Aracaju, 23 de abril de 2024
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NAS REDES SOCIAIS, SARGENTO JORGE VIEIRA DIZ QUE FOI “CONFIRMADA A PERSEGUIÇÃO”

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O presidente da Associação dos Militares do Estado de Sergipe (Amese) sargento RR Jorge Vieira da Cruz, usou as redes sociais nesta sexta-feira (26) para fazer um desabafo e afirmar que sofre perseguição dentro da instituição e isso seria, segundo ele, por suas constantes cobranças por melhorias da corporação.

Vários fatos levaram o militar reformado a fazer a denúncia da suposta perseguição e a mais recente foi registrada em uma reunião das associações, onde Vieira foi convidado pelo comandante geral a deixar o local.

Ao final de seu desabafo, Vieira avisa: “não irei me calar nem me omitir no tocante aquilo que acredito e irei continuar com mais força na luta em prol da dignidade do militar estadual”.

Veja o que Vieira diz sobre o que ele classifica como perseguição:

No dia de ontem (quinta-feira, 25)  fizemos publicar neste espaço uma suposta foto de intimação que estava circulando nos grupos de whatsapp e que, em tese, se referiam a uma intimação expedida para que eu fosse ouvido em sede de Inquérito Policial Militar. Como vivemos em uma época em que a informação deve ser muito bem filtrada, haja vista a proliferação de “fake News”, resolvemos não dar muita credibilidade.

Porém, não sei se motivado pela publicação neste blog no dia de ontem – ou por puro azar meu – a tal suposta “fake News” não era uma fake News. Um oficial da Polícia Militar esteve na minha casa na manhã de hoje e fui notificado para ser ouvido em uma investigação da qual eu não sei do que estou sendo acusado. Aproveito para dizer que nenhum dos militares que esteve em minha residência para cumprir essa missão, nada têm a ver com toda essa conspiração contra minha pessoa. Apenas cumpriram ordens.

Pois bem, como já falei: eu não sei do que estou sendo acusado. Tenho uma vaga ideia. Mas, certeza, não!

Como é que o comando de uma instituição que defende a democracia, em pleno século XXI, oficia um policial militar e sequer diz do que ele está sendo acusado? 
Pelo que andei fazendo recentemente, sou levado a crer que foi por causa de um dos seguintes fatos:
1) Cobrança da aplicação da lei 310/18, aprovada na Assembleia Legislativa e que faz retornar o pagamento do posto/graduação imediato dos nossos militares veteranos que ingressaram na inatividade até o mês de março do ano passado (link);
2) Pelo fato de estar martelando os mais de seis anos sem a reposição inflacionária nos vencimentos dos nossos policiais militares e bombeiros (link);

3) Por estar exigindo que o vale-refeição saia dos míseros 8 reais e atinja um valor que dê o mínimo de dignidade ao policial militar (link)?

4) Os quartéis caindo aos pedaços e que foram condenados pela Defesa Civil, Vigilância Sanitária e Conselho Regional de Engenharia (CREA) (link).

Todas estas ações, ao que parece, estão incomodando tanto o comandante geral da PM, coronel Marcony (que se agarra com unhas e dentes na permanência no cargo) quanto o governador Belivaldo Chagas (que alega ter assumido o governo esse ano, mas é a quarta gestão seguida a qual ele faz parte).

Sabemos muito bem como é que o sistema se porta quando alguém levanta a voz para denunciar irregularidades. Já respondi a inúmeros IPMs, sindicâncias, PAD’s. Já fui inclusive preso, injustamente.

A história parece se repetir

Não fosse uma anistia aprovada pelo Congresso Nacional no ano de 2012, fatalmente eu não envergaria mais a honrada farda de policial militar. Tudo por que ousamos de forma muito clara, mostrar à sociedade o desrespeito à família militar e as péssimas condições de trabalho da categoria.

Não irei me calar nem me omitir no tocante aquilo que acredito e irei continuar com mais força na luta em prol da dignidade do militar estadual.

P.S. Para aqueles que não assistiram, recomendamos ver este documentário que resume a segurança pública em Sergipe.

JORGE VIEIRA DA CRUZ

Sargento da reserva, mais um veterano

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