Aracaju, 24 de abril de 2024
Search

Uma configuração do pleito

Diógenes Braynerdiogenesbrayner@gmail.com

Sexta-feira passada, durante inauguração de obras nas terras Xocos, em Porto da Folha, a cúpula do PT compareceu à solenidade e se manteve ao lado do governador Belivaldo Chagas (PSD), o que é absolutamente natural. O assunto principal, nas conversas de pé de ouvido, foi o lançamento de candidatura própria a prefeito de Aracaju pelo PT. Nada além disso. A dúvida que se pressentiu no local era se “o grupo político iria permanecer unido”. Entre essas conversas, uma liderança política local comentou: “o PT pegou uma canoa de ida e não tem mais volta”. É verdade…

A maioria dos políticos faz conjecturas sobre o quadro que fica com a decisão petista de se afastar de parte da base aliada, para lançar a pré-candidatura de Marcio Macedo e o que isso pode provocar em relação a uma ruptura na aliança, que se produziu para apoiar o governador Belivaldo Chagas em 2018. As apostas já estão nas bancas. Alguns acham que o PT se dispôs a correr um risco com o gesto, outros admitem que o partido não devesse ficar a mercê de grupo e politicamente encolher na Capital, sem tentar ousar por uma posição majoritária, principalmente na disputa pela Prefeitura de Aracaju.

Para a formação de um novo bloco, percebe-se que o Partido dos Trabalhadores não terá grandes opções à esquerda para compor. Apenas dois partidos aparecem como possíveis: o Psol e o PSB. Este último está fora de cogitação, porque mantém decisão de disputar a Prefeitura de Aracaju, com a candidatura do ex-deputado federal Valadares Filho. Não se trata de “porteira fechada”. Conversas intensas até 04 de agosto podem mudar esse quadro, de um lado ou de outro. Mas não será tão fácil.

O Psol sempre esteve com o PT, assim como o próprio PCdoB. O que se comentou ontem é que o ex-presidente regional da OAB, advogado Henri Clay, que teve boa votação em Aracaju ao disputar o Senado em 2018, estaria a caminho do Psol. Com essa possibilidade, o seu nome entra no radar petista para ser o vice na chapa liderada por Marcio Macedo. Um terceiro partido que serviria para composição com o PT, seria o PDT, presidido em Sergipe pelo deputado federal Fábio Henrique. Não será possível, porque já está tudo certo para Edvaldo Nogueira se filiar à legenda.

Como ainda está muito cedo e tudo pode acontecer, novas alianças podem surgir, desde que haja uma inclusão do centro direita no projeto de centro esquerda. Mas isso não está no script dessa novela que inicia os primeiros capítulos de uma história que só será concluída com o último capítulo, que varia entre o primeiro e quarto domingo de outubro, em caso de vitória em primeiro ou segundo turnos. As opiniões variam sobre isso. Tem quem admita vitória de Edvaldo Nogueira já no primeiro domingo do pleito, mas a avaliação maior é de que os demais candidatos vão ao confronto para ver quem chegará à final para a disputa com o atual prefeito.

Outra visão é a de que o provável o Cidadania, liderado pelo senador Alessandro Vieira, fará uma polarização com o PT. Será um pleito hipotético entre Sérgio Moro e Lula da Silva, com os discursos cevados por impropérios arrepiantes. Pode até não acontecer, mas a princípio é a lógica ideológica, que levantará a campanha entre as facções que estão em confronto claro e direto em todo o País.

Bittencourt retorna

O vereador Professor Bittencourt (PCdoB) vai voltar à Câmara de Aracaju, por ser uma decisão partidária, que pretende se fortalecer no legislativo nesse momento.

*** Disse que vai formaliza sua saída da Pasta que comanda no município e é possível que já esteja ocupando sua cadeira na Câmara Municipal a partir de quarta-feira.

Orgulho de Camilo

Com o retorno de Bittencourt, deixa a Câmara Municipal o vereador suplente Camilo Lula – filho do presidente estadual do PT, deputado João Daniel.

*** Bittencourt disse que sente orgulho de ter Camilo como suplente, mas que o atual contexto político provoca esse tipo de ação.

“Velho” fato novo

O lançamento de candidatura própria pelo Partido dos Trabalhadores, foi o “velho” fato novo que aconteceu na semana passada e que ainda causa frisson na política de Aracaju.

*** O pré-candidato praticamente definido será mesmo Marcio Macedo, que já vinha conversando com lideranças políticas para formação de um novo bloco.

*** A causa de apresentar candidato próprio foi esquentada por queixas dos petistas, de que não eram bem tratados pelo prefeito Edvaldo Nogueira (sem partido).

Não fala no assunto

O governador Belivaldo Chagas (PSD) não falou sobre a candidatura petista, mas não tem negado que o candidato a prefeito que apoia é Edvaldo Nogueira. Quanto a isso a dúvida é zero.

*** Ao mesmo tempo, o governador já disse que não pode impedir que algum partido do bloco, inclusive o PT, lance candidatura própria.

Fica complicado

Um presidente de partido influente na aliança liderada pelo governador Belivaldo Chagas, avisou que “quem estiver com Edvaldo Nogueira estará com todo o grupo aliado”.

*** Quem não estiver com a reeleição do prefeito de Aracaju, fica muito complicado obter apoio da aliança.

Ampliar seu espaço

Para a mesma fonte, o Partido dos Trabalhadores está querendo ampliar o seu espaço para disputar o Governo do Estado e a Câmara Federal em 2022.

*** É natural que assim seja, porque o PT realmente precisa mostrar sua força e tentar retomar o protagonismo em Sergipe.

Sobre Jackson Barreto

– O melhor parceiro do mundo em uma campanha é o ex-governador Jackson Barreto (MDB), principalmente quando fica em silêncio, disse ontem um aliado, que já participou de várias campanhas ao lado de JB.

*** Reconheceu, que Jackson Barreto “trabalha como uma fera” e que tem “muita força na periferia”.

Reunião com Patriota

O deputado estadual Gilmar Carvalho teve demorada reunião com membros do Podemos, quinta-feira passada, no restaurante do Museu da Gente Sergipana.

*** Gilmar depende de decisão judicial para deixar o PSC, ao qual está filiado. Só se for liberado é que poderá ser candidato a prefeito de Aracaju.

*** Gilmar anuncia para hoje a publicação de editorial sobre o assunto.

Nada muda para nós

O deputado Luis Mitidieri (PSD) disse que “nenhum partido aliado, além do PT, deixou o arco de aliança. Nada muda para nós”.
*** Quanto à aliança estadual, tudo como sempre esteve. O problema é localizado em Aracaju. Embora me preocupe que isso possa ter reflexos futuros.

*** Para Mitidieri, PT e PCdoB formaram uma aliança de 20 anos. Senão souberem controlar, a campanha poderá deixar sequelas.

*** – Temos que ter juízo pra não afetar o futuro, disse o deputado.

Tudo fechado

O Republicanos não comenta a decisão do PT em lançar candidato próprio e até vê como um direito. O Republicanos, entretanto, fechou com Edvaldo Nogueira e não vai recuar da decisão.

*** A cúpula do partido também ingressa na base aliada a Belivaldo e os candidatos do partido a vereador por Aracaju fecharão com a reeleição do prefeito.

Em silêncio

Há um silêncio no chamado grupo que faz a nova política, o que seria estratégia para não lançar um estilo diferente de pré-campanha sem candidatura definida.

*** O líder do grupo, senador Alessandro Vieira (Cidadania), conduz o processo de pré-candidatura sem alarde e atua internamente na escolha do pré-candidato a prefeito de Aracaju.

Decisão é de JB

Quem decide pelo MDB em Aracaju é o Diretório Municipal, através do ex-governador Jackson Barreto. A posição que ele adotar será seguida pela Direção Estadual.

*** Jackson sempre declarou apoio a Edvaldo Nogueira, mas o discurso de que não subirá no mesmo palanque que o PSC deixou um ‘xis’ de dúvida.

*** O radislista Narciso Machado, da Fan, informa que JB estaria propenso a ir para PT.

Um bom bate papo

Apenas cumprimentos – Ontem, na saída do Batistão, os ex-deputados Marcio Macedo (PT) e Valadares Filho (PSB) se encontraram. Apenas cumprimentos formais.

Reunião marcada – Segundo o radialista Aderval Marques, ex-prefeitos de Propriá têm reunião marcada para esta semana. Vão discutir sobre sucessão municipal.

Ainda de Aderval – Duas tendências do PT estariam rompidas em Propriá, o que não é politicamente bom para a sigla.

Não comenta – O prefeito Edvaldo Nogueira (sem partido) continua sem querer falar sobre eleições ou candidaturas. Vai tratar disso a partir de março.

Faz críticas – O presidente municipal do PSC, Clóvis Silveira, não gostou da posição de Jackson Barreto em relação ao seu partido. Fez críticas ao ex-governador.

Em silêncio – O governador Belivaldo Chagas (PSD) também não quis se manifestar sobre sucessão municipal. Diz que sua preocupação no momento é a administração.

Aguarda decisão – O deputado estadual Gilmar Carvalho ainda espera decisão do TRE, sobre mudança de partido, para anunciar a sua pré-candidatura a prefeito de Aracaju.

Volta ao ar – O empresário Célio França estava fora do noticiário desde as denuncias sobre Merenda Escolar, que resultou em reportagem ampla de Cabrini no SBT.

Sobre salário – Segundo dados levantados pelo Dieese, o salário mínimo em dezembro deveria ter sido de R$ 4.342,57.

Renovação com Bolo – Nininho do Bolo Bom (Cidadania) mantém ativa a sua candidatura a prefeito de Lagarto e prega renovação política no município.

Ganha mais – O próprio PSL publica que com a saída do presidente Bolsonaro, o partido ganhou mais filiados do que perdeu.

 

Leia também