Aracaju, 23 de abril de 2024
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Monitor da Violência: Sergipe alcança os 30% de redução

Especialistas do país avaliam que investimento em inteligência policial, unidades especializadas, integração entre as forças e diálogo com sistema prisional explicam reduções

Mais uma vez a imprensa nacional faz um diagnóstico sobre a redução dos casos de homicídios em Sergipe. A exemplo do que foi destacado pelo O Globo há uma semana, o Monitor da Violência do Portal G1, o Fórum Brasileiro da Segurança Pública e o Núcleo de Estudos sobre a Violência da USP mostram que apenas Sergipe, Rio Grande do Norte e Ceará tiveram redução superior a 30%.

Os números são referentes ao primeiro semestre de 2019 e já foram divulgados pela Secretaria da Segurança Pública de Sergipe no início de julho deste ano.

O amplo diagnóstico feito pelo Portal G1 e as Instituições que analisam cada mês o fenômeno da violência no Brasil mostra que as taxas de crimes violentos no país ainda são altas, mas que o Nordeste tem sido protagonista na redução de quase 22% dos homicídios dolosos no comparativo do primeiro semestre de 2018 com o mesmo período de 2019.

Os especialistas apontam alguns esforços recentes dos estados para explicar tal redução: criação de uma secretaria própria para lidar com o sistema prisional, investimento em inteligência policial, criação de Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), adoção de programas de prevenção social e integração entre as forças de segurança e sistema prisional. Boa parte deles, já é adotada há um bom tempo no estado de Sergipe.

Segundo o secretário da Segurança Pública de Sergipe, João Eloy de Menezes, a baixa consecutiva verificada em Sergipe já foi bem explicada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas, o Ipea, na última divulgação do Atlas da Violência. “Temos uma forte inteligência, investimos em concursos para a PM, PC e Perícia, reforçamos unidades especializadas importantes e dialogamos a todo momento com o sistema prisional. Nossas polícias Militar e Civil pensam juntas e fazem análise criminal e definem suas ações”, explica.

Um ponto relatado pelos especialistas é “o conjunto de ações mais rígidas em prisões, como constantes operações de revistas e implementação de normas padrões para controlar os grupos criminosos dentro do presídio”. Essa prática, segundo o secretário da Justiça e Cidadania, Cristiano Barreto, tem um grande impacto no comportamento da criminalidade nas ruas do estado.

“Claro que temos problemas, mas estamos há dois anos e sete meses sem fugas no estado. Isso passa por um conjunto de ações dentro da administração penitenciária que impacta diretamente no comportamento dos criminosos e nos números dos crimes violentos no estado”, explica Cristiano.

João Eloy lamentou casos recentes que aconteceram em Sergipe, como a morte de dois policiais, mas disse que os esforços estão sendo feitos e que valorizar a atuação da Segurança Pública impacta no comportamento da criminalidade. Ele reforça que Sergipe há pouco tempo tinha apenas 13 câmeras, hoje já são mais de 100 câmeras na capital e interior, gerando mais de 500 prisões em flagrante.

A SSP ainda está na iminência de fechar parcerias com Prefeituras Municipais para monitorar um maior número de imagens dentro do Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp).

SSP

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