Aracaju, 20 de abril de 2024
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Filha de Sukita escreve carta, pede apoio da OAB/SE e diz que prisão do pai foi armação

A filha do ex-prefeito de Capela Manoel Messias Sukita, Isadora Sukita, divulgou nesta sexta-feira (06) uma nota à imprensa e ao povo sergipano.

Na nota, a filha do ex-prefeito pede à Comissão  de Direitos Humanos da OAB Sergipe “que faça alguma coisa para corrigir essa injustiça que envergonha nosso país”, e explica o motivo de seu pedido: “imagine se um cidadão sem voz passar por uma armação como essa, a quem ele vai recorrer? A função dessa instituição é defender a verdade e o que é justo, por isso estou pedindo isso”.

Em seu texto, Isadora questiona o também ex-prefeito de Capela, Ezequiel Leite: “Eu e todo o estado queremos saber o que ele tem a dizer  à minha família e o que ele tem a dizer à sociedade diante desses depoimentos. Esse papel de vocês, jornalistas, será fundamental, pois servirá de prova no processo”.

Veja na íntegra a carta e veja ao final, o que segundo Isadora, seriam as provas:

Escrevo à imprensa e ao povo sergipano. (Por Isadora Sukita)

Como sempre afirmei, a prisão de meu pai é uma farsa.

O Bolsa Ajuda foi um programa social, como o Bolsa Família, que existiu durante seus dois mandatos e que ajudava 7000 pessoas. Estes são os depoimentos das 4 testemunhas que colocaram meu pai na cadeia. Todas trabalhavam para o ex-prefeito Ezequiel Leite. E que fique claro: esses depoimentos são as ÚNICAS provas que existem no processo. Para colocar meu pai na cadeia só foi preciso isso.

Vamos aos absurdos dos depoimentos:

1 Denilza dos Santos diz que o marido trabalha para Ezequiel Leite. Ela também nem se lembra quando foi que recebeu o benefício

2 Maria Hilda, que tinha cartaz de Ezequiel na porta, afirma que SUKITA NÃO FALOU “vote no 40”.

3 Cristiana Caetano, irmã de Joaquim, gerente da usina de Ezequiel, diz que conhece RAFAEL DO CARVÃO (diretor da usina), que foi PROCURADA POR ELE, que lhe pediu seus documentos sem dizer o motivo. Ela diz que se soubesse o motivo não tinha dado. Diz que sua irmã também deu os documentos a Rafael. O marido de Cristiana também trabalhava na usina de Ezequiel. Cristiana também  trabalhou na gestão de Ezequiel e nas eleições  2012 tinha cartaz dele na sua porta.

4 Vanuzia Caetano diz que foi para o fórum de carona no carro da prefeitura. Ou seja, o carro da prefeitura na gestão de Ezequiel foi usado para construir essa pouca vergonha. Ela confirma que RAFAEL DO CARVÃO também pegou o seu nome sem dizer o motivo e que depois foi intimada a depor contra Sukita. Ela diz que seu ex-marido também trabalhava na usina de Ezequiel. Ela também tinha em sua casa cartaz de Ezequiel.

Ou seja, isso é revoltante. Essas pessoas não poderiam jamais ter sido testemunhas. Com isso, eu tenho que ver minha familia sofrer todos os dias com meu pai preso dentro de uma cadeia há 1 ano. Por capricho dos funcionários do ex-prefeito Ezequiel.

Meu pai foi absolvido na AIJE pela questão eleitoral. Ficou provado que NÃO HOUVE CRIME algum. E de repente, no meio da eleição 2018 em que era candidato, foi condenado criminalmente com essas mesmas provas. Continuação nos comentários

E pasmem: no processo, 15 testemunhas de defesa disseram que ele nunca pediu o voto delas, mas SOMENTE OS DEPOIMENTOS DAS EMPREGADAS DE EZEQUIEL FORAM VÁLIDOS.

Por isso decidi escrever. Peço a todos os jornalistas que não aceitarem uma injustiça como essa, seja com meu pai ou com qualquer cidadão, que exerçam o papel da comunicação social. Procurem as testemunhas citadas, elas moram no povoado Pirunga e também Joaquim e Rafael, os funcionários da usina. Entrevistem todos. E principalmente, procurem Ezequiel Leite e entrevistem-no. Eu e todo o estado queremos saber o que ele tem a dizer  à minha família e o que ele tem a dizer à sociedade diante desses depoimentos. Esse papel de vocês, jornalistas, será fundamental, pois servirá de prova no processo.

Peço humildemente à Comissão de Direitos Humanos da OAB Sergipe que faça alguma coisa para corrigir essa injustiça que envergonha nosso país, pois imagine se um cidadão sem voz passar por uma armação como essa, a quem ele vai recorrer? A função dessa instituição é defender a verdade e o que é justo, por isso estou pedindo isso.

No nosso país, as pessoas são inocentes até que se prove o contrário. Esses depoimentos viciados de nada podem valer. Não há foto, vídeo ou gravação de voz que prove que meu pai, Sukita, cometeu esse crime. Portanto, até pela lógica ele é inocente. E não vou parar de lutar por sua liberdade de todas as formas possíveis até que essa luta acabe. E só acaba quando a JUSTIÇA for feita.

 

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