Aracaju, 29 de março de 2024

Audiência Pública debate Hip Hop como instrumento para cidadania

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Com o objetivo de debater sobre a cultura hip hop como elemento de cultura, educação e cidadania, o deputado Iran Barbosa (PT), realizou na manhã dessa sexta-feira,18, Audiência Pública com a participação de jovens e representantes do movimento hip hop no Estado de Sergipe.

Hip hop é um gênero musical, com uma subcultura própria, iniciado durante a década de 1970, nas comunidades jamaicanas, latinas e afro-americanas da cidade de Nova Iorque. Configura-se como um movimento social juvenil marcado pelo protesto e pela contestação, que seriam características essenciais de todo movimento social que permite aos jovens desenvolver uma educação política e, conseqüentemente, o exercício do direito à cidadania.

Aracaju é considerada a capital do hip hop. O título foi recebido porque a capital de Sergipe foi a primeira no Brasil a sancionar a lei nº 4.064/2011, que institui a semana municipal do hip hop a ser realizada na segunda semana do mês de maio e a lei  8.055  que institui a “Semana Estadual do Hip Hop.

De acordo com o rapper e apresentador Anderson Clayton Passos, conhecido como Hot Black,  no estado existe em torno de 50/70 grupos RAP, 15 crews de b.boys e aproximadamente 50 grafiteiros, além de uma imensa parcela da população que congrega com essa cultura, contabilizando aproximadamente mais de  500 jovens fazendo cultura nas ruas.

Segundo Hot Black, as leis existem, mais não estão sendo cumpridas, afirmando a ausência de políticas públicas. Para ele,o hip hop transforma  jovens com potencial, que poderiam está no mundo da violência. É uma cultura que está dentro da periferia, realizada em sua maioria por jovens negros, explicou .

“O hip hop expressa arte através da música, pintura, dança e na poesia e empodera a juventude a ser protagonista da sua história. Ao longo de quatro décadas o movimento já salvou a vida de muitos jovens”, justificou Hot Black

O deputado Iran  Barbosa reforçou a valorização da cultura do movimento juvenil.  Para ele, a juventude deve ter a prioridade na agenda cultural da sociedade, citando Carlos Drumont de Andrade “Os lírios não nascem das leis”

Para Iran, trata-se de uma juventude irrequieta e que produz em termos artísticos, culturais, com um linguagem própria, símbolo da renovação da sociedade. “Nós acreditamos no trabalho juvenil como instrumento das políticas voltadas para a população jovem. Não podemos negar espaço para essa cultura porque tem sido isso que temos observado: os níveis de exclusão cultural no Brasil são elevadíssimos, de acesso à biblioteca, ao teatro, ao cinema. Mas a cultura produzida por jovens da periferia, dos bairros, vem sendo extremamente negligenciada”, enfatizou o deputado.

O ativista do movimento, Gerffeson Santos Santana, conhecido como Mano Sinho, reforçou a importância do movimento para a sociedade, sobretudo na periferia. Contou sua trajetória, e de como o hip hop mudou sua vida. Ele avalia que o movimento ocupando as escolas, passa a ser uma estratégia de sobrevivência para o jovens. “A cultura do hip hop me despertou para a vida e me transformou. O movimento me faz acreditar todos os dias”, reforçou

Iza Jakeline Barros (Negratcha) entende que o movimento hip hop resgata a juventude dentro das periferias. Para ela, a periferia precisa ter voz e vez. Preocupada com o movimento virar moda, e ser esquecido dentro do contexto construído  dentro do movimento, Negratcha  entende  que a luta pela cultura juvenil  não deve acabar e precisa ocupar seus espaços, com um diálogo mais aberto e menos preconceito, resgatando pessoas que estão em situação de vulnerabilidade e revertendo essa realidade, transformando em arte.

Negratcha reforçou ainda o trabalho e a importância das mulheres dentro do movimento, ressaltando o 7º Fórum Nacional da Frente Nacional de Mulheres no Hip-Hop, realizado no estado, no final do mês de outubro. “Nós, mulheres, construímos esse evento com muita dificuldade. Reunimos aproximadamente 200 mulheres de todo o estado, visando construir políticas públicas. Durante o fórum, foi elaborada uma carta nacional de intenções, a ser encaminhada ao Congresso Nacional”, explicou

Por Luciana Botto- Rede Alese

Foto: Jadilson Simões

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