Aracaju, 24 de abril de 2024
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Papo azul: debate sobre autismo reúne pais e profissionais de saúde

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No mês dedicado à conscientização sobre autismo, pessoas com autismo e seus familiares conquistaram avanços na área de políticas públicas em Sergipe com a sanção da lei estadual que determina atendimento prioritário para pessoas com Transtorno do Espectro Autista. Nessa perspectiva, o atendimento, tratamento e acolhimento foram temas de debate na Universidade Tiradentes, por meio do curso de Enfermagem.

Denominado de ‘Papo Azul’, o evento foi coordenado pela professora do curso de Enfermagem, Ilva Santana, que reuniu profissionais da área de saúde, acadêmicos e familiares de pessoas com autismo no debate.

“A necessidade de falar sobre o tema surgiu da minha necessidade como mãe. Meu filho está no espectro e tem 8 anos. Antes disso, sempre estive envolvida no trabalho de saúde mental. Nosso objetivo é trazer a discussão técnica para pessoas que não fossem da área de saúde. Vamos trabalhar o espectro, o porquê de um autista não ser igual ao outro, tratamentos atuais, terapias comportamentais. Vamos trazer, também, a realidade das famílias. A aceitação é difícil e precisamos acolher essas famílias”, declarou a professora da disciplina Saúde Comunitária.

O Transtorno do Espectro Autista (TEfoi coordenadoA) é um transtorno neurológico caracterizado por comprometimento da interação social, comunicação verbal e não-verbal e comportamento restrito e repetitivo. Os sinais geralmente desenvolvem-se gradualmente, mas algumas crianças com autismo alcançam o marco de desenvolvimento em um ritmo normal e depois regridem.

Flávia Pimentel tem uma filha no espectro e estuda enfermagem. Ela conta que criou um perfil nas redes sociais para relatar sua experiência familiar porque encontrou dificuldade no acesso às informações sobre o tema quando recebeu o diagnóstico.

“Sinto a necessidade de falar sobre autismo porque é um tema que não é discutido.  Precisamos de profissionais, principalmente na área de saúde, que saibam lidar com pessoas com autismo porque esse é um grande déficit. Os profissionais saem da Universidade e precisam se especializar no atendimento. Não deveria, o atendimento tem que ser igual para todos”, afirma, pontuando as dificuldades quando recebeu o diagnóstico da filha.

“Minha filha tem 8 anos. Foi difícil no início porque a gente idealiza quando se torna mãe e, de repente, temos que lidar com uma realidade que não se conhece. Comecei a frequentar grupos de apoio, pesquisar artigos científicos. Hoje, tenho um perfil nas redes sociais por meio do qual conto minha experiência para ajudar quem passa pela mesma situação”.

Por Ana Dulce Souza de Melo

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