Aracaju, 19 de abril de 2024
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Ministro do Meio Ambiente pede que Ibama intime a shell sobre manchas em Sergipe

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse à GloboNews neste sábado (12) que solicitou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) que intime a Shell a prestar informações sobre barris com inscrição de um lubrificante fabricado pela empresa, que foram encontrados no litoral de Sergipe.

Análises feitas pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) verificaram que o material encontrado no interior dos barris é o mesmo das manchas de óleo que atingiram praias nordestinas nas últimas semanas. Pelo menos dois testes realizados pela UFS chegaram ao mesmo resultado.

Em nota, a Shell afirmou que o conteúdo original dos tambores localizados na praia da Formosa, no Sergipe, não tem relação com o óleo cru encontrado em diferentes praias da costa brasileira. Segundo a empresa, são tambores de lubrificante para embarcações produzido fora do país.

Salles disse ter feito a solicitação ao Ibama na última sexta-feira (11) e acrescentou que a Shell deve ser notificada na próxima segunda-feira (14). De acordo com o ministro, a empresa terá 24 horas para prestar esclarecimentos depois de notificada.

Segundo Salles, o objetivo da intimação é obter mais informações na tentativa de descobrir qual navio teria sido o responsável pelo despejo do material no mar. Conforme o ministro, não está descartada a hipótese de o óleo ter origem em um navio irregular, o que dificultaria a identificação dos responsáveis.

Manchas atingem 71 municípios

De acordo com o Ibama, as manchas de óleo já atingiram 156 pontos, espalhados por 71 municípios. Os nove estados nordestinos foram afetados. Atualmente, o Rio Grande do Norte é o estado com óleo em mais localidades, são 43 áreas atingidas; seguido por Bahia (21) e Pernambuco (19).

Em Sergipe, as manchas estão distribuídas em 17 pontos e todas as praias do estado foram afetadas. O juiz federal Fábio Cordeiro de Lima determinou que o governo federal e o Ibama implantem, em até 48 horas, barreiras de proteção em cinco rios de Sergipe para impedir a entrada das manchas de óleo que afetam praias do Nordeste.

A decisão se baseia em um pedido do Ministério Público Federal em A decisão se baseia em um pedido do Ministério Público Federal em Sergipe. A multa, em caso de descumprimento, é de R$ 100 mil por dia.

Origem da Venezuela

A Petrobras diz que o petróleo cru que atinge o litoral nordestino não é produzido nem comercializado no Brasil.

Na última quarta-feira (9), Ricardo Salles afirmou que o petróleo é de origem, “muito provavelmente, da Venezuela”, atribuindo a informação a um relatório elaborado pela Petrobras.

O relatório interno da Petrobras afirma que as manchas que estão poluindo praias do Brasil são uma mistura de óleos da Venezuela. O governo venezuelano nega ter responsabilidade pelo material.

Em São Paulo, neste sábado, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que os barris encontrados em Sergipe podem ser de um navio que afundou “no passado”. Ele disse ainda que existem muitos petroleiros de “bandeira pirata na área”. “Se isso estiver acontecendo, é triste, porque mais óleo pode aparecer nas praias”, declarou.

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