Aracaju, 19 de abril de 2024
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SP: MORADOR DE BAIRRO RICO VIVE 23 ANOS A MAIS QUE O DA PERIFERIA

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Mapa da desigualdade traz dados de 10 áreas da cidade

da Agência Brasil 

Lançado nesta terça-feira (5), o Mapa da Desigualdade de São Paulo, elaborado pela Rede Nossa São Paulo, mostra disparidades na maior cidade do país. Um dos principais destaques é a média de idade ao morrer. Em 2018, por exemplo, no bairro de Moema, a média foi de 80,57 anos e, no bairro de Cidade Tiradentes, foi de 57,31, contabilizando mais de 20 anos de diferença entre os dois distritos.Os dados de 10 diferentes áreas e 53 indicadores mostram a realidade dos 93 distritos da capital paulista através do “desigualtômetro”, que evidencia a diferença entre o melhor e o pior para cada um dos indicadores.

Entre as novidades desta edição, está o comparativo de violência contra a mulher, incluindo o feminicídio, violência homofóbica e transfóbica e violência de racismo e injúria racial.

Em relação à violência contra a mulher, os feminicídios aumentaram em 167% em toda a cidade e as ocorrências de violência, 51%. Os distritos da Sé e da Barra Funda concentram as maiores taxas de ocorrência nos dois indicadores.

“A violência contra a mulher, em números absolutos aumentou bastant, incluindo todos os tipos de violência e o feminicídio. Não temos ainda uma hipótese do que pode ter ocasionado isso, se é diminuição de subnotificação ou se de fato está ocorrendo mais violência”, afirmou uma das responsáveis pelo mapa, a assessora de projetos Carolina La Terza.

A assessora destacou a importância da divulgação do mapa. “É importante para tornar acessível a informação. São dados muito técnicos, mas são importantes para os movimentos sociais regionais que podem usar esses dados para exigir direitos do poder público, como para trabalhos acadêmicos. O Mapa acaba sendo um pontapé para várias outras iniciativas”.

Ranking de zeros

Segundo o documento, 11 dos 53 indicadores dispõem de um ranking de zeros, ou seja, distritos sem oferta de equipamentos e acervo. Entre os três indicadores com maior número de zeros estão cinemas, centro culturais, casas e espaços de cultura e museus. Em 54 distritos da capital não há nenhuma sala de cinema, por exemplo.

Distritos centrais, como Sé, República e Bela Vista, e áreas nobres, como Pinheiros, Moema, Itaim Bibi e Jardim Paulista concentram até 1.200 vezes mais poluição atmosférica do que bairros afastados e mais pobres, como Marsilac, Parelheiros, Grajaú e Perus. O tráfego menor de carros nessas regiões explica a desigualdade.

Já distritos como Barra Funda, Sé e Bom Retiro, e também áreas ricas como Morumbi, Pinheiros e Itaim Bibi, que têm alta concentração de veículos, registram até 13 vezes mais acidentes de trânsito que o Jardim  Angela, São Rafael e Cidade Tiradentes.

Violência racial e LGBTQI

O levantamento também mostra indicadores de violência contra pessoas LGBTQI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, travestis e transgêneros, Queer, Intersexuais). O distrito da República, na região central, registrou 18 casos de ocorrências de violência homofóbica e transfóbica. Em seguida, estão Penha (11), na zona leste, e Cidade Ademar (10), na zona sul.

Com relação à violência racial, a maior proporção de ocorrências de racismo e injúria racial foi registrada na Sé (13), na região central, seguido pela Barra funda (7,62) e Jardim Paulista (6,96). Entretanto, os distritos que possuem maior população que se identifica como preta ou parda são Jardim Ângela (60,11%), Grajaú (56,81%) e Parelheiros (56,61%), na zona sul,. Na Sé, o percentual é de 38,35%.

O mapa completo pode ser acessado aqui.

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