Aracaju, 26 de abril de 2024
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União contra o vírus que mata

Diógenes Braynerdiogenesbrayner@gmail.com

Em plena janela aberta para troca de partidos e na refrega para formação de chapa de vereadores, não se fala em política. Conversas e discussões sobre eleições entraram de quarentena e temem o coronavírus. Ninguém sabe por quanto tempo, ainda não se tem previsão sobre o recuo do vírus, mas tudo indica que isso se complica pela exiguidade do tempo. Dia 04 de abril isso deve ser resolvido e o corona fez com que tudo andasse lentamente.

O clima em Aracaju é assim, mesmo que as lideranças partidárias continuem atuando via on line. Ninguém quer contato direto, com receio de infecção. Tudo certo, porque o momento pede recolhimento social. Em cidades do interior, entretanto, o pessoal está em conversas e pré-candidatos a prefeito continuam nas ruas e povoados, visitando eleitores e tratando sobre alianças. Mesmo assim, de forma muita tímida e com receio de que o coronavírus apareça de repente e provoque o grave problema que aflige o País.

Há uma verdade nesse clima. A maioria dos pré-candidatos – a prefeito e vereador – começa a acreditar que o coronavirus não apenas mudou o ritmo das conversas, formação de alianças e contatos permanentes, mas vai provocar o adiamento do pleito.

Isso circula por todo o País, principalmente em Brasília. Ministros do TSE defendem, mas o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM), anuncia que é inconstitucional, embora o deputado Aécio Neves (PSDB) comece a agilizar uma PEC para o mandato tampão e coincidência de eleição em 2022.

O adiamento implica em muita coisa, mas, olhando com o sentimento do problema que o País vive no momento, pode ser a solução, porque não há clima para um pleito em caso de o coronavirus se expandir rápida e violentamente. Políticos defendem que os fundos eleitorais e partidários sejam aplicados no combate à doença e a sociedade apoia e aplaude caso isso venha a acontecer. Eleição passou a ser uma dúvida, assim como algumas pré-candidaturas anunciadas podem não se sustentar.

Nesse momento, o mais interessante é que se deixe de lado diferenças políticas, para que todos fiquem responsáveis pela proteção de uma povo que prefere assegurar o direito à vida, do que se arriscar a contrair o vírus nas filas das secções eleitorais. Nesse momento a sociedade não quer saber quem é Governo ou oposição, precisa de segurança para manter a saúde, que não virá dos que torcem para a proliferação com o objetivo de se sair bem na posição ideológica. Insisto: o momento pede calma e, acima de tudo, o derrubar de bandeiras para a concretização de uma união que vença o vírus da morte.

Recursos para Estados

Junto aos demais governadores do Nordeste, Belivaldo Chagas participou ontem de videoconferência com o presidente Jair Bolsonaro, que no momento anunciou R$ 85,8 bilhões para os Estados.

*** Como proteção, Belivaldo estava tomando água com rodelas de limão…

Sem tom político

Setores da imprensa nacional e local não se mostram preocupados com a expansão do coronavírus. Alguns jornalistas nacionais miram apenas o presidente Bolsonaro.

*** Lógico que Bolsonaro vai mal pelo estilo falastrão, mas é preciso ajudar.

*** Em Sergipe, tem repórter sempre mostrando o outro lado para desqualificar o que fora feito. A sugestão é que ajudem o mais que puder, sem o tom de assessoria política.

Vai matar muita gente

Maria Eugênia Déda alertou ontem que o vírus é biológico e real e vai matar muita gente se continuarem com esse preconceito e uma visão ideológica.

*** – O vírus mata esquerdista, direitista, centrista, cristão, ateu, judeu, árabe, criança, jovens, velhos. Fazer política numa hora tão grave como essa é lesa a pátria, disse.

Mais uma crueldade

Jair Bolsonaro vai revogar o artigo18, da medida provisória que permitia a suspensão do contrato de trabalho, por até quatro meses sem salário durante a vigência do estado de calamidade pública.

*** O líder do PT, senador Rogério Carvalho, classificou a MP como uma “crueldade contra o trabalhador”. Diz que “não se salva a economia sem pensar nos seres humanos”.

*** – A MP de Bolsonaro, editada na calada da noite de domingo, é revoltante, cruel, desumana. Não fala como os brasileiros vão pagar o aluguel, a conta de água, luz, cesta básica. Agrava ainda mais a situação dos trabalhadores, disse o senador.

Iran repudia

O deputado estadual Iran Barbosa (PT) diz que a Medida Provisória 927 do governo federal, que retira mais direitos dos trabalhadores, é inconstitucional e merece todo o repúdio!

*** – A reação contrária a essa medida já faz o governo recuar, mas precisamos estar atentos!

Valadares e o momento

O ex-senador Antônio Carlos Valadares (PSB) escreve sobre a posição política nesses tempos de coronavirus: “É melhor então, para evitar mal entendidos, que políticos se pronunciem com bastante cautela para não serem acusados de exploradores dessa tragédia mundial”.

*** E mais: “e que, por isso, possam deixar a impressão de que, com seus ataques a adversários que estão momentaneamente no governo, estejam com a mente focada nas próximas eleições municipais”.

Lutar pela vida

Ex-senador Valadares acha que “a política do confronto e do debate terá seu tempo. Afinal, as eleições que dão suporte a esse tipo de conduta estão marcadas para outubro, e nem sabemos se elas serão realizadas caso a situação venha a se agravar”.

*** – Agora é pensar e lutar pela vida. O poder sem ela não vale nada.

*** Acrescenta “é possível, e é até compreensível, que a gente queira dizer um montão de coisas que beiram a incompetência e a ineficiência das autoridades”.

Não pensa em eleições

O deputado federal Fábio Mitidieri (PSD) disse que “embora esteja muito cedo para definições, pelas informações que temos do Coronavírus até aqui, fica difícil pensar em eleições nesse momento”.

*** O deputado sugere “adiar ou até mesmo prorrogar os mandatos” porque com isso, “poderíamos utilizar os recursos do Fundo Eleitoral, R$ 1,8 bilhão, e os recursos do custeio das eleições, R$ 1,2 bilhão, na saúde”.

Prazo prolongado

Para Mitidieri esses recursos, que somam R$ 3 Bilhões, “seriam um dinheiro a mais no combate ao coronavírus. Nesse caso, no orçamento de 2021, incluiríamos novamente essas despesas”.

*** – O próprio prazo para filiações deveria ser prolongado. Como podemos pensar em filiações senão podemos nem sair de nossas casas? – Pergunta.

Henri e mandato tampão

Ex-presidente da OAB-SE, Henri Clay, critica o deputado Aécio Neves, de se aproveitar da tragédia provocada pelo coronavírus para tentar dar mais um golpe na democracia.

*** – Vai propor a PEC do mandato tampão, sem eleição, por mais dois anos, para todos os prefeitos e vereadores. Com isso, o seu partido, PSDB, mantém-se no poder na prefeitura de São Paulo, maior do País.

*** – Aécio não tem cura. Ele é viciado em golpe, acusa.

*** Henri diz ainda que, “se fosse parlamentar, apresentaria PEC para transferir dinheiro do fundo eleitoral para subsidiar o bem-estar das pessoas e preservar os empregos”.

Final do ano

Henry Clay acha que, lá na frente, adiar as eleições para o final do ano é razoável. “Agora, mandato tampão de dois anos é oportunismo”.

*** Clay confirma que foi convidado pelo pré-candidato a prefeito pelo PT, Marcio Macedo, para ser seu vice.

*** Mas brincou: “a minha reflexão política está contaminada pelo coronavírus”.

Política zero

O deputado Rodrigo Valadares (PTB) diz que é triste ver o uso político que estão querendo fazer da pandemia, do Covid-19, em Sergipe e fora dele.

*** Sou oposição, mas estou me colocando à disposição do Governo do Estado e das Prefeituras para ajudar no que puder.

*** Momento agora é de união. Sabe qual a importância agora da política, nenhuma!

Política no interior

A política se movimenta mais no interior. Uma liderança política do agreste disse que há contatos por telefone (muito pouco pessoalmente) para a formação de chapas para vereador.

*** Os partidos não param nos diretórios municipais, mesmo que alguns imaginem que haverá adiamento do pleito.

Sobre todos os riscos

Antes de se filiar ao Republicanos, o ex-prefeito de Capela, Manoel Messias Sukita, ouviu da direção nacional do partido os riscos que ele tinha para disputar a eleição.

*** Nesse encontro, Sukita deixou claro que se não puder disputar indicará um outro nome de sua confiança.

Filiação de Edvaldo

O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, já é do PDT. Ele fez a filiação ao partido ontem à noite, depois do expediente.

*** Tudo foi feito via on line, com o objetivo de evitar aglomerações.

Ligação de vídeo

O deputado federal Fábio Henrique (PDT) tem obedecido à quarentena, mas tem conversado “com a turma por ligação de vídeo”.

*** – Tenho falado com a turma por ligação de vídeo, para matar saudade, disse.

*** Fábio diz que conversa pouco sobre sua pré-candidatura a prefeito de Socorro. Acha que não é o momento

Não existe clima

Fabio Henrique admite: ninguém sabe quando serão as eleições. “Não vejo clima”, embora o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, diz que o pleito não pode passar de dezembro, porque o mandato tampão seria inconstitucional.

*** – Mas ter eleição nesse clima não pode, acha Fábio Henrique.

Márcio e decisão

Pré-candidato a prefeito pelo PT, Marcio Macedo acha que o STF faz justiça e suspende a decisão arbitrária de Jair Bolsonaro em cortar bolsa família para o Nordeste.

*** – Neste momento de Pandemia do coronavírus, a prioridade é proteger as pessoas.

Um bom bate papo

Populismo sanitário – O sanitarista Antônio Samarone publica: “A politicagem contaminou a esttratégia de combate à peste, podendo levar ao desabastecimento”.

Tudo para depois – Em Aracaju foi para o ralo qualquer conversa política. Com a maioria trancada em casa, os acordos e entendimentos ficam para depois.

Adere a panelaço – Aracaju aderiu ao panelaço. Acontece sempre as 20 horas para atender à orientação da Rede Globo e a cidade sair no Jornal Nacional.

Muito feliz – Heleno Silva diz que ficou muito “feliz” com a determinação jurídica para que fosse pago os salários do Bolsa Família.

Precisa cuidado – As pequenas cidades do interior ainda não se preocupam com o coronavirus e a população ainda sai sem problema. Mas é preciso cuidado.

Fiscalizar mais – O Governo precisa fiscalizar com maior intensidade as vendas de produtos de higienização. Os preços estão cada vez mais altos.

Higor Ferreira – Oitavo dia de quarentena: já comecei a experimentar opções de comida mais em conta, estrogonofe de salsicha!

Paulo Vitor – O governo tem que garantir a saúde das empresas e o salário do trabalhador. São preocupações fundamentais. Mas de onde vem a grana?

Ivete Sangalo – Faço esse apelo para o bem de todos nós. Cabe a nós ter consciência e a percepção do nosso dever nessa luta contra esse inimigo invisível e tão voraz.

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