Aracaju, 14 de maio de 2024
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Do “eletrocheque” ao “suco de laranja”: que mais segredos guardam o MDB?

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O final de semana começou em Sergipe com mais uma forte polêmica em torno do MDB sergipano. Presidido no Estado pelo deputado federal Fábio Reis e em Aracaju pelo ex-governador Jackson Barreto, hoje a legenda está sob investigação do Ministério Público Federal e, até certo ponto, pela própria Polícia Federal. Existe uma suspeição em torno de supostas “candidaturas laranjas” na eleição estadual de 2018. A denúncia é que um volume grande de recursos teria vindo para uma campanha que, na prática, não teria saído do papel.

Ainda no tempo da “oligarquia da cana”, historicamente combatida pelo então ex-prefeito de Aracaju, Jackson Barreto, que proferia ataques consecutivos à família Franco, Sergipe foi surpreendido com uma aliança até então surpreendente: na sucessão estadual de 1998, JB apoiou a reeleição do ex-governador Albano Franco e compôs a chapa disputando um mandato de senador. “Anestesiada”, boa parte da população não aceitou aquele acordo político e o líder do então PMDB não foi vitorioso e passou a ficar sem mandato.

Se muitos aliados não entenderam ou não concordaram com o que acontecia, para os adversários de Jackson aquela aliança política era um “prato cheio”. Tanto que veio a tona a polêmica do “eletrocheque”, em uma alusão feita por adversários à época do acordo que coincidiu com a privatização da antiga Energipe (Empresa Energética de Sergipe), vendida ao grupo mineiro Cataguazes-Leopoldina que comprou 86,42% do capital da empresa por R$ 577,1 milhões, com ágio de 96,06% sobre o preço mínimo. Na época aquele havia sido o maio ágio já obtido em um leilão de privatização do setor elétrico brasileiro.

Essa teoria do “eletrocheque” foi tão desgastante que JB saiu do PMDB por um tempo, filiou-se ao PTB, mas após um período retornou ao “velho ninho”, onde dizia que “estava voltando para casa”. Já bem alinhado com o PT, Jackson teve um papel decisivo no agrupamento que compõe até hoje, ao ponto de chegar ao governo do Estado. Com todo respeito sua gestão ficou muito abaixo do esperado, deixou muito a desejar e contribuiu (e muito) para que Sergipe se encontrasse nesta situação de caos financeiro e administrativo.

Sem mandato eletivo, derrotado nas urnas em 2018 após o povo atender seu apelo para “aposentá-lo” da vida pública, eis que JB ressurge nessa sexta-feira (2), em uma entrevista, que “se o ex-presidente Lula for solto, ele não se candidata mais pelo MDB”. Isso depois de anunciar que não disputaria mais eleições, de pedir para o povo não votar mais nele e de assumir o comando do MDB em Aracaju. Disse que “não ficaria em um partido que dá sustentação ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL)”. Agora, como perguntar não ofende, e se Lula continuar preso? Fica no MDB à direita?

Na mesma entrevista, provocado pelo radialista, JB fez duros (e desnecessários) ataques ao deputado estadual Zezinho Guimarães (MDB). O taxou de “malandro” e de “afeito ao Poder”. Em contrapartida, o parlamentar disse que ia responder a Jackson com um “eletrocheque”! Zezinho disse que JB é um “dinossauro na política” e mandou o ex-governador “cuidar das laranjas do MDB”! Este colunista não vai entrar no mérito, mas reforça: o Ministério Público e a Polícia Federal têm obrigação de apurar isso, tem que “moer a laranja”, extrair o “suco” até sobrar o “bagaço”…

Bomba!

Informações dão conta que, muito em breve, Sergipe ficará estarrecido com uma Operação que deverá resultar em alguns nomes do mundo político sergipano. Este colunista não faz rodeios: tem relação direta com o “laranjal” que se encontra em evidência. Comenta-se que nos próximos dias algo deverá ocorrer…

Exclusiva!

Para não perder a “viagem”, outra investigação está em andamento, baseada em um depoimento explosivo, algo que, se esticar a corda, poderá chegar a uma autoridade sergipana. O assunto é guardado com absoluto sigilo, mas sabe-se que o “denunciante” praticamente “chutou o pau da barraca”. Estamos de olho…

Veja essa!

Nem esquentou a cadeira de presidente do MDB de Aracaju, o ex-governador Jackson Barreto já torce pela soltura de Lula para se candidatar por outra legenda e ainda desfaz do seu partido: “não ficarei aqui dando sustentação ao governo de Jair Bolsonaro”. A pergunta que não quer calar: e se Lula não for solto?

E essa!

Talvez a idade já esteja pesando para Jackson e ele não esteja “amarrando bem” suas ideias. Derrotado nas urnas em 2018 após o povo atender seu apelo para “aposentá-lo” da vida pública, eis que JB ressurge insinuando que pode ser candidato, possivelmente, pelo PT. Se não for a velhice, é “chacota” com o povo…

Fala JB!

Na entrevista o ex-governador “metralhou” o deputado Zezinho Guimarães. O taxou de “malandro” e de “afeito ao Poder” e que “é um oportunista e brigou comigo porque queria indicar um diretor do Banese”.

Fala Zezinho!

Em entrevista ao radialista Gilmar Carvalho, na FM Jornal, o deputado disse que “eu vou responder a ele (JB) com um eletrocheque! Vá cuidar dos laranjas do MDB que a Polícia Federal vai chegar!”.

Coisas do Banese I

Durante a entrevista, Zezinho fez um desafio a JB: “vamos ver o nome que eu queria indicar para diretor do banco, que é funcionário de carreira de mais de 40 anos, e o dele, vamos ver a vida do ponto de vista intelectual, profissional, de honestidade, hombridade e eficiência. Vamos fazer uma enquete no próprio Banese”.

Coisas do Banese II

Segundo o deputado, a indicação de JB “pegava a família e ia para os comícios bater palmas para ele. É puxa saco! É disso que ele gosta! Chamam o rapaz, esse Marcelinho, de carregador de balde! É o mesmo incompetente que deixou fraudar o contrato de locação de carro, pagando a mais, indevidamente, sem controle, ao genro de Almeida Lima”.

Coisas do Banese III

Segundo o deputado a comprovação de sua denúncia sobre os pagamentos indevidos feitos pelo Banese podem ser constatados no próprio Banco. “Se for às Pastas vão encontrar! O Banese pagou a mais um montante acima de R$ 200 mil a empresa do genro de Almeida Lima. Isso foi provado, mas engavetaram”. Isso é caso de apuração das autoridades, inclusive do Deotap!

Homem de bem

Zezinho disse que sua indicação para a diretoria do Banese foi o engenheiro elétrico José Gilson Santos. “Um homem de bem, sem máculas em sua carreira, honrado, que veio de baixo. Um cara que é eficiente, que contesta, que mostra os erros. E isso incomoda! Eu não indico ninguém para fazer safadeza”.

Adulador?

Em seguida, o deputado ainda disse que Jackson Barreto indicou para a diretoria do Banese “um puxador de palmas, um incompetente. O pior gerente de todas as agências. Mas está lá porque é um adulador! Mas gostam do lamaçal! Jackson defende esse rapaz porque ele leva camarão e docinhos para a casa dele”.

Convite do PSB

Diante dos ataques proferidos por JB e da resposta enérgica que deu, Zezinho recebeu diversos telefonemas de líderes políticos que ficaram solidários com o parlamentar pelos ataques gratuitos que recebeu do ex-governador. O presidente estadual do PSB, Valadares Filho, por exemplo, aproveitou para convidar Zezinho para se filiar no partido socialista. O deputado agradeceu o gestor do ex-deputado federal.

Alô Deotap!

As revelações feitas por Zezinho Guimarães, sobretudo sobre o Banese, despertaram a curiosidade de diversos segmentos da sociedade, inclusive a classe política. Setores da oposição já estudam se aprofundar sobre o que foi dito pelo deputado. Não está descartada sequer a convocação do presidente do Banese e até um levantamento nos contratos formalizados pelo Banco.

Previdência em SE I

Já no clima do 5º ParlaNordeste (Encontro de Presidentes de Assembleias Legislativas dos Estados do Nordeste), que será sediado na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), no próximo dia 9, importantes para o País, sobretudo a nossa região, estarão em discussão, o presidente e deputado Luciano Bispo (MDB) confirmou que a Casa está pronta, inclusive, para debater uma possível Reforma da Previdência Estadual, caso seja necessário.

 Previdência em SE II

A proposta do governo federal foi aprovada pela Câmara dos Deputados, em 1º turno, e nos próximos dias irá para o segundo turno. Em seguida segue para tramitação e votação no Senado Federal. Por enquanto, no texto original, Estados e Municípios não foram inseridos. Sendo assim, caberá aos governadores estaduais encaminharem suas respectivas propostas para as Assembleias Legislativas.

Luciano Bispo

Luciano Bispo entende que deve haver um entendimento, uma somação entre o Executivo e o Legislativo, mas pontuou que a Alese está pronta para tal discussão. “Vamos ver o que cada Poder pensa, vamos somar junto ao governador, mas quero deixar claro que nós não temos medo de discutir a Reforma da Previdência! Acho que o governador tem que se espelhar no texto que for aprovado pelo Congresso. Tenho conversado com ele no sentido que prepare o Estado para isso, caso não seja inserido lá em BSB”.

ParlaNordeste

Sobre o ParlaNordeste, Luciano disse que são reuniões importantes que abordam temas que interessam ao País mas, principalmente, a região Nordeste. “Tratamos, recentemente, da situação do Banco do Nordeste e conseguimos defender a sua manutenção pela sua importância para a região. Era um compromisso nosso junto aos servidores pela preservação. Outro tema que precisa ser discutido é a questão do Rio São Francisco”.

Debate importante

Luciano Bispo reforçou a necessidade dos presidentes de Assembleias sentarem para debaterem sobre esses assuntos. “Nós (presidentes) não nos reunimos nem para almoçar ou jantar. Precisamos nos unir, discutir estes problemas e tentar ajudar naquilo que estiver ao nosso alcance. Até para a gente conhecer uma experiência que tá dando certo em um Estado para a gente tentar acertar no nosso também”.

Reforma Tributária

Luciano Bispo também destacou a importância de se colocar em votação a Reforma Tributária, mas colocou que as coisas “não vão se resolver da noite para o dia”. “Algumas soluções vão ter resultados com médio prazo. Ouço a questão do Pacto Federativo desde quando fui prefeito em 1989. Isso só avança se o governo federal tiver boa intenção”.

Reformas importantes

Em seguida, Luciano lembrou que o discurso do atual presidente da República é por “menos Brasília e mais Brasil”. “Essa redistribuição é necessária e mesmo com a saída dos recursos do governo federal para os Estados e Municípios, o presidente ainda terá autonomia para fazer muita coisa. Tanto a Reforma Tributária quanto a da Previdência são importantes para o País. Falam da Reforma Trabalhista, mas hoje temos 70% a menos de reclamações trabalhistas, o que estimula o empresário a investir mais”.

CRÍTICAS E SUGESTÕES

habacuquevillacorte@gmail.com e habacuquevillacorte@hotmail.com

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