Aracaju, 25 de abril de 2024
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André e a Casa Civil do Rio

Diógenes Brayner diogenesbrayner@gmail.com

Apesar de atender ao convite do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, para ocupar a Casa Civil, o ex-deputado federal André Moura (PSC) mantém absoluto silêncio. No decorrer desta semana evitou conversas, pelo menos com a mídia. Alguém pode ter conseguido um “alô”, mas até meia-noite de ontem estava difícil. André Moura foi convidado para assumir a Pasta há 15 dias e deu um tempo para responder, porque mediu condições e consequências políticas.

Terminou cedendo e estará despachando junto ao governador logo após sua posse. A decisão não foi tomada de imediato. Houve algum tempo para pensar. Até enquanto era representante do Rio em Brasília, o ex-deputado se sentia em melhor condições de atuação, pela boa articulação que sempre manteve na Capital Federal. Atuava na captação de recursos para o Governo carioca, mas não deixava de atender pleitos dos seus aliados de Sergipe. Agora, na Casa Civil, com tempo integral, as vindas ao seu Estado vão se tornar menos frequentes, o que atrapalha a ação para manutenção do eleitor.

Percebia-se o relacionamento de André com Witzel e a satisfação do governador com o seu auxiliar. Não lhe poupava considerações, além de elogiar o seu trabalho nas reuniões internas com a equipe de Governo. Foi um entendimento rápido e decisivo. Tanto que há 30 dias, um dos seus amigos o alertou: “acho que o governador vai lhe chamar para uma secretaria próxima a ele”. André apenas sorriu, mas sem confirmar. Não se falou em Casa Civil, mas foi exatamente para a Pasta mais vinculada ao Governo que Witzel convocou André.

Uma das preocupações de parte dos seus aliados é exatamente a questão política. André não tem base no Rio para tentar uma candidatura. Provavelmente não deseja. Assim, tem que cultivar sua ação em Sergipe, caso pretenda retornar a um mandato proporcional ou mesmo majoritário. Entretanto, se não mantiver esse atendimento no seu Estado, pode acontecer mudanças tanto no eleitorado quanto no grupo de apoio, com dificuldade para recuperação.

De qualquer forma é um risco que pode valer a pena. Não é fácil deixar Sergipe e se tornar chefe da Casa Civil do Rio de Janeiro dentro de pouco tempo de convivência com o governador. Sinal de habilidade, profissionalismo na área e competente no jogo intrincado do xadrez político. André, aliás, vem surpreendendo. Tanto como líder do Governo na Câmara e depois no Congresso, quanto na capacidade de liberar recursos, sem olhar bandeiras partidárias, para Sergipe e em seguida para o Rio de Janeiro. Em pouco tempo ocupa espaço importante na estrutura administrativa de um Estado como o Rio.

São méritos que não se pode contestar e, como vem acontecendo, André Moura pode surpreender muito em 2022.

Indicação de André

A indicação do ex-deputado André Moura (PSC-SE) para a Casa Civil do Governo do Rio de Janeiro pegou muita gente de surpresa. Os aliados aplaudiram, os adversários evitaram comentários, mesmo que muitos tenham elogiado.

*** O que mais se ouviu foi: “André não serve para Sergipe, mas serve para o Rio”.

Foco agora é o Rio

Com ações em Brasília como representante do Rio de Janeiro, mostrando capacidade para liberação de recursos, André Moura conseguiu reconhecimento do governador, Wilson Witzel. Recebia elogios largos pelo seu trabalho.

*** Passou a dividir a semana entre Rio, Brasília e Sergipe.

*** Como chefe da Casa Civil o seu foco agora será o Governo do Rio.

Preferia o Sergipe

Mas nem todos os aliados gostaram. Um prefeito admitiu que André Moura deveria ter permanecido em Brasília porque lá ele atendia ao Rio e tinha tempo para Sergipe, principalmente Japaratuba e Pirambu.

*** – Esse é seu reduto eleitoral que aplaude sua ascensão, ao mesmo tempo em que pensa na disputa eleitoral de 2022.

*** Na Casa Civil o tempo é integral e os aliados acham que André não pode desprezar Brasília e passar a conviver com a violência.

Santo de casa

O presidente do Diretório Municipal do PSC, Clóvis Silveira, escreveu: “comprovado o ditado popular de que santo de casa não faz milagre, porque André fez muito por  Sergipe e não foi reconhecido”.

*** E continua: “agora serve ao Rio de Janeiro, com todo reconhecimento pelo que é e pelo que representa”!

Almoço com Belivaldo

O governador Belivaldo Chagas almoça sexta-feira com a senadora Maria do Carmo, o ex-deputado José Carlos Machado, e com os deputados Zezinho Guimarães e Garibaldi Mendonça.

*** Em resumo: almoça com a cúpula do DEM, embora Zezinho e Garibaldi ainda estejam no MDB.

*** O partido vai se colocar à disposição do governador e dizer que ele “conta com uma senadora em Brasília”.

Fala sobre crime

Rogério Carvalho (PT) diz que o presidente Bolsonaro admitiu que Sérgio Moro atuou Politicamente: “falei sobre este crime na sabatina do indicado à PGR, Augusto Aras”.

*** O senador cobrou que o Ministério Público não permita que promotores e juízes rasguem a Constituição e destruam a democracia.

Reforma no Estado

O deputado estadual Zezinho Guimarães mostra preocupação com a reforma da Previdência. Acha precisa ser aprovada no Senado para que Sergipe também reforme no Estado.

*** A preocupação de Zezinho é com o voto contra do senador Rogério Carvalho em Brasília e como o PT se comportará em Sergipe para reforma da Previdência no Estado.

Posições em Brasília

Zezinho Guimarães não esconde que vai começar a questionar o PT em Sergipe, que é aliado ao Governo aqui e adversário em Brasília. Acha que “não podemos adotar duas posições”.

*** Segundo o deputado, o Estado pode ter problemas com as posições petistas na Câmara e Senado.

Seca e violência

O jornalista Décio Neves diz que a violência no Rio, decorrente do tráfico de drogas nas comunidades, é produto de uma sucessão de erros de vários governantes: “Na raiz de tudo está o voto”.

*** Assim como dizem que no Nordeste a seca nunca foi resolvida porque dava voto, no RJ o problema da violência já elegeu muitos.

Impacta muito

O petista Rômulo Rodrigues analisa a nomeação de André Moura para a Casa Civil do Governo do Rio: “É um fato que impacta muito no xadrez da política local”.

*** E reconhece: “esse cara [André] é do ramo e sabe jogar como profissional”.

*** – Na minha modesta análise do quadro de 20 que deságua em 22, o nome dele é destaque, admite Rômulo.

Qual força do PRB?

Um aliado do prefeito Edvaldo Nogueira disse ontem que o PRB vai apoiá-lo, mas antes ensaiou aliança com outros partidos, como o PT e PSB, mas percebeu que não seria bom para a legenda.

*** Lembrou que o PRB saiu desgastado em 2018 ao perder dois deputados, um federal e outro estadual, além de não reeleger o candidato ao Senado.

*** Além disso, concluiu: “ainda não se conhece a força eleitoral do PRB em Aracaju”.

Ajudando o DEM

O presidente regional do DEM, José Carlos Machado, tem conversado com cinco deputados que não ingressam no partido por conta da legislação.

*** São eles: Gilmar Carvalho, Garibaldi Mendonça, Capitão Samuel, Zezinho Guimarães e Goreti Reis. Enquanto não ingressam estão ajudando a fortalecer o partido.

*** Os deputados não podem agora trocar de sigla, mas não têm problema em colocar seus aliados. Foi o que aconteceu com Goreti e os outros.

Fábio protesta

Fábio Henrique (PDT) usa as redes sociais para dizer que “infelizmente o consumidor foi derrotado. O veto de Bolsonaro foi mantido e as companhias aéreas vão continuar cobrando pelas bagagens e humilhando os passageiros”.

*** E mais: “cobrando valores absurdos. Muitos deputados cederam ao lobby dos grandes e votaram contra o povo”, acusou.

Um bom bate papo

Aprova Aras – O senador Alessandro Vieira avisa que o Senado Federal aprovou ontem a indicação de Augusto Aras para o cargo de procurador-geral da República.

História compatível – Para Alessandro Vieira, Augusto Aras tem um currículo e uma história de vida compatíveis com o cargo de procurador geral da República.

Essa é não é boa – Congresso mantém veto de Jair Bolsonaro a despacho de bagagem grátis em aviões.

Paga bagagem – A força das empresas aéreas prevalece e o passageiro que compra passagem tem que pagar espaço para transportar suas bagagens.

Sobre Codevasf – Um silêncio em torno da questão da Codevasf. Tudo indica que a Companhia ficará mesmo com César Mandarino.

Casos de sarampo – O número de casos de sarampo explodiu este ano em São Paulo. Já são mais de três mil casos. É bom começar a vacinação em todo o Brasil.

Rádio do interior – Haverá uma investigação dura em uma emissora de rádio do interior, da região Centro Sul. Vai demorar um pouco a se divulgada.

Mostra trabalho – O prefeito Edvaldo Nogueira intensificou o seu trabalho e presença nas ruas. Vem mostrando trabalho já para o próximo ano.

Está sem bloco – Até o momento a oposição ainda não fixou uma liderança política que tenha condições de unir partidos e disputar a Prefeitura.

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