Aracaju, 24 de abril de 2024
Search

BARRAGENS: CHUVAS ALIVIAM O SERVIÇO DE IRRIGAÇÃO PÚBLICA

6

Março chuvoso e recarga hídrica de barragens aliviam serviço de irrigação pública

Em Canindé, foram registrados 68,6 mm a mais de chuva que em março do ano anterior, tornando dispensável o uso da irrigação por alguns dias

As chuvas registradas em março tiveram efeito positivo em metade dos perímetros irrigados da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), e mantiveram estável o nível da água nas demais barragens. Em Lagarto e Tobias Barreto, ficaram completamente cheios os reservatórios que abastecem os perímetros Piauí e Jabiberi; e em Canindé de São Francisco, o levantamento pluviométrico na estação meteorológica do Califórnia mostrou um acumulado do mês 96% superior ao mesmo período do ano passado, registrando 71,40 mm e reduzindo a necessidade de uso da irrigação pelos agricultores.

Durante seis dias do mês, as bombas não precisaram ser ligadas para tocar a irrigação no Perímetro Irrigado Califórnia, localizado no Alto Sertão sergipano, onde o clima semiárido normalmente torna a irrigação indispensável para o plantio. Com isso, a Cohidro calcula uma economia de aproximadamente R$ 40 mil nos custos com energia elétrica no perímetro. “Esse avanço pluviométrico significou uma grande redução da necessidade de irrigação. Parece pouco, mas é muita coisa nesse período, pois no mesmo mês do ano passado, a gente não parou em dia nenhum”, conta a gerente local da Cohidro, Eliane Moraes.

O perímetro de Canindé não possui barragem própria, faz captação na represa da Hidrelétrica de Xingó e segue as orientações da Agência Nacional de Águas [ANA], que desde julho de 2018, não impõe restrição ao uso da água. Já em Lagarto, o perímetro irrigado da Cohidro possui barragem própria no rio Piauí, que é interestadual e sofre a influência das chuvas do Centro-Sul Sergipano e da Bahia. Segundo o diretor-presidente da companhia, Paulo Henrique Machado Sobral, talvez por isso, não tenha havido maiores preocupações com o nível da barragem durante o período de estiagem no Verão.

“Não houve risco de desabastecimento para a irrigação fornecida pela Cohidro ou para a captação da Deso [Companhia de Saneamento de Sergipe]. O Piauí foi um dos perímetros em que não precisamos fazer qualquer racionamento na distribuição de água ou suspensão, para priorizar o abastecimento de água humano, como ocorreu nos perímetros da Ribeira e no Jabiberi (Itabaiana e Tobias Barreto). No Perímetro Irrigado Jacarecica II [entre Malhador, Riachuelo e Areia Branca], também não houve prejuízos para a irrigação ou o fornecimento de água potável”, pontuou Paulo Sobral.

Na barragem do perímetro Jabiberi, a água armazenada não era suficiente para fazer verter desde setembro de 2017, até que no último domingo, 31 de março, ela voltou a ‘sangrar’. Tanto tempo sem recarga hídrica, fez com que a irrigação fornecida aos lotes fosse suspensa ainda em 2018, para priorizar a captação para consumo humano feita pela Deso. Até a distribuição de água nas zonas urbanas ficou comprometida, no início deste ano, levando o Governo do Estado e Prefeitura Municipal a buscar alternativas emergenciais de fornecimento de água para a população.

“Por enquanto não é preciso irrigar, devido à chuva que ainda tem caído na região. Assim que estiar, a gente retoma a normalidade do fornecimento de água no perímetro Jabiberi, em paralelo ao abastecimento de água potável para a cidade, agora regularizado com a barragem totalmente cheia”, afirmou o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano. Ainda segundo ele, as barragens da Ribeira, Jacarecica I e I, que integram a Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe, tiveram as reservas hídricas prejudicas pela pouca pluviosidade registrada em 2018. Foram 659,6mm registrados na estação do perímetro da Ribeira, contra a média anual de 1.143 mm.

Para evitar que situações como essa voltem a acontecer, o diretor afirma que o governo do Estado vem fazendo investimentos em ambas as regiões. “Nos perímetros da Ribeira e Jacarecica I, em setembro de 2018, o Programa Águas de Sergipe começou a trocar todo o sistema para a irrigação localizada – modelo que economiza 60% da água [e 50% da energia elétrica]. Isso vai influenciar, a partir desse ano, na redução do consumo das reservas dessas barragens, deixando de comprometer a irrigação, como aconteceu no início de 2019. O mesmo programa também projeta a automatização das nossas estações de bombeamento, com economia de água e energia; e está reflorestando as matas ciliares da bacia hidrográfica, preservando nascentes e diminuindo o nível de assoreamento nos rios e barragens”, concluiu João Quintiliano.

Fonte e foto Cohidro

Leia também