O governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Saúde, reunião várias entidades de classe para discutir sobre acidentes de trabalho e adoecimento do trabalhador, com foco na implantação de uma cultura de prevenção no I Seminário Estadual da Vigilância em Saúde do Trabalhador. O secretário de Estado da Saúde, Valberto de Oliveira, abriu o evento e destacou a determinação da gestão em zelar pela saúde do trabalhador da rede.
“Fomos nós que agimos para organizar o Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador), o que não foi fácil, mas temos a vontade de fazer e isso é que é importante, principalmente quando a gente começa a entender que o trabalhador precisa ter um foco especializado”, enfatizou.
Fazendo referência ao Abril Verde, movimento celebrado em memória às vítimas de acidente de trabalho, o seminário reuniu um time de palestrantes que manteve o público bem interessado no debate. O procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho, Emerson Albuquerque Resende, falou sobre o Papel do MPT na Prevenção de Acidentes de Trabalho, enquanto o juiz do Trabalho, Alexandre Manuel Rodrigues Pereira, abordou A Violência no Ambiente de trabalho.
O procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho, Emerson Albuquerque Resende, destacou a importância da discussão sobre acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, enfatizou a contribuição que o MPT oferece à sociedade com a sua atuação no combate às irregularidades relacionadas à saúde do trabalhador e informou que uma série histórica de 2012 até a atualidade revela que o número de mortes por acidentes no trabalho caiu. Naquele ano foram 20 óbitos contra seis em 2018.
O auditor fiscal do trabalho, José Augusto da Fonseca, discorreu sobre ‘Acidentes de Trabalho sob o Foco da Gestão de Riscos’, e o médico perito do INSS, Rômulo Souza Nascimento, tratou do tema ‘LER/DORT: uma visão previdenciária’. “O fato de esse evento estar acontecendo com vários setores da área trabalhista e da saúde é um grande avanço porque as ações se inter-relacionam entre Vigilância Sanitária, MPT, Justiça do Trabalho e a inspeção do Trabalho”, salientou.
O auditor informou que no campo dos acidentes de trabalho a base de tudo está na gestão de risco. “Se você não tem identificado quais são os riscos e perigos a que o trabalhador e a própria empresa estão sujeitos, como vai tratá-los, não saberá preveni-los”, realçou, acrescentando que a gestão de risco deve fazer parte do negócio da empresa. Segundo ele, o número de acidentes de trabalho vem caindo em Sergipe, embora em 2018 foram contabilizados 1.400 casos, sendo destes, 27% na área da saúde, que lidera as ocorrências com trabalhadores expostos a agentes biológicos (bactérias, fungos, parasitas) e a objetos perfuro cortante.
A diretora de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Mércia Feitosa, o seminário representou um marco. “Conseguimos reunir pessoas que irão contribuir para essa reflexão, o de que nós temos que visualizar muito mais nossos trabalhadores, seja na rede pública ou privada. Precisamos cuidar melhor deles”, reforçou.
Para o coordenador de Vigilância em Saúde do município de Nossa Senhora das Dores, Luciano Passos Souza Júnior, as palestras do seminário permitirão agregar mais conhecimento no que se refere à prevenção das doenças e acidentes que acometem os trabalhadores da área da saúde. “Em nosso município estamos sempre monitorando estas duas situações, através de notificações, para que a gente possa planejar nossas ações de prevenção”, disse.
Foto: Flávia Pacheco
ASCOM SES