Aracaju, 19 de abril de 2024
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Governo mobiliza municípios para abordagem sobre Prevenção das Violências nas escolas

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A violência está presente no cotidiano de todas as pessoas com índices alarmantes e, em vista disso, o governo do Estado, através das Secretarias de Estado da Saúde (SES) e da Educação, do Esporte e da Cultura (SEDUC) promoveu, nesta terça-feira, 26, uma roda de conversa para discutir ‘A Prevenção das Violências e Cultura de Paz’. O evento aconteceu no auditório do Centro Administrativo da Saúde Senador Gilvan Rocha e reuniu coordenadores da Saúde e da Educação responsáveis pelo Programa Saúde na Escola (PSE).

O homicídio é a causa de 49,1% das mortes entre jovens de 15 a 19 anos, e 46% das mortes entre 20 a 24 anos. A Região Nordeste concentra os três piores índices de violência por 100 mil habitantes. O estado de Sergipe tem a maior taxa do país com 64,7%, seguido por Alagoas com 54,2% e Rio Grande do Norte, 53,4%. O município de Itabaiana, com 118,7%, lidera o ranking estadual do número de mortes violentas nas cidades com até 100 mil habitantes, ou seja, a cidade mata quase quatro vezes mais que o Brasil. Em seguida, estão os municípios de São Cristóvão com 118%, Nossa Senhora do Socorro, 86,3% e Aracaju 76,5%.

Outro dado importante é que o perfil de escolaridade dos jovens vítimas de homicídio é significativamente menor que o da população jovem. No Brasil, enquanto 71,5% dos jovens atingem a média de 11 anos de estudo, os jovens vitimados pela violência atingem apenas 16,1%.

A referência técnica da SES para o PSE, Luciana Boaventura, ressaltou a importância de que os profissionais de Saúde e Educação se preparem para a abordagem desse tema na Escola. “É um assunto já trabalhado no PSE e qualquer profissional pode desenvolvê-lo assim que tenha um conteúdo mínimo substancial. A manhã de hoje foi bastante produtiva, estiveram presentes 55 municípios, totalizando 120 profissionais e foram abordados vários temas de acordo com a colaboração dos palestrantes, abrindo uma discussão bastante pertinente, apresentando conceitos, dados epidemiológicos, a subnotificação dos casos, as formas de acolhimento e encaminhamento e como o profissional da Saúde e da Educação pode contribuir para apoiar as crianças e adolescentes que sofrem violência”, explicou.

De acordo a Profa. Dra. Maria Aparecida S. Couto a violência é uma realidade e todos contribuem com ela. As pessoas recebem desde a infância orientações para sejam violentas, com rótulos e estereótipos e a desconstrução, a mudança desse paradigma, precisa acontecer na escola como também em todos os momentos no dia a dia.

“Nós conseguimos, na condição de facilitadores, mostrar que todos nós, por um motivo ou por outro acabamos tendo alguma interferência nas ações de violência. Seja por omissão ou execução, todos somos responsáveis. Então a participação multidisciplinar, como foi, cada um na sua área, fez com que as pessoas pensassem ‘qual é meu lugar?’, ‘de onde eu falo quando comento a violência?’, e refletissem ‘poxa eu também cometo violência’, ‘eu também estou em condição de vítima, mas eu posso mudar’, ‘em que eu posso contribuir para melhorar essa situação?’. É preciso deixar de apontar o dedo e analisar os contextos”, ressaltou Maria Aparecida.

Para a coordenadora do PSE do município de Carira, Patrícia Alves da Silva, “esse evento abriu um leque de ideias, de pensamentos que a gente pode levar para o nosso município, as reflexões trabalhadas aqui nós podemos discutir lá com os profissionais do nosso município, foi bastante enriquecedor. Às vezes nós temos uma ideia de que violência seja algo distante do nosso dia a dia, do nosso convívio, a gente acha que não presencia, mas na verdade a violência é algo presente e nesse encontro, nesse momento de roda de conversa, a gente pode se expressar, pode ouvir, como também pensar e refletir sobre o que é de fato a violência e onde ela se encontra”, disse.

Já o coordenador do PSE do município de Itabaiana, Rafael Nascimento dos Santos, comentou quanto à importância de participar de eventos como esse, para que possam passar adiante as informações como agentes multiplicadores. “O tema que achávamos que estava distante da gente não está. Sou de Itabaiana, uma região que está com o índice de violência super alto, um ranking que a gente precisa entender para se mobilizar, olhar com mais atenção e carinho, para reverter a situação. Os índices assustam mas também mostram caminhos e a Secretaria conseguiu trazer ótimos profissionais que conseguiram expor de forma agradável um tema tão denso”, revelou.

Foto: Flávia pacheco

ASCOM SES

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