O êxito do trabalho será apresentado no III Congresso Alagoano de Saúde Mental.
Foi-se o tempo em que os pacientes com transtornos mentais eram tratados de forma isolada da sociedade, a ideia agora é integrar e quebrar preconceitos. O modelo chamou atenção dos organizadores do Terceiro Congresso Alagoano de Saúde Mental e do Quinto Simpósio Alagoano de Saúde Mental, que irá ocorrer no próximo dia 10 de agosto em Maceió (AL).
O conceito de Clínica Dia tem proporcionado uma ampliação do tratamento na área da saúde mental, através de um serviço multiprofissional verdadeiramente humanizado em prol da autonomia e reinserção social do paciente com transtornos mentais graves. A clínica dia preenche uma lacuna entre a internação e o ambulatório para as pessoas com Esquizofrenia, Transtorno Bipolar de Humor, Depressão, e outros diagnósticos da psiquiatria, com uma vasta gama de atividades terapêuticas.
O Congresso Alagoano de Saúde Mental contará com uma palestra de Kelly Coutinho, assistente social e sócia proprietária da Equilíbrio Clínica Dia que fica em Aracaju.
Para o paciente iniciar um acompanhamento primeiramente é feita uma “triagem”, a avaliação do paciente, sua situação clínica atual, os níveis de continência e cuidados necessários para seu tratamento. A inserção do paciente no serviço pode ser imediata ou programada, com uma frequência, duas, três ou até cinco vezes na semana, de acordo com o “Projeto Terapêutico Individual – PTI” do paciente. “As atividades terapêuticas indicadas, à frequência, os encaminhamentos para outros serviços ou profissionais, todo o projeto terapêutico do paciente é desenvolvido pela equipe multiprofissional através de supervisões, discussões de casos e reuniões”, explica Kelly Coutinho.
Atendimentos em psiquiatria e psicologia, oficinas de artesanato, música, pilates, yoga, teatro, dança e muitas outras atividades são realizadas na clínica dia, a família também é importante no processo do tratamento. “Os familiares dos pacientes também são convidados a frequentar o serviço, através do grupo de família, que corresponde ao momento da escuta, orientação e participação direta das famílias no tratamento de uma pessoa com transtorno mental”, destaca.
A criatividade e o talento dos pacientes são incentivados, como é o caso de Ivan Pinto Sampaio, portador de esquizofrenia e autor do livro “Os Pensamentos de Ivan”. No final de maio deste ano, a festa de lançamento do livro obteve grande sucesso com longa fila de autógrafos.
O grupo de teatro é outro grande destaque das atividades terapêuticas desenvolvidas e direcionadas a externalizar os sentimentos através da arte e expressão corporal. “O teatro, a música, a dança, todas as atividades de arte proporcionam a comunicação, o compartilhamento de vivências, a inserção social, a remissão de sintomas, um equilíbrio e uma saúde mental de qualidade”, finaliza Kelly.
Fonte e foto: Rodrigo Alves