A jovem Isadora, filha do ex-prefeito de Capela Manoel Messias Sukita, não poupou críticas ao Departamento de Crimes contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap) e, para mostrar a sua contrariedade e revolta, gravou um áudio onde diz que “hoje eu estou vendo o meu segundo pai, que é meu tio, ser preso, nosso pré-candidato a prefeito que lidera as pesquisas, e eu não vou nem dizer a forma como entraram na casa dele e como trataram a família dele”, se referindo à prisão do ex-presidente da Câmara de Capela.
Em um áudio de cerca de cinco minutos, Isadora diz que “em 2014 eu vi meu pai ser preso na eleição de deputado estadual. Depois vi ele ser solto. Depois vi ele ser preso de novo. E as justificativas dadas para as prisões não pareciam muito convincentes aos olhos dos cidadãos leigos como eu e até de muitos advogados. As prisões foram consideradas arbitrárias e ilegais por juristas. E como é que se explica uma pessoa que vai presa duas vezes em uma eleição ser o quarto deputado mais votado? É porque a população percebe que existe uma perseguição política. Em 2018, liderando as pesquisas para deputado federal, foi preso de novo. E quando aconteceu, que eu vi o processo, que eu vi os erros absurdos do processo foi inacreditável. Eu disse: eu vou pegar isso aqui e vou escancarar em todas as cidades de Sergipe que eu conseguir passar. Então, eu com 18 anos, muito nova, fiz essa eleição sozinha, só com Deus e o povo. Fui à Brasília, voltei e com isso tudo tive muitas experiências pra saber que não fazer parte do clube do bolinha na política é um preço muito caro”, disse Isadora, questionando a possibilidade de vazamento de informações para adversários do tio.
Para ela, o hoje senador Alessandro Vieira e a delegada e pré-candidata a prefeita por Aracaju, Danielle Garcia, participaram da tentativa de destruição política de sua família, apoiando os adversários do pai e do tio. “Será que no nosso país, no estado, não tem grandes delegados, grandes policiais, pessoas que honram o trabalho que fazem? Claro que tem. Mas é muito duvidável o que acontece nessa delegacia em relação a minha família. A delegada da Deotap que investigou e prendeu meu pai em 2014 votou abertamente no candidato que traiu ele e que mais se beneficiou com a prisão dele. Hoje ela é pré-candidata a prefeita de Aracaju. Também o delegado da Deotap que precisou se retratar por acusar meu pai de algo sem provas hoje é senador. Eu não sou obrigada a achar isso tudo normal e certo. A venda que aquela escultura da Justiça usa é pra simbolizar a imparcialidade que a Justiça deve ter, então pela lógica as autoridades que investigam políticos não devem ser políticos”, disse.
Por fim, Isadora ironiza e sugere que o governador transforme a Deotap em um “partido político”. “Então peço ao excelentíssimo governador que transforme essa delegacia de onde saem tantos delegados políticos em um partido. E se vossa excelência não puder fazer isso, determine que todos os processos de Capela sejam levados para uma delegacia séria, porque tem. Para que as investigações sejam feitas de forma aceitável. E fica a minha pergunta: por que nenhuma denúncia, nenhuma condenação que nossos adversários têm vão pra frente? Nunca fizeram uma operação contra nossos adversários. Governador, a Deotap mostra que tem lado político na cidade de Capela. Porque então só o agrupamento Sukita fica em desvantagem no pleito? Essa delegacia e parte da mídia só são usadas contra o nome Sukita e sempre em período de eleição. Por isso, nunca andei nem ando com a cabeça baixa. Sempre andei de cabeça erguida. Porque eu conheço o outro lado da moeda”, sugeriu.