Aracaju, 23 de abril de 2024
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SES qualifica profissionais e orienta população sobre a Hanseníase

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A Saúde estadual tem trabalhado junto às Secretarias Municipais de Saúde para diminuir, controlar e combater a hanseníase no estado de Sergipe

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica caracterizada, principalmente, por lesões na pele com alteração de sensibilidade. Por ser uma doença silenciosa, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) orienta a população para que fique alerta aos sintomas. Causada pelo Mycobacterium leprae, é possível que a hanseníase esteja sendo transmitida de uma pessoa para outra sem que se perceba. Além disso, o diagnóstico tardio pode levar a incapacidades físicas sérias quando atinge os nervos periféricos, tornando o tratamento mais difícil.

O Brasil está em segundo lugar no caso da hanseníase. Sergipe registrou, em 2018, 320 casos novos e destes, 29 ocorreram em menores de 15 anos. Em 2019, até esta data, há 79 registros de novos casos, 10 em menores de 15 anos. A SES tem trabalhado intensivamente, junto às Secretarias Municipais de Saúde, para diminuir, controlar e combater a hanseníase no estado de Sergipe, priorizando a qualificação dos profissionais de saúde, responsáveis pelo diagnóstico, e acompanhando os pacientes até a completude do tratamento.

Para a responsável técnica da Área da Hanseníase da SES, Maria Betânia Farias Baneo o Estado apoia e assessora os municípios com treinamentos em ações básicas de controle à doença, vigilância constante dos casos notificados e dos seus contatos intradomiciliares e, o mais importante, oferecendo à população, através de campanhas (cartazes, panfletos e mobilizações), o direito e o acesso à informação que é a arma mais poderosa para prevenção, diagnóstico precoce e garantia de tratamento.

Ainda segundo a responsável técnica da Área da Hanseníase da SES, Maria Betânia Farias Baneo, o estado de Sergipe, de uma forma geral, vem se mantendo na média, com um patamar linear. “Porém, se a gente for olhar a série histórica de hanseníase em menores de 15 anos, constatamos que está havendo um aumento considerável e quando vamos fazer a busca desses contatos, verificamos que os familiares do adolescente ou da criança, não tem hanseníase, ou seja, provavelmente estão em contato, em outros meios sociais como escola, igreja, creches, com pessoas que têm a hanseníase e, provavelmente, não sabem”, disse.

Sintomas

Há dois tipos de hanseníase, a Paucibacilar (PB) caracterizada por casos que apresentam até cinco lesões de pele e a Multibacilar (MB), quando há mais de cinco lesões. Os sintomas principais são: manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele com perda ou diminuição de sensibilidade ao calor, à dor e ao tato; placas ou caroços em qualquer parte do corpo; e diminuição da força muscular das mãos, pés e face.

“Quem notar um desses sinais deve procurar uma Unidade Básica de Saúde mais próxima para que os profissionais possam avaliar e dar o diagnóstico. O SUS oferece a medicação para o tratamento que dura em torno de seis meses a 12 meses, a depender da classificação da hanseníase. As pessoas não precisam apresentar todos os sintomas para ter a doença, ela pode ter uma única mancha e num lugar do corpo que nem notou e, sem estar em tratamento, já está transmitindo a doença, através da fala, da tosse. Infelizmente, a maioria da população não tem conhecimento sobre a hanseníase e o que a gente quer fortalecer é justamente a informação para que a população seja informada e tenha esses cuidados”, comentou Betânia.

Diagnóstico

Quanto mais cedo o diagnóstico, que é essencialmente clínico e epidemiológico, melhor será o tratamento. É realizado por anamnese, exame geral e dermatoneurológico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos.

“É importante que todos os profissionais de saúde da Atenção Básica sejam qualificados para reconhecer e diagnosticar a hanseníase para o sucesso do tratamento do paciente. Vamos ter três treinamentos neste ano, um agora em maio sobre Ações Básicas no Controle da Hanseníase, para enfermeiros, depois haverá outro sobre Prevenção de Incapacidades, capacitar médicos e enfermeiros na avaliação do grau de incapacidade no diagnóstico e na alta do paciente para garantir uma qualidade da assistência prestada durante o tratamento”, comentou a referência técnica.

Tratamento

“A partir do momento que o paciente é diagnosticado e recebe a primeira dose da medicação supervisionada, via oral, pelo profissional de saúde na Unidade Básica de Saúde, e as demais são diárias em casa, por seis a 12 meses, de acordo com o tipo de tratamento. Quando inicia o tratamento ele não transmite mais a doença, a transmissão é bloqueada, por isso o diagnóstico precoce é tão importante para alcançar a cura e quebrar a cadeia de transmissão”, concluiu Maria Betânia.

Foto: Flávia Pacheco

ASCOM SES

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