Aracaju, 19 de março de 2024

Manifestantes protestam no Rio contra bloqueio de recursos para as universidades

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Manifestantes se reuniram no Centro do Rio desde o início da tarde até a noite desta quarta-feira (15) em protesto contra o bloqueio de recursos para a educação anunciado pelo Ministério da Educação (MEC).

  • Mais de 200 cidades brasileiras têm protestos

Sob chuva, diferentes grupos – na maior parte formados por estudantes, professores, sindicalistas e representantes de movimentos sociais – saíram de vários pontos do Grande Rio e foram se encontrando na Candelária.

Por volta das 17h30, os manifestantes iniciaram uma caminhada pacífica pela Avenida Presidente Vargas, sentido Zona Norte, causando alterações no tráfego (veja interdições e desvios abaixo). Pouco antes das 19h, o protesto chegou à Central do Brasil.

De acordo com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) do Rio, que participa da organização do protesto, cerca de 150 mil pessoas participaram. A PM não divulgou estimativa de público.

Confusão e ônibus queimado

Ônibus foi incendiado após o protesto no Rio — Foto: Marcos Serra Lima/G1Ônibus foi incendiado após o protesto no Rio — Foto: Marcos Serra Lima/G1

Ônibus foi incendiado após o protesto no Rio — Foto: Marcos Serra Lima/G1

Às 19h35, quando os manifestantes se dispersavam na Central do Brasil, e os organizadores já haviam anunciado o fim do ato no carro de som, houve confusão, e a PM lançou bombas de efeito moral, provocando correria. Um ônibus foi queimado na Avenida Presidente Vargas (leia a reportagem).

Manifestação no Rio com a Candelária ao fundo, por volta das 18h — Foto: Reprodução/TV GloboManifestação no Rio com a Candelária ao fundo, por volta das 18h — Foto: Reprodução/TV Globo

Manifestação no Rio com a Candelária ao fundo, por volta das 18h — Foto: Reprodução/TV Globo

Às 17h30, manifestantes já lotavam a Candelária em protesto contra corte na educação — Foto: Reprodução/ TV GloboÀs 17h30, manifestantes já lotavam a Candelária em protesto contra corte na educação — Foto: Reprodução/ TV Globo

Às 17h30, manifestantes já lotavam a Candelária em protesto contra corte na educação — Foto: Reprodução/ TV Globo

O ato uniu alunos universitários e de Ensino Médio, pais, professores, entre outros. Cartazes com dizeres como “Educação não é gasto, é investimento” e outros com palavras contra o presidente Jair Bolsonaro foram exibidos.

Nos Estados Unidos, o presidente se manifestou dizendo que não gostaria de contingenciar verbas, mas que isso é necessário. Declarou também que os manifestantes são “uns idiotas úteis, uns imbecis”.

Manifestantes protestam contra cortes na educação — Foto: Marcos Serra Lima/G1Manifestantes protestam contra cortes na educação — Foto: Marcos Serra Lima/G1

Manifestantes protestam contra cortes na educação — Foto: Marcos Serra Lima/G1

Outros municípios

Outras cidades do estado tiveram protesto: Duque de Caxias, Itaguaí, Niterói e Nova Iguaçu, na Região Metropolitana; Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, na Região Serrana; Angra dos Reis, na Costa Verde; Cabo Frio, Macaé e Maricá, na Região dos Lagos; Valença e Volta Redonda, no Sul Fluminense; Campos, no Norte Fluminense.

Manifestantes protestam na Candelária, Centro do Rio

Manifestantes protestam na Candelária, Centro do Rio

Manifestantes fizeram passeata pela Avenida Presidente Vargas — Foto: Marcos Serra Lima/G1Manifestantes fizeram passeata pela Avenida Presidente Vargas — Foto: Marcos Serra Lima/G1

Manifestantes fizeram passeata pela Avenida Presidente Vargas — Foto: Marcos Serra Lima/G1

Estudantes protestam no Centro do Rio contra cortes nas educações — Foto: Marcos Serra Lima/G1Estudantes protestam no Centro do Rio contra cortes nas educações — Foto: Marcos Serra Lima/G1

Estudantes protestam no Centro do Rio contra cortes nas educações — Foto: Marcos Serra Lima/G1

Estudantes protestam no Centro do Rio contra cortes na educação — Foto: Marcos Serra Lima/G1Estudantes protestam no Centro do Rio contra cortes na educação — Foto: Marcos Serra Lima/G1

Estudantes protestam no Centro do Rio contra cortes na educação — Foto: Marcos Serra Lima/G1

Protesto no Rio teve a palavra educação colada a uma cruz — Foto: Marcos Serra Lima/G1Protesto no Rio teve a palavra educação colada a uma cruz — Foto: Marcos Serra Lima/G1

Protesto no Rio teve a palavra educação colada a uma cruz — Foto: Marcos Serra Lima/G1

Estágio de atenção

O Centro de Operações da Prefeitura do Rio informou por volta das 17h30 que a cidade seguia em estágio de atenção devido à manifestação no Centro. O município entrou nesse estágio às 22h55 de terça-feira (14) por causa do avanço de uma frente fria, que provocou chuva, ventos e raios. A chuva já perdeu força, mas ainda há previsão para as próximas horas.

Interdições

  • Avenida Presidente Vargas, nos dois sentidos, na altura da Candelária;
  • Avenida Rio Branco a partir da altura da Av. Presidente Vargas;
  • Pista central da Av. Presidente Vargas, no sentido Candelária, a partir da altura da Biblioteca Parque. O desvio do trânsito é feito para a pista lateral, onde os motoristas são direcionados para acessar a Avenida Passos. A pista lateral da Av. Pres. Vargas, no sentido Candelária, está interditada após o cruzamento com a Av. Passos.

Rotas alternativas

  • Os veículos que vêm pela Rua Primeiro de Março devem acessar a Rua Visconde de Inhaúma ou o Túnel Rio 450;
  • Aterro do Flamengo;
  • Túnel Prefeito Marcello Alencar;
  • Via Expressa do Porto;
  • Avenida Mem de Sá;
  • Rua do Riachuelo;
  • Avenida Augusto Severo.

Transportes

  • VLT informa que a Linha 2 circula em serviço provisório entre Praia Formosa e Saara. A Linha 1 segue com serviço entre Praia Formosa e Parada dos Museus. Agentes da CET-Rio, da Guarda Municipal e a PM atuam nas vias.
  • Os ônibus operam com desvios devido às interdições
  • BRTmetrôtrensbarcas e aeroportos têm operação normal.

Atos espalhados

Antes do grande ato no centro, um grupo protestou à tarde em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo estadual. O trânsito do Túnel Santa Bárbara apresentou retenções.

Universidades e escolas do Rio suspenderam as atividades nesta quarta-feira (15) para protestar.

No início da manhã, não houve movimentação em colégios tradicionais, como o Pedro II. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Estadual da Zona Oeste (Uezo) e a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) estão entre as que confirmaram paralisação.

Manifestantes protestaram também, pela manhã, no Hospital Universitário Clementino Fraga (UFRJ), no Fundão. Representantes do sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRJ, estudantes, representantes da UFF e apoio de outros sindicatos, faziam um ato contra o bloqueio de verbas das instituições.

O sindicato dos professores (Sepe) decidiu paralisar as atividades nas principais instituições públicas de ensino do estado. Algumas instituições particulares como os colégios Q.I, Corcovado, Santo Agostinho, Escola Parque, São Vicente, Andrews, Zaccaria, Pio XII, João Lyra Filho e Liceu Franco Brasileiro aderiram ao movimento.

Bloqueio de recursos

Em abril, o Ministério da Educação divulgou que todas as universidades e institutos federais teriam bloqueio de recursos. Em maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de mestrado e doutorado.

De acordo com o Ministério da Educação, o bloqueio é de 24,84% das chamadas despesas discricionárias — aquelas consideradas não obrigatórias, que incluem gastos como contas de água, luz, compra de material básico, contratação de terceirizados e realização de pesquisas.

O valor total contingenciado, considerando todas as universidades, é de R$ 1,7 bilhão, ou 3,43% do orçamento completo — incluindo despesas obrigatórias.

Em 2019, as verbas discricionárias representam 13,83% do orçamento total das universidades. Os 86,17% restantes são as chamadas verbas obrigatórias, que não serão afetadas. Elas correspondem, por exemplo, aos pagamentos de salários de professores, funcionários e das aposentadorias e pensões.

Segundo o governo federal, a queda na arrecadação obrigou a contenção de recursos. O bloqueio poderá ser reavaliado posteriormente caso a arrecadação volte a subir.

O contingenciamento, apenas com despesas não obrigatórias, é um mecanismo para retardar ou deixar de executar parte da peça orçamentária devido à insuficiência de receitas e já ocorreu em outros governos.

Por Marcos Serrra Lima e Raoni Alves, G1 Rio

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