Acessório pode gerar complicações se não for confeccionado da forma correta
Por: Suzy Guimarães
Tornou-se comum, nos últimos dias, ver pessoas circulando pelas ruas usando máscaras cirúrgicas ou adaptações delas, as máscaras caseiras. O acessório, em sua versão descartável, ficou tão popular que esgotou em diversas farmácias e fornecedores, muitas vezes adquirido por pessoas sem sintomas que querem se proteger. Mas especialistas alertam que o uso das máscaras pode trazer problemas, caso sua procedência não esteja dentro das normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde.
A coordenadora dos cursos de Biomedicina e Farmácia da UNINANASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Aracaju, Alyne Dantas Lima, alerta que as máscaras de proteção perdem a eficácia quando ficam úmidas, o que acontece com o vapor produzido pela respiração, a partir de 30 minutos de uso. “Trocar de máscara o tempo todo é algo inviável. Então, é preciso saber como, quando e onde usar”, observa.
Ela ressalta que o problema se torna ainda mais complicado com relação ao uso de máscaras caseiras, que vêm sendo utilizadas em larga escala pela população. “Essas máscaras, se não obedecerem aos padrões de segurança, podem prejudicar mais do que ajudar na prevenção ao coronavírus”, explica.
Alyne observa que não há comprovação de que materiais como filtros de papel sejam eficazes para conter as moléculas do vírus. “Mesmo um tecido, se for muito poroso, pode não conseguir reter essas moléculas. A máscara protege contra aerossóis (moléculas que ficam no ar), mas a maior parte das infecções acontecem pelo contato com superfícies infectadas”, destaca a farmacêutica.
“As pessoas precisam entender que o mais importante é fazer a higiene das mãos e não tocar o rosto. Quem usa máscara muitas vezes acaba relaxando nesses cuidados e se contaminando ainda mais, porque fica ajeitando o equipamento para cima e para baixo, aumentando o contato com o nariz, os olhos e a boca”, explica.
A professora ressalta, no entanto, que as máscaras são imprescindíveis para os profissionais de saúde, que mesmo sem sintomas devem usar. “Esses profissionais são treinados para utilizar o acessório e só fazem isso quando vão atender diretamente pacientes infectados, por um curto espaço de tempo. Além disso, nos hospitais, o produto é descartado após a utilização”, lembra.
Padrão: O Ministério da Saúde já emitiu recomendação de como devem ser feitas as máscaras caseiras. As pessoas interessadas em produzi-las devem seguir as orientações do órgão.
Foto assessoria