Em entrevista concedida ao Jornal da Xodó, na manhã desta quinta-feira (14), o secretário Geral do Estado, José Carlos Felizola, falou sobre os desafios que vem encarando à frente da Pasta para solucionar as questões administrativas do Estado. Na oportunidade, ele também comentou sobre o trabalho em conjunto com o governador, buscando encontrar um equilíbrio entre as receitas e despesas no ajuste fiscal de Sergipe.
“É necessário fechar as contas e gastar aquilo que arrecada. Nós não podemos falar de saúde avançando, educação de qualidade, estradas pavimentadas ou segurança pública se não encontramos uma estabilidade fiscal. Hoje, o estado de Sergipe conta com apenas 14 secretarias, e isso nos coloca entre os melhores índices do País na contenção dessas instituições. A nossa ideia é diminuir gastos com a máquina para investir mais no cidadão”, disse.
Previdência
Sobre a previdência, o secretário lembrou a situação nacional em que a maioria dos estados vem enfrentando devido ao colapso nas finanças, especialmente por conta da rolagem de dívidas relacionadas a esse assunto. Segundo ele, o estado de Sergipe é responsável por uma parte considerável do PIB, avaliado em R$ 1. 200.000.000 por ano, destinados à previdência.
“Essa é uma situação que deve ser encarada e discutida. Precisamos de um sistema eficiente, que atinja todos. Vamos trabalhar para diminuir o impacto. O governo de Sergipe está atento a qualquer mudança que aconteça em Brasília e, a partir disso, deve tomar todas as medidas aqui no estado. Somos uma federação, mas estamos atrelados ao governo central, então temos que aguardar o posicionamento nacional”, ressaltou.
Privatização
Felizola reafirmou o compromisso feito pelo governador Belivaldo Chagas de desconsiderar a existência de projetos para privatização de qualquer empresa de Sergipe. O secretário não descartou a possibilidade da venda de ações para abertura de capital, deixando o Estado no comando com a totalidade das ações. “Isso está sendo tratado com muito estudo, para que não existam erros”, comentou.
Fafen
Questionado sobre as questões que envolvem a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen/SE), o secretário afirmou que o Estado ingressou com ação judicial contra o fechamento da fábrica. O processo foi aberto na Comarca de Laranjeiras, mas, com a intervenção da União no polo processual, o processo foi transferido da justiça estadual para a federal.
“A gente espera que a justiça seja célere nesse processo, porque esse caso vai além dos problemas ambientais, financeiros e fiscais. Neste caso, temos o problema humano, que envolve milhares de cidadãos que perdem seus empregos. Nós estamos prontos para a guerra e levantaremos todas as discussões”, garantiu.
Felizola acredita que, por envolver demandas da agricultura, a hibernação pode afetar nos custos da produção agrícola. Para ele, essa é uma questão que envolve a soberania nacional, porque a agricultura é o “carro chefe” na movimentação da economia brasileira. “Com o fechamento das duas unidades da Fafen, na Bahia e em Sergipe, praticamente vamos acabar com a produção de fertilizantes nacionais e, consequentemente, vamos ficar dependentes da importação”, pontuou.
“A Petrobras precisa ter uma visão nacional e, para isso, o governador junto com toda a bancada federal tem se somado. Nós temos que unir forças junto fazendo com que o governo central visualize como uma questão de unidade. Sergipe não pode perder a Fafen, não pode abrir mão dos recursos que ela traz”, concluiu.
ASN
Foto: Michaelle Santiago