Referência para pessoas que lutam para deixar de fumar, o Programa de Controle do Tabagismo, oferecido pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), retomou suas atividades no último dia 8, mas de forma individual. O serviço presencial estava suspenso desde abril por causa da pandemia da covid-19, obedecendo os critérios das medidas de isolamento social instituídos em decretos do Município e do Estado.
No entanto, nesse período, os pacientes não deixaram de ser assistidos, isso porque o atendimento foi realizado por telefone e a retirada de medicamentos foi realizada de forma individual. O Programa funciona no Cemar Siqueira Campos e, para ter acesso, o usuário deve apresentar o cartão do SUS e um documento de identificação com foto.
De acordo com a coordenadora do Programa de Controle do Tabagismo da SMS, Nazaré Aragão, antes da pandemia, estavam sendo tratados 45 pacientes. “É importante destacar que esses pacientes continuaram sendo assistidos, mas por telefone. Individualmente iam buscar suas medicações. Nesse período de pandemia, só não estão acontecendo as reuniões. No dia 8 de junho, já retornamos o nosso atendimento presencial, obedecendo protocolos”, explica, ao revelar que o programa retornou com 15 novos usuários.
Impacto da pandemia
A pandemia da covid-19 também afetou a meta a ser atingida pela coordenação do programa para este ano. A título comparativo, em 2019, foram assistidas 200 pessoas. Para 2020, a meta é chegar a 100. “A perspectiva é fechar o ano com 100, número reduzido em comparação com a média do ano passado devido à covid-19. Até junho de 2020, já foram cerca de 80 pacientes. A cada três meses são tratados um grupo de 15 pacientes”, afirma Nazaré, ao frisar que provavelmente a partir de julho, o programa volta a ser oferecido pela manhã, dois dias por semana. “Já temos medicação para essas pessoas que estão aguardando nossas ligações e já estamos chamando novas pessoas”.
Como funciona
Antes de participar das reuniões, a pessoa interessada passa por uma entrevista, para logo após ser direcionada ao grupo de intervenção ao tabagismo. Além dos encontros, o usuário também recebe medicamentos para o controle da abstinência, fornecido pelo Ministério da Saúde por meio da SMS, além de acompanhamento de uma equipe qualificada, composta por médica pneumologista, assistente social e enfermeira.
Durante as reuniões – são seis no total, sendo as quatro primeiras semanais, e as duas seguintes quinzenais -, o paciente vai recebendo a medicação e, a partir do momento que o grupo o qual ele está inserido acaba, o usuário é convidado a participar dos encontros mensais. Segundo Nazaré, o objetivo é que, mesmo após parar de fumar, o paciente tenha acompanhamento por mais um ano, em virtude do risco de recaída.
É justamente pensando na recaída que o programa põe em prática um plano B. “Também criamos um grupo de recaídas. Infelizmente, mesmo em tratamento, algumas pessoas não param de fumar. Esse grupo existe e trabalhamos separadamente dos demais, para que não haja interferência na evolução dos outros. O usuário nunca fica desassistido”, lembra a coordenadora.
Trabalho vitorioso
Nazaré conta com orgulho que tem a maior satisfação em trabalhar no programa e poder ajudar pessoas reféns do vício da nicotina. “Temos muito orgulho. É um trabalho vitorioso, porque nós sabemos da necessidade que eles têm de pedir ajuda para parar de fumar, e nós conseguimos tratá-los e eles voltam para nos avisar que pararam. É um trabalho gratificante. Na média de 100 pacientes, conseguimos recuperar 70, devido ao trabalho de equipe. Pretendemos, no final de ano, quando passar a pandemia, reunir todos eles para fazer uma palestra geral”, revela.
Aracaju tem baixo índice de fumantes
Estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que mais de seis milhões de mortes acontecem todos os anos no mundo devido ao tabagismo. Em 2019, de acordo com dados levantados pelo Ministério da Saúde (MS), por meio da pesquisa ‘Vigilância de Fatores de Risco e Proteção’, a capital de Sergipe, Aracaju, ocupou no ranking, com 4,7%, a posição da segunda capital com o menor índice de fumantes do Brasil.
Substâncias nocivas
Com mais de 4,7 mil substâncias presentes em sua composição, o cigarro está relacionado a doenças do sistema cardiovascular, como infartos, derrames e acidentes vasculares cerebrais (AVC); além de cânceres de boca, pulmão e de laringe. As doenças respiratórias mais recorrentes e associadas ao tabaco são enfisemas pulmonares, bronquite, infecções respiratórias e até embolia pulmonar. Os malefícios não são notados apenas a longo prazo, algumas alterações no organismo podem ser percebidas no cotidiano de quem fuma.
Primeiros passos para largar de vez o cigarro
De acordo com a OMS, para deixar o vício, é preciso que a pessoa esteja motivada e seguir as seguintes dicas: determinação; diminuir gradativamente o número de cigarros; evitar carregar o maço ou a carteira de cigarro; evitar deixar cinzeiros em casa; evitar qualquer substância que possa estimular o fumo, tais como café e bebida alcoólica.
Fonte e foto assessoria