Diógenes Brayner – diogenesbrayner@gmail.com
O Brasil passa por momento muito difícil. Triste também. De um lado um vírus letal, sem medicamentos, sem vacinas e que se expande com extrema facilidade. Do outro um destoamento da ordem e das ações. Um país que precisa definir rumos diante de inimigo invisível, mas corre o risco de naufragar pela má condução do timoneiro. Uma população atônita em um barco à deriva, sem um comando que transmita confiança e dê equilíbrio para o enfrentamento de uma questão que depende da sensatez e da coerência.
O presidente Jair Bolsonaro não vai bem neste momento. Os seus atos tumultuam o que determina os seus ministros e põe, acima de todos, a dúvida sobre a sanidade mental. O setor da saúde determina o recolhimento social, com fechamento de áreas significantes da indústria e comércio, além da paralisação absoluta de órgãos que naturalmente precisam funcionar. E essa dubiedade de determinação dá um tom de total irresponsabilidade, porque não se impõe uma condição única.
E fica o desafio terrível: trabalhar ou morrer? O mundo está apreensivo e paralisou. As mortes se multiplicam e as pessoas vão se segurando na quarentena para conseguir viver. No Brasil, Bolsonaro segue na contramão até da Organização Mundial da Saúde (OMS), que pede total reclusão da população, enquanto o seu presidente sugere a convivência social, no trabalho, nas avenidas, nas praças e eventos, como se tudo não passasse de um histerismo que pode levar o País ao caos econômico.
Lógico que tem seguidores dessa sua tese de mandar a “gripezinha para o beleleu”. Mas os panelaços, durante seus discursos, demonstram que quem estar em casa não pretende sair e se põe contra o seu pensamento que discorda de orientações médicas. Bolsonaro se mostra preocupado (será?) com a economia. Demonstra que o sistema não comporta indústrias paradas e comércio fechado. Tem isso como o início de uma retração que pode levar a economia a um colapso, capaz de matar muito mais que o vírus, em razão do desemprego e da fome.
A maioria dos economistas enxerga esse risco iminente, mas admite que preservando a saúde é mais fácil recuperar do que ressuscitar. Assim, recomendam a paralisação de todas as atividades econômicas e o recolhimento social, como uma forma de reduzir a proliferação do vírus e evitar o excesso de busca por hospitais, sem que haja condição de atendimento e, com isso, a multiplicação das mortes.
No discurso de ontem o presidente Bolsonaro foi mais sensível em relação à quarentena e reconheceu a importância de defender vidas e garantir renda para os mais carentes, durante a epidemia. De qualquer forma foi um avanço, mas falta transformar palavras em ação: ainda não foi sancionado o auxílio emergencial de R$ 600,00, já aprovado pelo Congresso. O Brasil precisa disso e, muito mais, de juízo, lógica, reflexão e humildade. Mas, acima de tudo, de unidade para que todos saiam vivos dessa.
Vai fazer análise
O governador Belivaldo Chagas (PSD), que recebeu sugestões de empresários para uma flexibilização do decreto que fecha o comércio, colégios e evita aglomerações, vai ver se até sexta-feira haverá indícios de redução de casos do coronavirus.
*** Para isso vai ouvir técnicos da área de saúde, avaliar toda a situação e adotar ou não alguma medida. Não quer ficar indiferente ao que propõe o empresariado.
Depende do vírus
Belivaldo Chagas, entretanto, ainda mantém a posição de esperar até 17 deste mês para acompanhar o avanço ou não de casos comprovados de contaminação pelo Vírus.
*** A flexibilização vai depender dessa situação.
*** Caso se constate risco de aumento de casos do coronavirus, o governador pretende prorrogar o decreto por mais 15 dias.
Médicos contra
Dois médicos influentes nessa questão do coronavirus falaram, em off, que não aconselha qualquer abertura para aglomeração pública nesse momento de dúvida sobre o aumento ou redução da ação do coronavirus.
*** Um deles – pneumologista – reconhece o esforço do Governo para impedir a proliferação e acha que é preciso manter a quarentena, porque o vírus se propaga muito rapidamente.
Atitudes corretas
O deputado Luciano Pimentel (PSB) reconhece que o governador Belivaldo Chagas vem tomando atitudes “extremamente corretas”, junto a todo o setor da Saúde, para manter a quarentena e enfrentar o vírus.
*** – Nesse momento, Sergipe é um dos Estados melhor estruturado para impedir a propagação da doença.
Deputados transferem
Deputados estaduais vão transferir parte de emendas impositivas para compras de respiradores e Equipamentos de Proteção Individual (IPIs) para os hospitais de Sergipe.
*** Cada um dos deputados deve transferir R$ 500 mil de suas emendas. Se todos concordarem, serão R$ 12 milhões a mais para usar no combate ao coronavirus.
*** Até ontem já havia mais de 15 parlamentares [da situação e oposição] dispostos a fazerem transferência.
Detalhe curioso
Segundo um dado passado à coluna, 40% dos infectados pelo coronavírus em Sergipe seria pessoas de 20 a 39 anos.
*** Sinal de que não são apenas os idosos que devem ficar de quarentena. Muitos jovens têm que rever posições comportamentais.
Emília é patriota
A vereadora Emília Correa (Patriota) diz que mesmo em meio a uma pandemia, as pessoas utilizam de mentiras para dizer que estou em outro partido!
*** – Sou do Patriota. Sou pré-candidata a reeleição, se assim for da vontade de Deus e do povo de Aracaju, disse Emília.
Dúvida sobre eleição
A maioria dos políticos em Sergipe acha que “ainda há dúvida sobre a realização das eleições municipais em outubro deste ano”.
*** Luciano Pimentel diz que “Sergipe não é uma ilha e não pode estar preocupado com as eleições, mas em combater o coronavirus”.
Prejudicial à Saúde
O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho, diz que “Bolsonaro á prejudicial à Saúde dos brasileiros. Ele transforma tudo em disputa. Não é uma conspiração contra ele e Governo dele”
*** – Mas Bolsonaro age sem limite numa disputa enlouquecida e coloca em risco a vida das pessoas. O nosso inimigo agora é o coronavírus, disse Rogério.
Não fará sanção
O senador Alessandro Vieira (Cidadania) diz que Bolsonaro escolheu não fazer a sanção imediata da lei do auxílio emergencial.
*** Acha que isso atrasa o atendimento aos que mais precisam e impede o CN de fazer correções e ampliações urgentes.
*** Acrescenta que é criminoso fazer economia com vidas. Pior ainda tentar transferir responsabilidades.
*** No Twitter, seu seguidor Cláudio Souza reagiu: “você apoiou esse presidente. Fez campanha e tudo. Essa culpa é sua”!
Filia-se ao PDT
O vereador Vinícius Porto envia hoje e-mail se desfiliando do DEM e logo em seguida faz a filiação ao PDT, partido em que também está o prefeito Edvaldo Nogueira.
*** A filiação de Vinícius será online, para que não haja aglomeração.
Cortes na Câmara
A partir de hoje, por decisão da Presidência da Câmara Municipal, os vereadores não têm mais direito a assessoria jurídica e de comunicação, como também recursos para combustível.
*** O objetivo é economizar gastos neste período de dificuldade com o coronavírus.
*** Vereadores querem saber se essa economia será abatida no repasse do duodécimo, para que a Câmara também ajude no combate ao vírus.
Faltou a fonte
Subtenente Edgard Menezes diz que os senadores propuseram um reajuste na verba de auxílio aos autônomos, ampliaram os beneficiários, aprovaram, mas não indicaram a fonte.
*** – Se Bolsonaro, fosse besta, pagaria de qualquer fonte e depois sofreria impeachment, por descumprimento fiscal, disse.
Um bom bate papo
Maior incidência – Os Estados com maior incidência do coronavirus são: São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará, além do Distrito Federal.
Outras doenças – Um atuante deputado estadual disse ontem que outras doenças, tão letais quanto o coronavirus e que mataram muito mais gente em Sergipe.
No interior – A maioria das cidades do interior – as de médio e pequeno portes – não obedece à determinação de fechar comércio e impedir feiras livres.
Muita chuva – O final de semana foi de chuva intensa no sertão sergipano, o que animou produtores e agricultores da região. As chuvas continuam…
Simão Dias – O governador Belivaldo Chagas cumpre quarentena nos finais de semana em sua fazenda, na cidade de Simão Dias.
Há conversas – Um pré-candidato a prefeito de Aracaju disse que, mesmo muito timidamente, lideranças políticas conversam sobre composições.
Cortam adicionais – Segundo divulga a Folha de São Paulo, após fala de Bolsonaro, Correios cortam adicionais no salário de trabalhador em quarentena.
Multar a união – Segundo informa o Estadão, Procuradoria quer multar a União em R$ 100 mil por ‘caminhada de Bolsonaro’.
Capitão Samuel – OMS começa e ver que a fome tem que ser levada em consideração na questão do isolamento social,que os pobres brigam todos os dias pelo Pão de cada dia e que governos precisão avaliar isso nas suas decisões