Aracaju, 19 de abril de 2024
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UTI do Huse registra redução significativa de lesão por pressão

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Nos últimos três meses, a unidade registrou uma redução significativa de 18% para 3% da LPP

A qualidade na assistência e a segurança do paciente vêm sendo muito discutidas nos últimos anos no âmbito dos cuidados à saúde. No Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), unidade gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), essa assistência é levada a sério e se reflete nos grandes indicadores apresentados pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital, quanto à Lesão por Pressão (LPP).

Para se ter uma ideia do trabalho realizado em equipe, nos últimos três meses, a unidade registrou uma redução significativa de 18% para 3% a lesão por pressão. Um conjunto de medidas preventivas e eficazes, como explica o coordenador da Comissão de Pele e cirurgião plástico do Huse, Ricardo Araújo.

“A gente tem um sucesso na prevenção de lesão por pressão, que é um dos grandes indicadores para a assistência de enfermagem, além de servir como parâmetro para saber se o paciente está sendo bem assistido. Vimos na UTI um grande número de lesão por pressão e começamos a trabalhar com a equipe, conversar, mostrar a importância, trocar colchão, fazer capacitações e, com isso, nos últimos meses conseguimos o resultado que a gente queria, uma redução significativa de lesão por pressão. Para se ter uma ideia, nos hospitais americanos a incidência de lesão por pressão é de 7% considerada tolerável e a gente, num hospital público, conseguimos essa grande vitória de 3%”, declarou.

Para se atingir esses números positivos, foi criada toda uma estrutura na UTI, regularizando a temperatura, regularizando o quantitativo de técnicos, regularizando os colchões que não estavam adequados, regularizando os lençóis que não eram suficientes, chegada de uma equipe da comissão de pele para trabalhar especificamente na UTI e ajudando no treinamento de pessoal. Além da disponibilização de todos os curativos do hospital, reuniões alertando colaboradores para a importância dessa prevenção, colocação de placas em cada leito dos pacientes indicando horário que ele foi mudado de decúbito, horário da próxima mudança, qual decúbito o paciente se encontra, tipo de curativo, qual a proteção que está usando, entre outras pequenas práticas que surtiram grandes resultados.

Ainda de acordo com Ricardo Araújo, os trabalhos de prevenção para redução dos índices de lesão por pressão também seguem sendo realizados em outras áreas do hospital. “Desde que nós entramos para a comissão de pele e iniciamos esse trabalho já estamos alcançando índices excelentes como no Internamento Cirúrgico que concentra pacientes ortopédicos da vascular, da cirurgia geral e nós passamos mais de dois meses com índices espetaculares, beirando a 1%.

No Pronto- Socorro infantil, os índices são excelentes, a Verde Trauma, Internamento Clínico, Área Azul estão com índices bons, mas a UTI são pacientes graves e a gente resolveu bater muito nessa tecla de melhora, e agora tivemos a expectativa que nós queríamos. Na UTI I tivemos um índice de 3% e na UTI II um índice de 5%, são resultados considerados fora do comum para uma UTI, essa é a nossa maior vitória e superou a nossa expectativa”, afirmou.

Lesão por Pressão

A LPP é uma lesão desencadeada pela não mudança de decúbito do paciente. Os pontos de proeminências ósseas são a região sacral, região trocantérica, região isquiática e região occipital da cabeça. Essas são as áreas mais dispostas a lesão por pressão, ou seja, o paciente está acamado, não consegue levantar e fica na mesma posição por horas, o que acaba abrindo lesões.

De acordo com a gerente da UTI I, Neylla Karoline Froes, uma equipe multidisciplinar atua na unidade para os cuidados e assistência ao paciente.

“Na visão do hospital é importante porque é um marcador de qualidade da assistência, e na visão do paciente é importante porque diminui o de hospitalização e aumenta a rotatividade dos leitos, diminuindo o risco de infecção e dando mais qualidade de vida ao paciente. A UTI conta com uma equipe multidisciplinar composta pelo médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e todos eles atuam em áreas específicas, como o profissional de enfermagem está ligado ao cuidado com o paciente, a nossa parcela para prevenção da lesão por pressão é muito maior que dos outros profissionais. Por isso, a equipe de enfermagem tem sido constantemente atualizada sobre a importância de realizar as medidas anti-lesão com uso de coxis apropriados para ajudar na mudança de decúbito e isso acaba ajudando o paciente a não abrir lesão de pressão ou aqueles pacientes que já chegam na UTI com lesões, a gente consegue melhorar essa ferida”, comentou.

A enfermeira da UTI, Laíse Batista, atua na unidade e ressalta a importância de avaliar completamente o paciente na hora da admissão na UTI. “Antes não tinha uma averiguação adequada do paciente que chegava na UTI, muitas vezes o paciente já vinha com úlcera de outro setor e era registrado como sendo na UTI. Depois desse alerta que fizemos, eles passaram a olhar o paciente melhor para identificar alguma lesão. A avaliação do paciente no momento da admissão melhorou o índice na UTI, porque se o paciente já veio com lesão, esse paciente não entra para as estatísticas da UTI, ele apenas é tratado na unidade”, explicou.

Diariamente, o enfermeiro verifica o risco do paciente através da Escala de Braden, que é atualizada constantemente por causa do protocolo que também é usado pela comissão de pele fazendo o acompanhamento diário. Caso o paciente tenha lesão, ela é avaliada para saber se o uso do curativo está sendo satisfatório, se a ferida está fechando e daí avalia-se a precisão da troca de curativo.

O Huse dispõe de diversos curativos especiais e cada um é para um tipo de lesão.

Fonte e foto assessoria

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