Aracaju, 12 de maio de 2024
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Neste momento, sair é um risco

Diógenes Braynerdiogenesbrayner@gmail.com

Era previsível que o governador Belivaldo Chagas (PSD) revisse o novo decreto que liberou o funcionamento de segmentos do comércio. Cuidar do povo é responsabilidade do Estado e a decisão oficial não poderia ser diferente. Na quarta-feira, quando foram abertas algumas lojas, uma fotografia do Calçadão da João Pessoa, divulgada em redes sociais, mostrou centenas de pessoas circulando naturalmente, livres, leves e soltas, sem qualquer proteção que evitasse o aumento da pandemia.

E aconteceu. Os índices divulgados pela Secretaria da Saúde revelaram um crescimento que era esperado para, no máximo, 10 de maio: um total de 500 casos. Ontem houve um novo avanço da doença, inclusive com mais duas mortes e a tendência é crescer de forma vertiginosa, de acordo com a irresponsabilidade das pessoas que só acreditam que o vírus chega a elas, quando estão à busca de vagas nos hospitais, ou choram a morte de um familiar que, sequer, tiveram acesso ao sepultamento. E isso pode acontecer em Sergipe, se o governador não dificultar a circulação e aglomerações.

Um detalhe que passa a ser importante: dia 10 próximo, uma nova análise seria feita, sobre a oscilação para cima ou para baixo dos índices do coronavirus. Dependendo do quadro, o decreto poderia acrescentar novos itens do comércio para abrir as portas e funcionar naturalmente. Não acontecerá mais. A partir de agora, todas as avaliações, feitas diariamente, podem provocar um novo ato que determine o fechamento geral, permitindo apenas o funcionamento de estabelecimentos essenciais, como supermercados, farmácias, padarias e outros.

Sergipe está no período crucial do crescimento da pandemia. Os novos números tendem a crescer, testes diários que estão sendo realizados, revelam isso. Havia muita gente que pegou o vírus, não sentia nada, mas transmitia a terceiros. Cada assintomático pode contaminar até três pessoas e daí leva a uma proporção incalculável. Esse crescimento assusta e o Estado tem que atender a todos os afetados, o que pode provocar um colapso no sistema de Saúde e as pessoas com sintomas não serem atendidas, podendo morrer até nas filas de entradas dos hospitais e postos de saúde.

O quadro pode chegar a isso, claro, como já se vê em Manaus, São Paulo e em Pernambuco, próximo a Sergipe. O Governo está cumprindo sua parte, cabe à sociedade, que é a maior vítima d contaminação, se preocupar em não adoecer ao obedecer à orientação de não sair de casa, até que tudo isso passe. E vai passar. Mas depende de cada um fazer a sua parte, para evitar entrar na estatística dos mortos. Todos sabem do risco que correm e não adianta desacreditar que serão preservados. O Covid-19 não poupa ninguém que se exponha a ele, independente de classe social e condição financeira, como se percebe no cenário que se exibe em todo o Brasil.

O Governo tenta evitar que cada cidadão fique em isolamento social. Ninguém é obrigado a cumprir. Ir e vir é um direito democrático. Só não pode reclamar depois que tudo fora feito para evitar a tragédia.

Vídeo viraliza

Viralizou (ou vírus-alizou?) em Sergipe a entrevista concedida pelo neurocientista Miguel Nicolelis, à Globo News, em que ele demonstra preocupação com o crescimento do coronavirus no Estado.

*** Ele disse que Sergipe é um Estado pequeno, mas existe a possibilidade de “afrouxar o distanciamento nos próximos dias e isso está me tirando o sono”.

*** Divulgado nas redes sociais, o vídeo provocou medo à população e o próprio governador Belivaldo Chagas adotou novas medidas, fechando o comércio.

Efeito sanfona

Belivaldo Chagas disse, ontem, que o decreto sobre o funcionamento do comércio funcionaria com o “efeito sanfona”, abre e fecha de acordo com o ritmo do virus.

*** Tanto que ontem ele usou esse efeito e revogou decisões tomadas esta semana, fechando a flexibilização para abertura do comércio.

*** A medida foi tomada após constatação do aumento de 32% no número de casos confirmados de Covid-19 em menos de 24 horas.

Foi um recado

Assessor direto do governador disse (em off) que Belivaldo Chagas “foi extremamente prudente ao fechar parte do comércio liberada para funcionar nesta semana”.

*** – Isso foi um recado para os demais segmentos que continuam funcionando, porque só continuarão abertos se não houver aumento da pandemia.

*** A alteração no decreto se deu porque o Governo previa que só no dia 10 de maio o número de infectados chegaria a 500, mas isso já aconteceu agora. Vai demorar para nova flexibilização.

Calçadão cheio

A quarta-feira e ontem foram dias de “Calçadão cheio”. Centenas de pessoas circulavam no centro da cidade sem máscaras e sem cumprir o distanciamento.

*** A culpa não era tanto das lojas que tinham cuidado na higienização, mas o povo está saindo como se a pandemia fosse “uma gripezinha”, como classificou Bolsonaro.

Difícil controle

Não há Governo que controle parte da sociedade que não vê risco e sair às ruas, esteja o comércio aberto ou fechado. Por mais infeccioso que seja o vírus, a população não recua. Principalmente quando ele é latente.

*** É muito difícil à obediência de cumprir quarentena, para quem se sente imune ao vírus ou à qualquer outra doença.

*** Nas periferias e em cidades do interior, ninguém deixa de tomar sua cervejinha nos finais de semana e os botecos abrem à meia porta.

Caixa e aglomerações

As agencias da Caixa Econômica em todo o Brasil aglomeram milhões de pessoas em frente. A maioria inconformada porque alguns auxílios não foram depositados por problemas no CPF.

*** As filas são quilométricas e ninguém respeita o distanciamento social de 01 metro, além de poucos usarem máscaras.

*** Em Sergipe a CEF quer que o Governo e Municípios controlem as aglomerações que se formam em frente às agências. A Caixa é um dos maiores transmissores do Covid-19 no Brasil.

Live de Marcio

O pré-candidato a prefeito de Aracaju pelo PT, Marcio Macedo, está em pré-campanha e faz live quase todos os dias com pessoas da cúpula política que o apoia a nível nacional.

*** Ontem a live foi com a gaúcha Manuela D’Ávila. O assunto abordado foi a importância dos meios de comunicação e das redes sociais em tempos de pandemia.

Doença traiçoeira

Marcio Macedo disse ontem que o coronavírus é uma doença traiçoeira que mata em grande escala. Esse é um momento em que ela está crescendo no Brasil, em Sergipe e em Aracaju.

*** Admite que o isolamento social é a forma mais eficaz de controle da doença. O afrouxamento da quarentena pode provocar uma tragédia em Aracaju e no Estado.

*** O papel do poder público é garantir, prioritariamente, a preservação da vida das pessoas, disse.

Sobre mensagens

O apresentador Ricardo Marques diz que todos os dias recebe mensagens de pessoas passando fome.

*** – Precisamos reforçar o isolamento social, porém os governos precisam também ter medidas efetivas para ajudar quem não tem o que comer e pagar as contas, sugere.

Destaca falhas

O empresário Milton Andrade (PL) fez observações sobre o decreto que trata sobre o fechamento do comércio e destacou duas falhas:

*** Falta de critério entre os setores liberados. “Ramos essenciais ligados à saúde não foram liberados enquanto podologia foi”.

*** – Além de não ter critério, o decreto estimulava aglomeração nas poucas lojas que poderiam ser reabertas. Ontem (quarta-feira), o centro estava lotado.

Moro será ouvido

O ministro Celso de Mello manda a PF ouvir o ex-juiz Sérgio Moro em até 5 dias, após pedido de redução do prazo enviado ao STF, ontem, por três parlamentares.

*** Foram eles: senador Alessandro Vieira (Cidadania) e os deputados Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES)

Deixa o Primavera

Silvia Pinto, filha Amélia Franco e do acadêmico Estácio Bahia Guimarães (que morreu recentemente) deixou ontem o Hospital Primavera sob aplausos dos médicos e enfermeiros.

*** Ela conseguiu vencer o coronavirus, que a deixou internada por 15 dias. Silvia é sobrinha do ex-governador Albano Franco.

*** A mãe de Silvia, Amélia Franco, irmã de Albano, também foi contaminada pelo vírus e esteve interna na UTI do Hospital Primavera.

Um bom bate papo

Senado Federal – Pesquisa realizada pelo Datasenado aponta queda na renda dos brasileiros devido à pandemia do coronavirus.

Jornal Extra Alagoas – População entre 20 e 49 anos já soma mais da metade dos casos de Covid-19 no estado de Alagoas.

Ídolo Nacional – O senador Alessandro Vieira (Cidadania) tem como ídolo nacional o ex-ministro Sérgio Moro, que não se manifesta politicamente.

Moro incentiva – Aliás, foi o ex-ministro Moro que incentivou e permitiu a pré-candidatura de sua assessora Danielle Garcia (Cidadania), à Prefeitura de Aracaju.

Via Online – Centrais sindicais ligadas ao Partido dos Trabalhadores vão se reunir hoje, via online, para comemorar o Dia do Trabalhador.

Clóvis Silveira – Quem não tem um foco na vida, tenho a impressão que nada, nada, e não chega a lugar nenhum, continua tudo do mesmo jeito!

Vera Magalhães – Maior responsável pelas aglomerações com potencial de disseminar coronavírus: filas da Caixa para o auxílio emergencial.

Poder360 – Soldados dos Dragões da Independência usam máscaras na rampa do Palácio do Planalto.

Não distingue – Vários casos de coronavirus estão sendo registrados em condomínios simples e de luxo em Aracaju. O corona não distingue classe social

 

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