Aracaju, 7 de julho de 2025
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PROMOTOR APONTADO COMO O 1º HACKEADO NEGA IRREGULARIDADES

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O promotor de Justiça de Araraquara (SP) Marcel Zanin Bombardi, que seria a primeira autoridade a ter o celular invadido por Walter Delgatti Neto, negou que tenha cometido irregularidades alegadas pelo suspeito para justificar o hackeamento. A invasão teria levado Delgatti aos contatos de outras pessoas.

Delgatti disse em depoimento à Polícia Federal, na terça (23), que o promotor cometeu atos ilícitos em um processo contra ele por tráfico de drogas e falsificação. Disse ainda que obteve conversas em que o promotor cometia irregularidades no exercício de sua função.

“Isso é um absurdo. Não tem irregularidade nenhuma no meu exercício funcional, a corregedoria está aí me correicionando o tempo todo. Se ele tinha, por que não apresentou? O que ele está querendo fazer é se vingar agora nessa situação”, disse o promotor ao G1.

O repórter Mahomed Saigg, da TV Globo, teve acesso com exclusividade ao depoimento de Delgatti nesta sexta-feira (26).

Delgatti, que é de Araraquara e morava em Ribeirão Preto, e outras três pessoas foram presas pela Polícia Federal, na terça, por suspeita de envolvimento na invasão de contas do aplicativo de mensagens Telegram do ministro Sergio Moro (Justiça) e outras autoridades.

Invasão do celular de promotor

Em abril de 2017, Delgatti foi preso com comprimidos de um medicamento com venda proibida, além de uma carteirinha de estudante de medicina da USP com a foto dele e dados pessoais de outra pessoa.

O promotor Bombardi ofereceu a denúncia contra Delgatti, que foi condenado a dois anos de prisão por tráfico de falsificação.

No depoimento dado à PF na terça (23), Delgatti afirma que Bombardi cometeu atos ilícitos no processo e, por isso, resolveu acessar sua conta do Telegram. No depoimento, ele não especificou quais foram as irregularidades.

Delgatti disse ainda que obteve conversas de conteúdo de interesse público realizados pelo promotor, que estaria, segundo ele, cometendo irregularidades no exercício de sua função. Ele também não esclarece quais são elas.

Disse ainda que o conteúdo das conversas foi armazenado em seu notebook e em um cloud (nuvem) da Dropbox e que “resolveu não publicar o material obtido na conta do Telegram de Marcel Zanin por temer ser vinculado ao ataque, tendo em vista que morava em uma cidade pequena e era conhecido por ter conhecimento avançados em informática”.

Promotor nega irregularidades

Ao G1, o promotor negou qualquer tipo de irregularidade. Disse ainda ser difícil ter a imagem atacada por questões vagas e genéricas.

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