Aracaju, 19 de abril de 2024
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“Minhas expectativas para 2020 são de crescimento” diz presidente da Ademi/SE

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Paulo Roberto Nunes de Oliveira, diretor-presidente da Jotanunes, é o novo presidente da Associação dos Dirigentes das Empresas do Mercado Imobiliário de Sergipe (Ademi/SE). Eleito por aclamação no dia 22 de novembro do ano passado, ele assumiu a entidade no dia 1º de janeiro deste ano, substituindo Henrique Côrtes, e terá o mandato equivalente ao biênio 2020-2021.

Além de Paulo Nunes, compõem a diretoria eleita Adrielson Celestino de Carvalho (vice-presidente Financeiro), Júlio César de Vasconcelos Silveira (vice-presidente Administrativo), Mário Nunes de Oliveira (vice-presidente de Atividades Técnicas), Ana Cecília Teixeira Barreto de Oliveira (vice-presidente de Mercado Imobiliário) e Carlos Alberto de Sales Herculano (vice-presidente de Marketing). O Conselho Fiscal, agora, será composto por Eduardo Machado do Prado Barretto (1º titular), Henrique Wagner Fonseca Côrtes (2º titular), Sérgio Augusto do Nascimento Smith (3º titular) e Gustavo Lima (suplente).

Nesta entrevista especial, Paulo Nunes encara o novo desafio como uma missão, da qual não poderia se furtar. Ele reforça a importância da união cada vez mais sólida entre os associados e também assinala a necessidade de maior mobilização da Ademi/SE para superar as adversidades do setor. A seguir, leia a entrevista na íntegra.

– Qual a importância de assumir a Presidência da Ademi/SE neste momento?

Paulo Nunes – É uma importância muito grande, pois estamos num momento em que o País vai saindo de uma crise. E uma das alavancas que vai auxiliar a saída dessa crise é a atividade de incorporação da construção civil, que já vem dando sinais de melhoras. No Sul-Sudeste, já está acontecendo isso. O mercado de São Paulo, que é quem “puxa” o País todo, é a grande alavanca do mercado imobiliário. Observamos que, no último trimestre de 2019, já houve uma melhora muito grande.

– Quais, então, são suas expectativas e perspectivas quanto à possibilidade de reaquecimento do setor imobiliário neste ano?

PN – As minhas expectativas para 2020 – e ainda mais uns três anos – são de crescimento do mercado imobiliário. Passamos por uma crise muito grande de 2014 até meados de 2019, mas, felizmente, hoje, já sentimos essa melhora. E por que isso? Porque os fundamentos da economia melhoram também. As taxas de juros, por exemplo, caíram muito. Nunca teve, aqui no Brasil, taxas de juros tão baixas. A taxa Selic, que já chegou a ser de 14% no passado, hoje, está em 4,5%, e com perspectiva de cair mais. É, portanto, a menor taxa de juros da história. Assim, mesmo que não haja uma melhora nos salários das pessoas, aumentou a capacidade delas de pagamento. Com uma taxa de juros mais baixa, elas têm mais capacidade de compra. A capacidade de comprar um imóvel, de realizar o sonho, fica mais concreta. Há, ainda, outros fundamentos, como a reforma da previdência, que vai melhorar também as contas do País. E vem muito investimento em infraestrutura também. Então, tudo isso leva a uma melhora no mercado.

– O senhor já consegue perceber indícios desse reaquecimento também no mercado sergipano?

PN – Sim. Percebemos isso pela diminuição do estoque das construtoras. Também está havendo mais lançamentos. Não para a classe média alta, mas para a classe média baixa. Antes, ela não podia comprar, mas, com a baixa das taxas de juros, começou a ter capacidade de compra. Bem, dizem que eu sou otimista. Mas eu sou um otimista com os pés no chão, porque os números estão aí e não mentem. Além disso, até mesmo o volume de contratação tem aumentado.

– Agora, falando sobre a Ademi/SE, quais as primeiras ações em sua gestão em 2020 e quais serão continuadas ou retomadas do mandato anterior?

PN – A partir deste ano, vamos procurar fazer eventos, trazer formadores de opinião para participar de reuniões com os associados. Faremos eventos com o objetivo de unir ainda mais a classe. Precisamos da colaboração de todos, que tragam assuntos relevantes para a nossa atividade, a fim de serem debatidos. Estamos num momento bom, em que o País está passando por uma mudança. Nosso objetivo é unir cada vez mais o grupo e traçar um planejamento no sentido de modernizar a entidade, aproximando ainda mais as construtoras. Vamos desenvolver uma pauta de ações com a diretoria, para apresentar o planejamento que temos. E, claro, vamos dar continuidade às ações do mandato anterior. Vamos continuar o trabalho que Henrique [Côrtes, ex-presidente] fez – e fez muito bem-feito. O meu desafio é continuar esse trabalho e procurar agregar novas propostas. Mas, claro, que vamos continuar realizando nossas reuniões-almoços com a presença de convidados que possam contribuir para se vincularem ainda mais ao setor. Levaremos gestores de Bancos, por exemplo, que apresentem novas linhas de financiamento que possam beneficiar o associado.

– Há ações previstas no sentido de atrair mais associados para a Ademi/SE? Quais seriam?

PN – Sim. Acho que devemos aumentar o número de associados. Abrir as portas da Associação, porque tem muitas incorporadoras com boa participação no mercado. Devemos chamar essas pessoas para perto, para poder estarem junto. Afinal, quanto mais a Ademi/SE tiver pessoas do setor de incorporação que estiverem na atividade é importante que venham somar, para que possamos, cada vez mais, ficar mais fortes e ter uma representatividade maior. E qualquer empresa de Sergipe pode participar, inclusive de fora do Estado, desde que esteja sediada aqui. Claro que vai passar pela análise de um conselho. Assim, para atraí-las, vamos dar ainda maior visibilidade à Ademi/SE e mais enfoque às nossas ações. Antes, temos que criar uma sinergia maior entre nós, associados. As pessoas têm que perceber a importância da Ademi/SE, que é uma entidade muito forte. Por isso, é necessário dar a dimensão que ela tem que ter. Afinal, o mercado imobiliário gera muito emprego. São milhões de postos de trabalho em todo o País. E além de cada emprego gerado no canteiro de obras, geram-se quatro ou cinco postos fora. É uma cadeia muito abrangente. Tudo gira em torno da construção civil. O material que é utilizado na incorporação imobiliária, por exemplo, é produzido majoritariamente no mercado interno.

– A Ademi/SE fará alianças? Buscará parcerias com o Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Sergipe (Creci/SE), por exemplo, ou com outras entidades?

PN – Desde que seja interessante para o setor, sim. A Ademi/SE está de portas abertas sempre. Qualquer parceria que venha agregar e fortalecer o setor como um todo é bem-vinda.

– O Governo Federal praticamente acabou com a faixa 1,5 do Programa “Minha Casa, Minha Vida”. O que significa isso para o mercado imobiliário sergipano? O senhor acredita que é possível reverter essa situação?

PN – O atual governo é avesso a subsídios. Ele quer gerar o crescimento do País através da iniciativa privada, através do próprio mercado. A faixa 1, por exemplo, precisa de um volume imenso de subsídios. Com essa nova política, com essas novas diretrizes, o investimento tem sido o mínimo possível. Já a faixa 1,5, infelizmente, está sendo encerrada. A tendência é acabar e só ficar a faixa 2. Então, isso impacta o mercado para essa faixa de renda e cria um dificultador para o cliente. O ideal é que isso fosse modificado. Tem como reverter, mas é uma decisão do governo, e seria preciso melhorar a renda das pessoas, para quem tenham capacidade de comprar com poucos subsídios. Porque esse público não tem capacidade de adquirir imóveis se não tiver um subsídio do governo.

– Sempre em busca de movimentar o setor imobiliário, a Ademi/SE realiza e participa de feirões. Para este primeiro semestre de 2020, existe algum evento em que a entidade dará apoio e participará?

PN – Tradicionalmente, o evento que a Ademi/SE faz é sempre no segundo semestre. Em geral, entre os meses de setembro e novembro. No primeiro semestre, a Associação sempre participava do evento promovido pela Caixa [Econômica Federal], que acontecia sempre em maio [o Feirão Caixa e Festimóveis]. Mas, em 2020, nós não fechamos essa agenda ainda.

– No último mandato, a Ademi/SE se destacou por realizar ações sociais ao apoiar a Orquestra Filarmônica Dom José Palmeira Lessa e também um coral. Este ano, o apoio a essas instituições será mantido? Há projetos de apoiar outras entidades?

PN – Sim, o apoio à orquestra será mantido. É um trabalho muito bonito que se faz e que é desenvolvido pelo Padre Marcelo Conceição. Tive o prazer de ver algumas apresentações e fiquei encantado. É um trabalho abnegado de inclusão dessas pessoas. Isso não pode deixar de ser feito de jeito nenhum, e nós vamos dar continuidade sim. E, na medida do possível, em função do orçamento, podemos até apoiar outras instituições.

Por Laudicéia Fernandes

Foto Ascom Ademi/SE

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