Diógenes Brayner – diogenesbrayner@gmail.com
Depois da oficialização de nome próprio à Prefeitura de Aracaju, com lançamento da pré-candidatura de Márcio Macedo a prefeito, num rompimento claro com Edvaldo Nogueira [que vai à reeleição], membros da direção do PT tiveram uma conversa com o Belivaldo Chagas (PSD). Entre um amontoado de argumentos para adotar a decisão, solicitaram que o governador ficasse neutro durante a campanha eleitoral, já que os dois candidatos integravam a base aliada.
Belivaldo não teria se aprofundado no assunto. Mantém a posição de só falar sobre sucessão municipal em março. Também não precisava falar. É de conhecimento de todos os seus aliados, que ele estará ao lado do prefeito Edvaldo Nogueira para ajudá-lo a reeleger-se. Já foi claro quando anunciou isso, inclusive expondo razões para adotar essa posição. Entre vários motivos, um deles seria o sentimento de gratidão pela dedicação do prefeito de Aracaju à sua campanha ao Governo do Estado em 2018.
A vice-governadora Eliane Aquino (PT), em entrevista a uma emissora de rádio, chegou a dizer que, em outros Estados, governadores apoiariam dois candidatos a prefeito nas Capitais. Difícil entender como seria isso. Em Aracaju, por exemplo, Belivaldo estaria com Edvaldo Nogueira no Bugio, e com Márcio Macedo no bairro América. Seria estranho, inclusive para eleitores dos dois nomes nos bairros citados. Ontem, um aliado do Governo comentou: “esse pessoal não conhece Belivaldo”. E complementou: “ele tem apenas uma palavra e a sua decisão já está tomada: trabalhar para a reeleição do atual prefeito”.
Há quem perceba, desde o início, que um bloco político que gira em torna do Governo, não pode apoiar dois nomes a um cargo majoritário na Capital. Dentro desse raciocínio, quando o PT anunciou que “a decisão estava tomada e não haveria retorno”, já se imaginava um rompimento geral e uma “ida sem volta do partido que se rebelava contra uma candidatura de consenso dentro da base aliada”. O clima político que está posto é de ruptura e não faz sentido apoio do Governo a nomes diferentes.
Dentro do próprio PT, mesmo depois do lançamento de candidatura única, havia um grupo de companheiros que imaginava a chegada a um consenso até março. O PT indicaria o vice mais uma vez. Entretanto, 24 horas depois do anúncio do pré-candidato, o PCdoB, partido que fora de Edvaldo e lhe dá sustentação política, exigiu que o vereador Professor Bittencourt deixasse a Secretaria de Ação Social e retornasse ao mandato na Câmara.
Aconteceu esse retorno e, com isso, o vereador Camilo Lula (PT), filho do presidente estadual do partido, deputado federal João Daniel, deixou a vaga que ocupava na Câmara Municipal e ficou sem mandato. Talvez uma decisão apressada, mas uma reação tão imediata que foi interpretada como “um grande alívio” com a saída do PT. Petistas lamentaram esse gesto instantâneo e o interpretou como uma assinatura para deixar claro que não haveria recuo e a saída seria um desejo do grupo que dá sustentação a Edvaldo.
Ontem aconteceu mais um sinal de dificuldade no relacionamento. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Luciano Bispo (MDB) deu um toque firme para ampliar o racha. Sempre comedido, Luciano arrochou na dialética para criticar o gesto da tendência Articulação de Esquerda, do PT, que entrou com processo, na Comissão de Ética do Partido, para expulsar o deputado Francisco Gualberto, que foi líder do Governo Déda. Razão: Gualberto votou favorável ao projeto de reforma da Previdência, apresentado pelo governador Belivaldo Chagas, para amoldar o sistema estadual às mudanças que houveram no federal.
As palavras de Luciano, coberta de argumento correto, foi a terrível “gota d’água”, que fez os aliados mais próximos contestarem o pedido de expulsão de Gualberto e concluir que o PT não apoiou o governador em momentos difíceis da administração. “Só é contra à posição de um aliado, ou é oposição ou estar insatisfeito na situação”. Até Março outras conversas vão acontecer de forma mais clara e objetiva. Mas dificilmente o PT continuará na Base Aliada, porque não interessa mais a fortes segmentos petistas e nem ao próprio Governo.
Dúvida de Jackson
O ex-governador Jackson Barreto (MDB) deixa no ar que ainda está em dúvida sobre o candidato que vai apoiar em Aracaju: Edvaldo Nogueira ou Márcio Macedo (PT). Jackson bateu na tecla de que não concorda com apoio do PSC ao prefeito.
*** O fator Lula (PT), de quem JB é seguidor ardoroso, provocou esse repensar, que Jackson não tinha antes e que agora aflora. Vai se definir depois do carnaval.
*** À coluna, Jackson disse que a saída do PT do bloco foi ruim para os dois.
Conversa com PT
Na terça-feira um membro do MDB em Aracaju disse que o ex-governador Jackson Barreto já estaria conversando com lideranças do PT e pode filiar-se ao partido.
*** Terá conversa com Lula e pode disputar vaga de deputado federal em 2022 pela legenda.
*** Jackson não nega que se Lula estiver à frente do pleito de 2022 não deixará de candidatar-se por um partido de centro esquerda.
Não falta afeto
Em Aracaju, um político que declara apoio firme a Edvaldo Nogueira, disse que o MDB é “muito bem amado e acolhido pela administração municipal”.
*** Acrescentou: “na Prefeitura não falta afeto para Jackson Barreto e nem para o MDB”.
*** E mais: “quem tem histórico de desunião e desafeto a JB não é Edvaldo Nogueira”.
Áudio com data vencida
A impressão é de que havia “levantado o telhado” uma declaração de Edvan Amorim (PL), sobre a questão política de Itabaiana, em que seu grupo estaria sem chances de disputar a Prefeitura.
*** Teria sido direcionado ao prefeito Valmir de Francisquinho.
*** Na verdade, o áudio divulgado por uma radio da cidade tem data vencida: ocorreu em 2004 e fora utilizada pela emissora como recente.
Sukita à Esquerda
O ex-prefeito de Capela, Manoel Messias Sukita, não vai mais para o PSD, que em sua cidade ficou com o deputado Jéferson Andrade. Agora conversa com o PT, PDT, Pros e Solidariedade.
*** – Você sabe que sou esquerdista e até a próxima semana vamos decidir filiação para disputar a Prefeitura de Capela, disse-me.
*** Sukita disse que já teve conversa com senador Rogério Carvalho e com o deputado João Daniel, ambos do PT, e terá encontro com o deputado Fábio Henrique (PDT). Depois daí toma decisão para filiação.
Mantém Adailton
O ex-senador Eduardo Amorim (PSDB) mantém a sua pré-candidatura a prefeito de Itabaiana, mas até o momento não tem a mínima sinalização do prefeito Valmir de Francisquinho.
*** Em razão do seu trabalho como médico, praticamente não aparece na cidade e tem apoio parco do grupo. Adailton Souza continua o preferido por Francisquinho.
Pouca expressão
O senador Alessandro Vieira (Cidadania) diz que a missão do seu partido em Sergipe é buscar pessoas de “coragem para colocar o nome à disposição e permitir que os sergipanos tenham uma opção honesta de escolha”.
*** Desde terça-feira que o bloco do Cidadania está lançando pré-candidatos a prefeito de algumas cidades do interior.
*** São nomes de pouca expressão política e sem histórico em eleições. Tanto que é muito pequeno o número de pessoas nas solenidades.
Luciano defende
O presidente da Assembleia Legislativa, Luciano Bispo (MDB), saiu em defesa do colega Francisco Gualberto, ameaçado de ser expulso pelo seu partido ao votar a favor da Reforma da Previdência.
*** Luciano usou palavras duras e até já colocou o MDB à disposição de Gualberto para sua filiação.
Convivência complica
A base aliada considerou, ontem, que se há um pedido de tendência do PT, que ainda é do bloco, para expulsar o petista Francisco Gualberto porque votou em projeto do Governo, a convivência política começa a se complicar.
*** – Fica claro que o PT não concorda com o Governo, apesar de não “largar o osso” e começa a ficar difícil um relacionamento com quem se tornou do contra.
Almoço e papo
Quinta-feira passada o governador Belivaldo Chagas e Edvaldo Nogueira almoçaram no Palácio dos Despachos. Conversaram muito e definiram ações.
*** Em pauta o distanciamento real do Partido dos Trabalhadores.
Poder pelo poder
Coronel Rocha (Cidadania) acha que o ciclo político em São Cristóvão se repete. Vê que “políticos inelegíveis apresentam esposas e filhos como testas de ferro de suas vaidades e sede de poder pelo poder”.
*** – O cidadania caminha ao largo das negociatas travestidas de acordos políticos, diz.
*** Rocha deixa claro que não dialoga com políticos inelegíveis e nem com grupos que abrigam políticos nessa situação.
Falsos profetas
O subtenente Edgard Menezes diz que o Psol e PT estão convocando evangélicos, para se filiarem aos respectivos partidos.
*** E define: “se um único evangélico se filiar a uma dessas legendas, podem ter certeza: é falso profeta”.
Um bom bate papo
Corona Vírus – Urgente: o Brasil eleva risco de coronavírus para ‘perigo iminente’. A classificação foi feita pelo Ministério da Saúde.
Já conversa – O prefeito Edvaldo Nogueira (sem partido) começa a conversar sobre política nos bastidores e se anima com a receptividade.
No Estado – O governador Belivaldo Chagas (PSD) também não exagera nas conversas sobre a sucessão municipal, mas tem mostrado interesse no pleito em todo o Estado.
De volta ao trabalho – A Câmara Municipal reabre na próxima terça-feira, quando haverá a primeira sessão plenária deste ano.
Disputa acirrada – As eleições municipais estão expostas e pré-candidatos de todos os partidos começam e atuar tanto na Capital e Interior e as disputas serão acirradas.
Mergulha de vez – O deputado estadual Gilmar Carvalho (PSC) mergulhou de vez em relação à sua pré-candidatura à Prefeitura de Aracaju.
Problema maior – Gilmar está conversando, mas o seu problema maior é que ainda não foi decidida a sua saída do PSC para filiar-se a outro partido.
Exame em baixa – O Enem é o principal exame do país e está sendo descredibilizado por falta de responsabilidade de um governo que não valoriza a educação.
Universal em Angola – Igreja Universal pode ser banida de Angola por corrupção e punições abusivas contra pastores.