Aracaju, 18 de abril de 2024
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Respeito à diversidade de gênero marca 1º Sarau LGBTQ+ do Centro de Excelência Dom Luciano

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Organizado e coordenado pelos alunos do ensino médio de tempo integral, o evento foi idealizado para conscientizar a comunidade escolar quanto à importância de enfrentar a transfobia e prevenir casos de violência e bullying na escola

Após um colega de turma ter sido expulso de casa devido a identidade de gênero que assumiu, um grupo de estudantes do Centro de Excelência Dom Luciano José Cabral Duarte, em Aracaju, organizou e promoveu, nas dependências da escola, na última quinta-feira, 6, o primeiro Sarau LGBTQ+.

“Tivemos a iniciativa de promover esse evento para conscientizar nossa comunidade escolar quanto ao respeito à diversidade de gênero, pois já verificamos diversos casos de violência praticados contra colegas nossos que se assumem LGBTQ+”, afirmou Maysa Santos Moura, estudante da 1ª série do ensino médio de tempo integral e uma das idealizadoras do Sarau.

Incentivadora da atividade, a professora Renato de Castro auxiliou os alunos a organizarem o evento e acompanhou, atenta, as discussões e troca de experiências entre estudantes e a palestrante convidada Linda Brasil, mestranda em Educação pela Universidade Federal de Sergipe e ativista do movimento LGBTQ+, representante da CasAmor e da AMOSERTRANS (Associação e Movimento Sergipano de Trans e Travestis).

“É louvável essa iniciativa de conscientização dos alunos de trazer para dentro da escola a discussão sobre respeito à diversidade de gênero, pois há muita violência contra a comunidade LGBTQ+. A motivação principal dos estudantes foi com o bem-estar dos demais colegas e com a promoção de um ambiente de paz na escola, onde todos se respeitem mutuamente”, disse a professora Renata, ao ressaltar o protagonismo dos alunos e a participação voluntária que tiveram na atividade.

Trans, maquiado e trajando um vestido, Maicon Silva encenou um espetáculo de dança no Sarau, juntamente com outros colegas de turma, para mostrar à comunidade escolar local como se veem enquanto pessoas que se identificam como LGBTQ+. “Isso nos liberta e nos faz acreditar em quem somos, como somos”, frisou Maicon. “Ao contarmos nossas histórias, esperamos ajudar outras pessoas a partir da nossa experiência, do que vivemos e o que enfrentamos enquanto pessoas trans. Acreditamos que assim podemos ser melhores compreendidos”, destacou.

Além das danças e da roda de conversa com a mestranda Linda Brasil, a programação do 1º Sarau LGBTQ+ contou com declamação de poemas produzidos pelos alunos e apresentações musicais.  “Todos precisam ter consciência que a diversidade de gênero existe e que é preciso haver respeito. Para isso, buscamos informar as pessoas de modo que possamos evitar a transfobia e prevenir a ocorrência de casos de preconceito como o que vitimou Laysa Fortuna, uma trans brutalmente assassinada por um transfóbico”, salientou Linda Brasil, ao parabenizar os alunos pela iniciativa.

Foto Eugênio Barreto

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