hora do pôr do sol, dará lugar ao ARP, também com mesinhas e cadeiras instaladas no calçadão. Além do menu de petiscos assinado por Sudbrack (“Não terá frituras”, ela avisa), o bar de praia terá drinques criados pela mixologista Néli Pereira, que está desenvolvendo uma carta incrementada com xaropes e infusões feitas com ingredientes locais.

Semana passada, Roberta, Thiago, Marcelo e Daniel se sentaram para conversar na varanda do ARP, totalmente aberta para a praia, e as ideias voltaram a pipocar.

— Vamos fazer eventos nesta varanda e lá no terraço. Em um momento em que tanta gente desiste do Rio, isso aqui é um presente para a cidade — comemora Roberta.

Fonte/Foto: globo.com

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