Aracaju, 26 de abril de 2024
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Perímetro irrigado de Lagarto recebe visita de estudantes

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O dia de campo no pólo irrigado da Cohidro atende ao cronograma acadêmico das disciplinas de Fruticultura e Entomologia Agrícola

“As aulas teóricas são necessárias, mas no campo, podemos ver e colocar em prática tudo que nos é ensinado”, disse a universitária Jéssica da Silva, que cursa o 5° período de Engenharia Agronômica na Faculdade do Nordeste da Bahia – Faneb, em Coronel João Sá. A jovem fez parte do grupo de estudantes e professores que visitaram o Perímetro Irrigado Piauí, no município sergipano de Lagarto, uma parte da infraestrutura que o Governo do Estado mantém, distribuindo água de irrigação a 421 lotes agrofamiliares.

Durante a aula de campo, os estudantes puderam conhecer exemplos de produção certificada de mudas frutíferas, de banana prata anã e uma amostra de produção orgânica de hortaliças. “A gente tem uma estação de bombeamento (EB) na barragem, a 5 km daqui, no rio Piauí, com uma adutora de 600 mm que faz a água chegar nesse reservatório secundário, onde a EB-02 distribui a água em sete setores, em sete povoados aonde estão os lotes”, explicou aos estudantes o técnico agrícola da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro, Willians Domingos.

Dessa forma, pôde ser ampliado o raio de visão que os visitantes têm do escritório-sede do perímetro, onde também conheceram a Estação Meteorológica. Dali, segundo ele, equipamentos de mensuração do clima tanto geram dados necessários para determinar o tempo e o período para irrigar no dia, como também alimentam o banco de informações climáticas do estado.

O foco maior da visitação foi a produção irrigada de espécies frutíferas que, conforme explicação do técnico da Cohidro, se faz de forma consorciada, possibilitando a diversificação da produção, e evitando que o agricultor sofra tanto com os altos e baixos do mercado. “Ele tem o maracujá, mas também tem o quiabo, coentro e a macaxeira. Ou seja, o produtor tem a diversificação de culturas e não enche o lote de uma cultura só. Se há 30 dias, o maracujá custava e R$ 4 o quilo, hoje está a R$ 0,50, aí tem que ter outra cultura para garantir a geração da renda familiar”, exemplificou Willians.

O professor Lucas Aroaldo expôs que a visita serviu para mostrar como funciona toda a infraestrutura envolvida, que vai desde a assistência técnica até a estrutura que a Cohidro oferece para esses produtores. “Os técnicos são capacitados para o entendimento da agricultura familiar desse policultivo, que envolve desde a olericultura orgânica até a produção de espécies frutíferas. É de suma importância que os alunos tenham contato com essas experiências de setores e com os produtores assistidos pela Cohidro”.

Depois de conhecer a complexa produção de mudas do produtor irrigante Nivaldo Araújo, a estudante Jéssica afirmou que a aula de campo foi interessante. “Possibilitou que pudéssemos absorver novos conhecimentos e saber de que forma é feito todo o processo [de produção] das mudas de cada cultura”, complementou a universitária. O irrigante Nivaldo Araújo, por sua vez, conta que para estar certificado a fornecer mudas citrícolas em Sergipe, segue um rigoroso controle de qualidade das matrizes, devendo haver muita disciplina nas rotinas de segurança fitosanitária. “O controle de pragas aqui dentro depende de mim, porque o segredo são as portas dos viveiros, por isso, todos os dias eu estou aqui. Digo aos funcionários que se gera um foco de doença aqui, perde tudo e o prejudicado não sou só eu, mas sim todos nós”, ressaltou.

O grupo ainda foi conhecer a produção de banana prata anã do irrigante Rosendo Santos, que realiza o controle de pragas com os métodos convencionais; e a produção orgânica de João Pacheco, onde o controle de pragas é feito usando processos alternativos. Nesses locais, o professor Fábio Leal, que ensina sobre os insetos inimigos das lavouras, pôde mostrar aos alunos, na prática, o trabalho de manter as plantas sadias, com e sem o uso de agrotóxicos. “Essas viagens servem para os alunos terem uma visão mais integral do processo agropecuário, aí eles vão fazendo os links necessários entre uma disciplina e outra. Hoje, tentamos identificar algumas pragas, métodos de controle e o que pode ser feito para minimizar os problemas causados por insetos”, concluiu.

Foto Fernando Augusto

ASN

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