Aracaju, 25 de abril de 2024
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Detecção precoce pode ser decisiva em casos de câncer de mama

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A mamografia é um exame, não invasivo, que captura imagens do seio com o mesmo princípio do raio-x.

A mamografia é uma das opções usadas pelos especialistas para diagnosticar precocemente o câncer de mama. Porém, de acordo com o cirurgião oncológico Carlos Anselmo Lima, o exame não pode ser usado indiscriminadamente.

O médico, que atua como coordenador do Registro de Câncer de Base Populacional de Aracaju e é chefe do Setor de Gestão de Ensino da Gerência de Ensino e Pesquisa do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe, explica que a mamografia é um exame, não invasivo, que captura imagens do seio com o mesmo princípio do raio-x.

“Sabemos que existem formas de prevenção primária, ou seja, tentar evitar que o câncer de mama ocorra. São mudanças de estilo de vida: atividade física, dieta saudável, diminuição do estresse, artifícios na vida cotidiana para prevenir primariamente o câncer de mama. Já a prevenção secundária é a detecção precoce da doença. É aí que entra esse exame tão importante: a mamografia”, ressalta o médico.

Faixa etária

“Normalmente, para a população em geral, a orientação é que a mamografia seja feita após os 50 anos e até os 69 anos, período recomendado pelo Ministério da Saúde. No entanto, há uma discussão se essa é a faixa etária ideal ou se o exame deve começar a ser feito antes”, pontua Carlos Anselmo.

“Dizemos que a mamografia deve ser feita na primeira semana depois da menstruação, ou quando as mamas não estiverem doloridas. Em mulheres na pós-menopausa, deve ser escolhido também um período do mês em que as mamas não estejam doloridas, já que uma boa mamografia exige uma compressão, um aperto das mamas entre placas”, complementa o médico.

Para ele, aquelas mulheres que perceberem uma alteração nas mamas, um caroço, por exemplo, devem fazer a mamografia em qualquer idade. “Outro ponto importante é dizer que para quem tem histórico familiar de câncer de mama ou tenha conhecimento de alguma alteração genética que possa levar ao câncer de mama, a mamografia deve começar a ser feita mais cedo, em geral dos 30 aos 35 anos, nesses grupos de risco”, alerta.

Homens

Quando se fala em câncer de mama, normalmente as pessoas associam a patologia às mulheres, mas é possível também, apesar da raridade, identificá-la em homens. “Um aspecto importante é a mama masculina. Os homens podem ter câncer de mama, mas é muito mais raro. Para cada cem mulheres que apresentam a doença, um homem apresenta. Homens não têm recomendação de mamografia para pesquisa sem que apresente sintomatologia. Caso ele descubra algum caroço na mama, pode até ser indicado o exame, mas não necessariamente será feita a mamografia. É sempre o médico que vai avaliar a necessidade deste exame para o homem”, esclarece.

O cirurgião relata que o câncer de mama tem uma incidência muito alta em países desenvolvidos e em países em desenvolvimento, como o Brasil. Para realizar o exame, é utilizado um mamógrafo, aparelho composto por duas placas que se encontram e pressionam o seio por alguns segundos, resultando em imagens que saem registradas em uma chapa. O resultado é muito parecido com o do raio-x convencional, mas leva em conta a anatomia dos seios.

“O câncer de mama tem hoje uma das maiores incidências registradas em Sergipe. Usamos estimativas para estudar os casos em determinado período. Em mulheres, os tipos mais comuns de câncer são de mama, tireoide, colo uterino, colorretal e cavidade oral”, informa.

Sobre a Rede Hospitalar Ebserh

O Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS) faz parte da Rede Hospitalar Ebserh desde outubro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.

Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas.

Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Hospitalar Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.

Foto assessoria

Por Andreza Azevedo

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