DIÓGENES BRAYNER – plenario@faxaju.com.br
O País está tenso. A crise deixa o brasileiro com os nervos à flor da pele. A corrupção desenfreada e o excesso de benesses para quem está no alto dos Poderes impediram de o povo avaliar melhor um nome para salvar o Brasil. É lamentável esse confronto de pensamentos e a imposição de se empurrar uma direita radical goela abaixo. Com isso, o País está à cata de um projeto minimamente sério para tirar a todos do atoleiro.
O então deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) candidatou-se a presidente da República e atraiu o eleitorado da direita e até neutro anti-esquerda. Debruçou-se em um discurso de que usaria a força contra bandidos, corruptos e todos os demais que levaram o Brasil à derrocada, inclusive aliados seus. Até agora não sinalizou em nada sobre isso. Revela-se um Nero tupiniquim: “enquanto o Brasil se incendeia ele vai ao cinema”.
No Congresso as instituições se digladiam. Ontem à noite houve uma acalmada com a ação medrosa do presidente do Senado, que terminou arquivando a CPI da Toga. Um alívio para ministros de instâncias superiores e para alguns políticos que ainda driblam os seus ilícitos. Câmara põe um pé no freio do Executivo e o Planalto, sem um acordo de leniência com o legislativo, não move uma única palha. A Reforma da Previdência caminha em direção ao brejo. Nessa briga institucional quem perde é o povo, porque o País não anda. Mesmo às avessas.
Bolsonaro põe lenha na fogueira. Ele brinca de soldadinho. Diverte-se em por um indicativo em riste, mexer as mãos e produzir com a boca o som de tiros de metralhadora. Coisa de louco. Ainda não conseguiu o sonho armamentista, mas ouriçou parte expressiva da sociedade com a ideia (em transe) de comemorar o 31 de Março, data em que se deu o golpe militar de 1964.
Até mesmo os militares pediram cautela e, contra essa estupidez foram protocoladas representações para evitar o “forçar de barra ufanista” do presidente, que quer fazer aflorar a sua classe, sem pensar em um projeto decisivo para conduzir o Brasil ao caminho do desenvolvimento, o emprego, a ética, a seriedade, a honestidade e a paz. Tudo isso está ao léu e quem comemora são os seus adversários que advertiram sobre essa tragédia anunciada.
NÃO SATISFAZ EM NADA
Os governadores de Estado que estiveram ontem com o ministro da Economia, Paulo Guedes, consideraram a reunião como uma reprise do encontro anterior. Lá esteve também o governador Belivaldo Chagas.
RECUPERAÇÃO FISCAL
A reunião deveria tratar mais decisivamente sobre o Plano de Recuperação Fiscal, mas ficou para um novo encontro dentro de mais 30 dias, quando serão feitas novas análises e haverá a apresentação de um Plano que possa contemplar os Estados.
FOI ASSISTIR FILME
Mas, enquanto o ministro Paulo Guedes repetia projetos para os governadores, todos ainda sem noção de como seja a Recuperação Final, o presidente Bolsonaro levou a mulher para assistir filme em Brasília, ontem pela manhã.
RECEBEM CRÍTICAS
O próprio Belivaldo Chagas chegou a reconhecer que às vezes os governadores deixam de comparecer a encontros desse tipo e são criticados por segmentos da oposição. É preciso que as coisas aconteçam para valer a pena à viagem.
ANSIOSOS POR AÇÃO
Os governadores se mostraram ansiosos porque estão todos com problemas em seus Estados e precisam resolver a questão da Recuperação Fiscal, da continuidade do Fundeb, além da Lei Kandi e outros interesses dos Estados .
FAZ CRÍTICA AO PARECER
O senador Alessandro Vieira (PPS) criticou ontem o parecer que considerou a CPI da Toga inviável e explicou: “não estamos discutindo os atos de prestação jurisdicional. Mas, o momento antecedente”.
TENTATIVA DESESPERADA
Alessandro Vieira disse ainda que “a consultoria elevou até o possível recebimento de propina à categoria de prestação jurisdicional”. E acrescentou que “Foi uma tentativa desesperada, depois que as pressões não conseguiram retirar assinaturas”.
ROGÉRIO FAZ APELO
O senador Rogério Carvalho (PT) sugeriu que o Senado criasse espaço adequado para que, em conjunto, com o Judiciário e com o MP, se possa restabelecer espaço normativo de atuação das instituições que conformam à democracia no Brasil. E não o confronto entre os poderes Legislativo e Judiciário.
FÁBIO PARA PRESIDIR
O ex-governador Jackson Barreto (MDB) apoia que o deputado federal Fábio Reis (MDB) seja o próximo presidente do partido, mas acha que ele deve conversar com fundadores da sigla em Sergipe como Benedito Figueiredo e João Augusto Gama.
PRESTÍGIO NA CÚPULA
Jackson reconhece que, como deputado, Fábio Reis tem prestígio na cúpula do partido e em Brasília, e não haverá qualquer problema. Sugere que Benedito Figueiredo se mantenha presidindo a Fundação Ulisses Guimarães.
CONTRA COMEMORAÇÃO
A sociedade começa a se manifestar contra a decisão de Jair Bolsonaro de comemorar o Golpe Militar de 1964, no dia 31 de março. Como diz nota do MPF, é incompatível com a democracia. Até mesmo alguns militares não aceitam.
COMO ESTÁ BRASÍLIA
O Presidente Regional do PT em Sergipe, deputado federal João Daniel, disse ontem que as coisas estão boas em Brasília em razão do desentendimento dentro do PSL, partido de Bolsonaro: “se eles brigam, é bom para nós”, disse Daniel.
DELIBERAÇÃO DO PT
João Daniel explicou que atende à deliberação do PT nacional, para organizar o Processo de Eleições Diretas (PED), que acontecerá em setembro. Diz que vai trabalhar para ter uma chapa forte para vereador na maioria dos municípios.
PRIMEIRA ELEIÇÃO
João Daniel lembra que essa é a primeira eleição depois da reforma política, sem aliança proporcional e em Aracaju isso é assunto a ser debatido. “Não está descartada a candidatura própria e nem apoio à reeleição de Edvaldo Nogueira. Isso deve ser visto mais à frente”.
REUNIÃO DA BANCADA
Sobre a reunião da bancada federal, João Daniel disse que ele e o senador Rogério Carvalho não participam. Acrescenta que não ouviu do coordenador da bancada, Fábio Reis, que haja algum nome proposto para ocupar cargos federais no Estado. Mas só hoje é que se deve saber.
DATA ESQUECIDA
Depois do Ministério Público, a Defensoria Geral da União emite nota também impedindo comemoração, dia 31 de março, do golpe militar de 1964, propostos pelo presidente Jair Bolsonaro. Essa data já estava esquecida.
JANTAR A COLEGAS
O senador Rogério Carvalho (PT) vai oferecer uma jantar a todos os seus colegas do Norte e Nordeste, com o objetivo de buscar a unidade e formular propostas conjuntas que fortaleçam as duas régios.
FILME PORNÔ
O subtenente Edgard Menezes, via twitter, diz esperar que a próxima ida ao cinema do presidente Bolsonaro, seja para assistir um filme pornô, pelo menos dá o que falar com uma certa razão. “O cara vai ao cinema com a esposa e gera polêmica”.
Dos grupos sociais
///Índices superiores – Sergipe continua completamente paralisado. Nem parece que está situado geograficamente entre Bahia e Alagoas, entes federados que alcançaram índices bem superiores em áreas fundamentais. A população sergipana tem sido vítima da falta de planejamento do governo estadual. Uma pena.
///Manifestam apoio – Durante a sessão do Plenário de ontem, senadores manifestaram apoio à decisão do presidente Davi Alcolumbre (DEM), que encaminhou à CCJ discussão sobre arquivamento da CPI dos Tribunais Superiores, apresentada pelo senador Alessandro Vieira (PPS-SE).
///Não será ameaça – General Mourão disse na Fiesp que sua experiência política é pouca, mas o bom senso tem de prevalecer. Jair Bolsonaro não é nem nunca será uma ameaça à democracia. Ele é um estadista. Ele não está pensando nas próximas eleições; está pensando nas próximas gerações. Isso é sincero, garanto.
///Profunda derrota – A aprovação do orçamento impositivo por 453 votos representa uma profunda derrota para o governo. Na prática, retira-se do Palácio do Planalto a decisão de cumprir ou não uma emenda indicada por parlamentar. E fica impossível acusar o Congresso Nacional de barganha. Tem de pagar.
///Tributos do cigarro – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, criou grupo de trabalho (GT) “para avaliar a conveniência e oportunidade da redução da tributação de cigarros fabricados no Brasil, e, assim, diminuir o consumo de cigarros estrangeiros de baixa qualidade, o contrabando e os riscos à saúde”.
///Ministra na Exporingo – Atendendo solicitação do deputado Fábio Reis, coordenador da bancada de Sergipe no Congresso, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, cumprirá agenda oficial em Sergipe amanhã e quinta-feira, quando participará da “Exporingo 2019” em Lagarto.
Conversa
Sem indicação – A bancada federal de Sergipe reúne-se hoje sem que ainda se conheça um único nomes para indicação de parlamentares para ocupar cargos federais no Estado.
Dois nomes – Entretanto dois nomes aparecem para serem indicados à Codevasf, entre eles o do engenheiro Valmor Barbosa.
Bem frias – A semana na Assembleia vem sendo de sessões frias, embora haja debates em plenário. Deve continuar assim até sexta-feira.
Sem esmorecer – O senador Alessandro Vieira não vai esmorecer em relação à CPI da Lava Toga, que ontem foi arquivada no Senado.
Morador de rua – De Carlos Ayres Britto: “Depois que Michael Sullivan foi morador de rua, a rua passou a se perguntar: quem o palácio pensa que é?”
Filiação em massa – O grupo que integrava o PPS está animado para a filiação em massa no PSC na sexta-feira, dia 05. Alguns candidatos a vereador.
Tom de conciliação – Mirian Leitão diz que o presidente Bolsonaro constrange militares: maioria prefere tom de conciliação sobre 1964.
Estado de Direito – Segundo Fausto Macedo (Estadão) Procuradoria diz a Bolsonaro que ‘festejar golpe de 64 é incompatível com Estado de Direito’
Está muito ativo – Presidente Bolsonaro esquece de tudo e não faz nada, mas está muito ativo para as comemorações do golpe de 1964.