Aracaju, 24 de abril de 2024
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Sessão Especial na Alese abre discussão sobre saúde mental

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O deputado Estadual  do PSC, Capitão Samuel é autor de Sessão Especial que ocorreu na manhã desta quinta-feira, 21, no plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe. A sessão  abordou sobre “Nova Política Mental e as Comunidades Terapêuticas”, entre os objetivos da exposição, temática  pretende alavancar melhorias no tratamento de pacientes com transtorno mental.

Segundo o parlamentar, o Brasil mudou a política manicomial  em 1970. De lá pra cá passaram a existir novos meios de redução e danos nos tratamento.  “Um esquizofrênico não  é igual a outro esquizofrênico. Há diversas atitudes para tratar um paciente do outro. O mesmo método não servirá de um pra outro. Pra um o ideal é a internação, já um outro paciente  o meio de tratar será um assistencialismo social ou assistencialismo psicólogo.

Estado tem disponibilizado poucas ferramentas para tratamento patológico diferenciado.  Governo do Estado está se encaminhando para disponibilizando novas vagas de leitos hospitalares para esses pacientes, que é um lado positivo, mas que é necessário um amparo maior para o paciente que deitará nesse leito.

Problemática

Segundo externou o deputado há uma divergência de entendimento para o investimento de recursos. “Que os envolvidos, na área da psicologia e assistente social, têm o entendimento de que os recursos financeiros do Estado não devem ser destinados apenas e hoje para leitos de internação. Eu acredito que devemos se somar, pessoal dos hospitais, da terapêutica, da assistência, da psicologia  do CAPS ,  e buscar mais recursos para oferecer a esses pacientes com problemas mentais  diversos tratamentos. Que servem pra uns,  não serve para outros”, analisa.

Deputado ressaltou que pacientes não podem deixar de serem acolhidos. “ Não podemos deixa-los à mercê, ou jogados na ruas. Exemplo disso é que há presos como criminoso nos presídios, pois não foram detectados como essa deficiência mental antes, e com isso cometeram delito. Não podemos deixar esses pacientes sem o correto assistencialismo. E é isso que estamos tentando evitar”, explicou Capitão Samuel.

Exposições

Para a coordenadora da Rede Atenção à Saúde  da Secretaria de Saúde, Renata Roriz,  Sergipe  segue em consonância no tratamento  da Saúde Mental  com  a Política Nacional.

“Seguimos a política nacional, mas, muito mais além chegamos. Cuidamos de pessoas, de gente. Nos voltamos para as práticas de evidências cientificas. Contudo, trabalhamos com vários pontos de atenção, pois além das pessoas que têm doença mental,  cuidamos do sentimento de suas famílias”, comentou a coordenadora.

A superintendente do Samu, Conceição Machado, fez uma explanação da realização do atendimento a pacientes psiquiátricos. “Trabalhamos em Rede com o Caps e Hospitais. Diante de uma chamada  para esse tipo de  paciente, a  gente não vê só o surto. O paciente tem doenças tradicionais e orgânicas.  Ligam pra 192, e paciente pode está em casa ou na rua, e a Samu vai até ele”, explicou a sistemática.

João Lima Junior, médico, diretor de Avanço Integral à Saúde, registrou que o debate chegou no momento oportuno, que envolve o debate técnico e com a sociedade. “Estudos apontam que até 2030 a população estará mais idosa no país. E um olhar para esse ponto é importante pois o  aumento de transtorno metal tende a aumentar também”, citou, ressaltando que há a dificuldade de financiamento para específica  área de saúde é pontual.

“Mas trago uma  oficial informação nesse sentido. Governo vem  ampliando leitos nos hospitais para  potencializar melhor atendimento. Em Estância no Hospital Jessé Fontes, chegará 15 leitos à mais. Em Lagarto,  mais 10 leitos para o  infanto-juvenil”, salientou o diretor João Lima.

Anderson Amorim, Defensor Público, ressalta que  a  defensoria foi criada para estar junto a população carente, de serviços seus interesses no aspecto da cidadania. Defensor é  o coordenador do  núcleos de execução penais.

“Meu foco é antimanicomial. Estou desde 2008 na defensoria, recebemos parentes que nos procuram e não querem aceitar essa realidade, colocando em risco a vida própria do paciente e dos familiares. Não existe mágica. O estado através do Ciaps faz estudo do caso, para ver o melhor. O nosso foco é anti-institucionalização e antimanicomial do paciente. Deixar o paciente segregado, durante anos, como nas décadas pretéritas, é algo que não deve ser repetido. Não há como avançar com retorno à segregação. Se o eletrochoque é indicado, não cabe  a mim métodos de tratamento. Cabe dizer que tem tratamentos, e precisamos do fortalecimento dos CAPS e não tolhê-lo de materiais para o melhor funcionamento.

Deputados Iran Barbosa (PT), e Valderbal Marinho também participaram do debate,  e parabenizaram  a Alese por abrir o diálogo.  “Importante a chegada de novos leitos para acolher esses pacientes”, disse doutor Vanderbal, parlamentar. Segundo Iran Barbosa, debate aponta necessidade de investimento importantes na saúde e assistência social.

Pacientes, ex-dependentes químicos, familiares e profissionais de comunidades terapêuticas participaram do debate.

Também, a deputada Maria Mendonça  do PSDB, e a deputada Kitty Lima da REDE,  entenderam que segmento precisa ser replanejado. “É inegável  a necessidade do fortalecimento desses centros”, aponta Kitty.  Segundo Maria Mendonça,  leitos precisam ser ampliados para garantir que pessoas com surto saiam de crise. Em casa, família ficam sem aparo. Necessário que Estado pense numa solução dos problemas.  Que essa discussão não fique aqui, que precisamos levar à práticas, pois os pacientes precisam e suas famílias também”, falou a deputada  Maria.

Ex-deputada Ana Lúcia, em discussão aberta, sugeriu  que Casa faça Moção para o Caps  ser implementado. Deputada labutou sobre o tema durante seus mandatos.  Também, Zezinho Sobral, líder do governo na Alese, se manifestou  durante a audiência, e ressaltou casos de vivência à época como secretário de Saúde. Segundo contou,  filho de agricultor tentou suicídio com arma branca, por ter deficiência mental.

“Como fiz um  acompassamento pessoal, há deficiências. Caps não tem como realizar todo o trabalho. Hoje inaugura nova visão nessa área e que está sendo negligenciada em todos os aspectos”, afirma Zezinho. Na ocasião, Georgeo Passos também se manifestou, e parabenizou o colega Capitão Samuel. “Parabéns ainda por estar à frente  do Batalhão da Restauração por dependente químicos, e por discussão importante na Casa Legislativa”.

Desfecho

O deputado Capitão Samuel, que presidiu a mesa de debates, expressou que um documento será elaborado afim de que encaminhamentos sejam prestados. “Buscaremos recursos do Governo Federal para fortalecimento  e implementação dos Caps  e o  fortalecimento de toda a rede que trabalha com  esses pacientes”, externou o deputado.

Pacientes, ex-dependentes químicos, familiares e profissionais de comunidades terapêuticas diversas, do município e do Estado, participaram do debates.

Por Stephanie Macêdo

Foto: Jadilson Simões

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