Aracaju, 26 de abril de 2024
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A morte e a vida segue…

Diógenes Braynerplenario@faxaju.com.br

Em instante rápido de silêncio, no salão onde se realizava o Simpósio de Oportunidades – Novo Cenário da Cadeia do Gás Natural em Sergipe, no Radisson Hotel, localizado na orla de Aracaju. Ouve-se um grito, seguido de um tiro. Um corpo no chão se contorcendo. Uma tragédia! Tentaram socorrê-lo. Não houve tempo. A morte chegou primeiro.

A identificação espalhou tristezas e lamentações. Tratava-se do empresário Sadi Gitz (71), proprietário da empresa Escurial, que cometera suicídio com um tiro na boca. O governador Belivaldo Chagas fez o que devia: cancelou o simpósio. Em entrevista disse que jamais esperaria que isso pudesse acontecer em um evento e admitiu que no momento era mais importante prestar “nossa solidariedade à família do Sadi”.

– Ele era um empresário que prestou serviços a Sergipe e que estava passando por um momento de dificuldades com a sua empresa, exatamente o que estamos buscando hoje, o barateamento do gás. Mas, vida que segue”, disse triste.

Nos grupos sociais setores da oposição pinçaram o “vida que segue”, como “frieza” do governador em relação a uma morte estúpida. Jamais seria isso. Politizar tragédias causa arrepios e horror. É como se tivessem brincando com a fatalidade. “Vida que segue”, dita no momento pelo governador, foi uma expressão usual exatamente nesses instantes de tristeza. Serve de lamúria por perdas importantes, não como um gesto abominável do “não tô nem aí”.

Mas, naturalmente, os adversários fazem de tudo para desqualificar a quem se opõem e terminam por vulgarizar um sentimento importante pela morte de um cidadão que, de alguma forma, tinha compromissos com Sergipe.

O empresário Sadi vinha com problemas graves na sua empresa há anos. Sentiu de forma profunda a sua hibernação e demissão de dezenas de trabalhadores, já estava em recuperação judicial, mas a crise não perdoa mesmo nesses momentos mais difíceis. Ele estava em dificuldades para compra de gás – insumo para sua indústria. Mesmo assim, mantinha o espírito empreendedor e acreditou no barateamento que a imensa “mina de gás” no litoral de Sergipe provocaria nesse produto. Não deu certo…

Sadi imaginou que a produção do gás seria ainda para esse ano e só depois percebeu que durariam anos. Investiu em novos projetos que não poderia levar adiante e se revelava preocupado com o aprofundamento da crise. É triste, porque ele sequer chegou ao sonho do êxito, que foi desfeito com um tiro e a morte imediata. Lamenta-se muito pelo homem, pelo cidadão correto e pelo comportamento leal de um cidadão que aos 71 anos ainda embalava o futuro e acreditava em Sergipe.

Produção em dez anos

O anúncio da presença de gás em Sergipe fez com que muita gente imaginasse que sua produção fosse iniciada imediatamente e houvesse a comercialização barateada dentro de mais um ou dois anos.

*** Segundo um técnico da área, os estudos para a produção ainda não se iniciaram e isso deve acontecer em aproximadamente 10 anos.

*** O gás está em ultra profundidade – mais de três mil metros – e precisa de uma ampla análise e estrutura para começar a ser produzido.

Problemas da Sergás

O governador Belivaldo Chagas declarou, em entrevista a André Barros, que teria encontrado “duas cabeças de jegue enterradas na Sergás e que iria torrá-la”.

*** Anunciava com isso a sua decisão de privatizar a empresa, que jamais teve boa administração.

Na morte a única saída

O revólver com o qual o empresário Sadi Gitz, da Escurial, cometeu o suicídio foi de calibre 38 cano longo. Ele estava com a empresa em dificuldades e tristemente encontrou na morte à única saída.

*** Segundo informação de um empresário que estava à sua frente, ele teve dificuldade de retirar o revolver da cintura, estava avermelhado e demonstrava irritação.

Rogério solidário

O senador Rogério Carvalho (PT) se solidarizou com a família do empresário Sadi Gitz, da Escurial, pelo terrível acontecimento [Ele cometeu o suicídio].

*** Que Deus traga conforto aos parentes e alivie a dor, desejou.

Segurança preocupa

Vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro expressou preocupação com a segurança do pai, presidente Jair Bolsonaro, depois do sicídio de Sadi Gitz diante do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e do governador de Sergipe, Belivaldo Chagas.

*** “Mais uma falha de segurança. Seria bom a segurança do presidente ficar mais atenta”, escreveu Carlos Bolsonaro, no Twitter, para alfinetar o general Heleno.

Abutres politizam

Thiago Reis escreve em seu blog que é lamentável que a tragédia envolvendo a morte do empresário Sadi Gitz, dono da Cerâmica Escurial, já esteja sendo politizada por abutres.

*** Isso para atender interesses de setores que desejam imputar ao governado Belivaldo Chagas a responsabilidade pelo ocorrido.

Posições dos grupos

Em relação ao episódio do suicídio, os grupos se digladiam. Uns põem fogo na fogueira e outros utilizam extintor. Alguns acham que houve “frieza” do governador ao lamentar e dizer depois: “vida que segue”.

*** Outros acham que a vida realmente tem que seguir depois de qualquer incidente, por mais dramático que ele seja.

Belivaldo fica triste

O governador Belivaldo Chagas passou todo o dia de ontem muito triste e abatido com a morte do empresário Sadi Gitz, Praticamente não trabalhou em razão disso.

*** Belivaldo congratulou-se com a família de Sadi e se colocou à disposição para amenizar uma situação que ninguém deseja a seus parentes.

Esteve muito próximo

Antes do início do simpósio, Belivaldo Chagas quebrou o protocolo e foi buscar a executiva Carla Lacerda, que é a presidente no Brasil da ExxonMobil.

*** Ela estava sentada na lateral esquerda da fileira logo atrás do empresário Sadi. O governador pediu que ela fosse para frente, exatamente em razão da importância Exxon no projeto de exploração do gás.

Barateamento do gás

Em um dos grupos foi divulgado o absurdo de que o suicídio ocorreu porque o governador ainda não havia baixado o preço “desse gás anunciado agora em Sergipe”.

*** Quem tem poderes para baixa ou aumentar gás é a Petrobras, mesmo assim depois de produzido.

Alessandro se solidariza

O senador Alessandro Vieira (Cidadania) também lamentou o a morte do empresário Sadi Gitz, “durante evento público em Sergipe”.

*** “Foi com muito pesar que recebi a triste notícia”, disse ele, se solidarizando com a família e amigos.

Almeida está decidido

O ex-senador José Almeida Lima está decidido: vai disputar a Prefeitura de Aracaju pelo Partido Verde, sem que haja recuo. Já trabalha para isso.

*** Teria recebido convite do PSDB para filiar-se e disputar as eleições municipais.

Sobre o Instituto

A reunião da diretoria do Instituto Marcelo Déda, que decidiria por sua extinção ou não, marcada para ontem, foi cancelada em razão da morte do empresário Sadi Gitz. Outra data está agendada para a decisão.

*** A tendência é que o IMD seja extinto por questões de subsistência.

Com abaixo assinado

O Partido dos Trabalhadores fez um movimento ontem no centro de Aracaju para buscar assinatura que engorde o abaixo assinado para soltar o presidente Lula, detido na Polícia Federal de Curitiba.

*** Esse abaixo assinado está sendo passado em todo o Brasil.

Candidatura só depois

O presidente regional do PT em Sergipe, deputado federal João Daniel, só no final do ano, depois da realização do PED, que pode mantê-lo no comando do partido é que tratará sobre sucessão municipal.

*** Mas quem quiser continuar falando sobre candidaturas, que fale.

*** João Daniel disse que só disputa a Presidência do Diretório Regional se for em uma chapa de consenso.

O que deu nas redes

///Denúncia de deputado – O PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, vai entrar com uma representação no Conselho de Ética da Câmara contra o deputado Glauber Braga (Psol) por ter xingado o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, de “juiz ladrão”.

*** De acordo com Carlos Jordy (PSL-RJ), um dos vice-líderes do governo e autor do pedido, a acusação de Braga contra Moro é 1 desrespeito e não pode ficar impune. A informação foi divulgada ontem pela revista Época.

///Lula quer entrevista – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu mais uma entrevista na sede da Polícia Federal em Curitiba, onde está preso há mais de um ano. Nesta semana o petista conversou com repórteres do site Sul21, e entre as declarações, voltou a afirmar que não é do interesse da Rede Globo que ele saia da cadeia tão cedo.

*** De acordo com Lula, a emissora da família Marinho usou da operação Lava Jato para inviabilizar a sua candidatura à presidência do país no ano passado. “Não venham me dizer que eu sou contra a Lava Jato. Eu sou contra transformar uma operação de investigação em uma ação política e foi o que fizeram em relação a mim. Eu acho que quem não quer que eu não saia daqui nunca é a Globo”, relatou ao Sul21.

/// Intermédia compra – Em depoimento ao juiz federal Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato na 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, o ex-governador Sérgio Cabral admitiu ontem que intermediou a compra de votos junto a membros do COI (Comitê Olímpico Internacional) para que o Rio de Janeiro pudesse sediar os Jogos Olímpicos de 2016.

*** Segundo Cabral, 09 dos 95 membros votantes foram comprados, ao todo, por US$ 2 milhões em 2008.  O depósito do valor teria sido feito no exterior pelo empresário Arthur Soares – conhecido como Rei Arthur, devido ao fato de ser o maior fornecedor de mão de obra do Estado – ao presidente da Federação Internacional de Atletismo, Lamine Diack, que distribuiria o dinheiro aos membros comprados. (Informação do portal Uol).

Um bom bate papo

Fabio fala – O deputado federal Fábio Henrique (PDT) anunciou, durante sessão na Câmara, a morte do empresário durante o simpósio em Aracaju.

Amigo pessoal – Fábio Henrique se declarou amigo pessoal do empresário Sadi Gitz, dono da Escurial em Nossa Senhora do Socorro, cidade que foi prefeito.

Várias mensagens – Vários políticos enviaram mensagens à família de Sadi e lamentaram sua morte pela forma violenta como ela ocorreu.

Redes sociais – Alguns amigos (e eram muitos) ocuparam as redes sociais com mensagens a Sadi, todos o reconhecendo como empreendedor, de bom caráter e leal.

Era importante – O Simpósio que se realizava em hotel da orla era importante para a discussão sobre o gás descoberto no litoral sergipano.

Um bom vinho – Na cidade de Glória as noites têm sido muito frias. Diariamente bate 20º ou 21º o que se torna atraente para um bom vinho.

Trouxa é ele – Ruy Falcão (PT) responde: “Paulo Guedes disse que os brasileiros são trouxas. Trouxa é ele, que é também entreguista e funcionário do Bolsonaro”.

É bom ou ruim – Clovis Barbosa sugere que quando suas prioridades estiverem mudando, procure analisar se isso é bom ou ruim!

Cadê a bichinha – O subtenente Edgard Menezes faz uma pergunta irônica: “e Rose, a amante de Lula, será que ainda está entre nós? Cadê a bichinha?”

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