Aracaju, 6 de julho de 2025
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SES realiza seminário sobre hepatites para médicos e enfermeiros

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A Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com o Hospital Universitário (HU), realizou nesta sexta-feira, 26, o VI Seminário Estadual de Hepatites Virais, na Universidade Tiradentes (Unit), dirigido aos profissionais da Atenção Primária:  médicos e enfermeiros que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). O evento acentua o Julho Amarelo, que tem a proposta de mobilizar a sociedade e as equipes de saúde para a prevenção das hepatites.

O seminário foi aberto pela diretora de Vigilância em Saúde da SES, Mércia Feitosa, que apresentou o perfil epidemiológico das hepatites A, B e C no Estado e no país, chamando a atenção para uma situação: o subdiagnóstico. “O grande objetivo da implantação do teste rápido na Atenção Primária foi para permitir o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno. Com este seminário, trazemos essa discussão para a Atenção Primária para que os profissionais entendam que terão que ampliar uma ferramenta que está disponível”, explicou Feitosa.

Ela mostrou no seminário uma estatística de 2008 a 2018, referente às hepatites, relevando que em crianças e os adultos que estão na faixa de vacinação, a incidência de todos os casos de hepatite caiu. “Isso mostra a importância da vacinação”, realçou. No contraponto, cresceu nas demais faixas que não têm a vacina como prevenção. Neste caso, a diretora sugere cuidados pessoais como a relação sexual protegida, com manicure e tatuagens. Isso mostra a importância da vacinação.

Mércia Feitosa ainda falou sobre outra situação que preocupa. “Temos subnotificação de hepatite B e, principalmente, do tipo C e esse quadro precisamos reverter indo atrás dos casos. Ela enfatizou para os profissionais que as hepatites são silenciosas e que os dados mostram grande número de óbitos não só em Sergipe como no país. “A Organização Mundial de Saúde (OMS) nos diz que existem mais de 70 milhões de pessoas com a doença em todo mundo e cerca de 400 mil óbitos devido a complicações por hepatite”, informou.

O gerente do Programa Estadual de IST/Aids, Almir Santana, foi um dos palestrantes e falou sobre prevenção. Na sua avaliação, o seminário tem papel fundamental  já que duas estratégias para o enfrentamento das hepatites dependem da Atenção Básica: a ampliação da vacinação contra Hepatite B, que está disponível nas UBS e tem baixa procura espontânea, e os testes rápidos.

O Serviço de Hepatologia do Hospital Universitário é a referência estadual no tratamento das hepatites virais e parceiro da SES. O seu coordenador, médico e professor Alex Vianey Callado França, também palestrou e abordou a cura das hepatites. Destacou  os dois tipos principais, a Hepatite B e C, que são as que evoluem para a forma crônica, ou seja, podem derivar para uma cirrose ou câncer de fígado. “Quanto mais cedo tratarmos, melhor. Daí a importância do teste rápido para o diagnóstico da doença”, alertou.

Informou o especialista que o Ministério da Saúde vem com uma campanha muito forte de investigação de como tratar melhor a Hepatite C e chegou-se à cura em 98% dos casos. “Passamos por várias fases de tratamento, algumas muito difíceis, com intensos efeitos colaterais e respostas que não eram tão boas, mas agora tratamos o paciente com hepatite C em três meses, utilizando um ou dois medicamentos por dia e praticamente sem efeitos colaterais”, disse.

Quanto à Hepatite B, informou que o mundo ainda não conseguiu a cura com o percentual do tipo C, alcançando cura apenas entre 5% e 15%. “Mas, os remédios que existem hoje são muito eficazes e controlam o vírus quase 100%. É como a Aids, que você precisa ficar tomando o remédio que bloqueia o vírus, deixa-o parado. O tratamento é baseado em medicamentos, com pouco efeito colateral”, reforçou.

Foto: Flávia Pacheco

ASCOM SES

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