Aracaju, 29 de março de 2024

“Empresas têm sido reestatizadas no mundo todo por serviços ruins que prestam”, diz João Daniel

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Joao_Daniel

Na contramão da política entreguista do governo Bolsonaro, guiado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes – que já declarou em comunicado à imprensa que gostaria de vender tudo –, no mundo inteiro mais de 800 empresas foram reestatizadas na última década, por conta dos serviços ruins que prestavam. A denúncia foi feita pelo deputado federal João Daniel, em discurso na tribuna da Câmara dos Deputados, na sessão desta quarta-feira, dia 20, baseado em estudo da Transnational Institute (TNI) – centro de estudos em democracia e sustentabilidade, sediado na Holanda.

De acordo com o levantamento, desde os anos 2000 até 2017, ao menos 884 serviços foram reestatizados no mundo, com destaque para os países centrais do capitalismo, como Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha. Ainda segundo a pesquisa, isso ocorreu porque as empresas privadas priorizavam o lucro e os serviços estavam caros e ruins. Grande parte desses contratos não foi renovada, como aconteceu com o Metrô de Londres, cuja Parceria Público Privada (PPP) foi rompida antecipadamente. Em outros casos, como vêm fazendo diversas cidades alemãs com as suas distribuidoras de energia, com recompras milionárias.

João Daniel observou que as reestatizações que aconteceram nesses serviços essenciais, como saneamento, energia e coleta de lixo, ocorreram porque as empresas privadas priorizam o lucro, aumentam preços, além de prestar serviços ruins. Ao menos 55 países tiveram algum processo de reestatização entre 2000 e 2017, inclusive países em países centrais do capitalismo como Alemanha, França e EUA. Só na Alemanha foram 348 reestatizações.

Soberania nacional

Para o deputado João Daniel, o Congresso precisa debater os interesses nacionais, da soberania nacional. Na sua avaliação, é vergonhosa a forma como o ministro da Economia se refere ao Brasil, sejam em declarações aqui ou no exterior, como se fosse um vendedor ambulante das empresas estatais. Como exemplo ele citou a privatização dos aeroportos administrados pela Infraero, realizada na semana passada. “Iniciaram pelos aeroportos em que se gastaram R$ 5 bilhões, nos últimos 10 anos, e vende-se a R$ 2 bilhões. Falam que foram supervalorizados na privatização agora, mas foi supervalorizado porque colocaram o preço lá embaixo, para dar de presente aos amigos e aliados”, disse.

O parlamentar acrescentou que tudo isso para atender aos interesses privados das corporações e das empresas. “Inclusive, uma das empresas que comprou os aeroportos é estatal. Mas aqui não pode ter estatal, porque o complexo de vira-lata tem que vender tudo”, completou, ao ressaltar que “precisamos ter um país que não esteja a serviço do grande capital”.

Segundo João Daniel, o Brasil precisa sair da contramão do caminho que tem ido grandes países. “O mundo capitalista inteiro volta a reestatizar, porque os serviços e as empresas foram vendidos e a iniciativa privada mostrou incapacidade, incompetência, mau serviço em todas as áreas, havendo falência”, afirmou. Ele denunciou que o projeto de Bolsonaro e de Paulo Guedes é de destruição da nação brasileira. “Vender as empresas estatais do jeito que estão sendo vendidas é para destruir a soberania e qualquer possibilidade de um projeto de desenvolvimento para o povo brasileiro”, repudiou.

Por Edjane Oliveira

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