Aracaju, 19 de abril de 2024
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Rochemback avalia que União foi omissa no caso do óleo no mar

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Também convidado para participar da audiência pública promovida pela deputada estadual Kitty Lima (Cidadania), no plenário da Assembleia Legislativa, na tarde dessa terça-feira (29), sobre o derramamento de óleo no litoral sergipano, o procurador do Ministério Público Federal, Ramiro Rochemback, avalia que a União foi “omissa” em permitir que o óleo chegasse nos rios, mangues e estuários.

Ele lembrou que a audiência pública só estava ocorrendo porque as recomendações do Ministério Público Federal não foram atendidas. Ele ressaltou o esforço do MPF que exigia medidas de proteção para as áreas sensíveis e vulneráveis com barreiras, novas técnicas e tecnologia usada no mundo afora. “Mas é preciso pagar por isso e como não se encontrou a fonte causadora, a União não quis pagar, não desembolsou para proteger as nossas áreas”.

O Procurador lamenta que pescadores e outras categorias estão sendo diretamente afetadas porque as áreas não foram devidamente protegidas. “É esperar bater para ver o que fazer! Com um trabalho com ritmo lento (o óleo) chegou aos mangues, estuários e rios. O MPF reafirma que a União foi omissa e não quis empregar os recursos necessários. Os danos tendem a aumentar”.

Ramiro ainda chamou a atenção para o problema social. “Temos muitas famílias que são pessoas humildes e sobrevivem da pesca. Essas pessoas viram seu estilo de vida despencar”, disse, pontuando que a identificação dos responsáveis é um trabalho que deve ocorrer de forma paralela e não como prioridade. “A maior preocupação é o óleo presente e não sabemos se a fonte já parou e se ainda vem mais”.

“Esta é uma grande lição de que nossas áreas devem ser protegidas, com barreiras e monitoramento. Precisam ser acompanhadas para evitar desastres com maiores proporções. Se não observam as técnicas, aumentam os danos ambientais. Nem toda investigação chega ao fim, mas e se chegar a um navio pirata? Agora estamos discutindo providências que devem ser tomadas nas áreas próximas que podia ser evitado. Temos um desastre e boa parte dos recursos com a União. Então cabe a ela exercer um plano de contingência”, finalizou Rochemback.

Por Habacuque Villacorte – Rede Alese

Foto: Júnior Mattos

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