Aracaju, 24 de abril de 2024
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Breque dos Apps foi um sucesso em Sergipe e em todo o Brasil

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Movimento que luta por valorização, proteção e direitos para os entregadores de aplicativo já planeja nova paralisação nacional

Breque dos Apps é como ficou conhecida a primeira greve nacional dos entregadores por aplicativo, nesta quarta-feira (1/7). Com força principalmente nas capitais e cidades de grande porte, o movimento durou 24h e divulgou a realidade destes trabalhadores que estão nas ruas expondo sua saúde durante esta pandemia da Covid-19 e têm um papel fundamental no isolamento reduzindo a contaminação e salvando vidas.

Entre as reivindicações estão o aumento do preço por quilômetro rodado, do preço mínimo por corrida, fim dos bloqueios indevidos, seguro de roubo, acidente e vida, além da entrega de equipamentos de segurança contra a Covid-19 como máscaras e álcool em gel.

Devido à força da primeira greve nacional, os organizadores do movimento já planejam uma nova greve nacional.

Em Aracaju, os trabalhadores se reuniram nos Arcos da Orla de Atalaia e foram impedidos pela Polícia Militar de seguir em cortejo de moto pelas ruas da cidade. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE), Roberto Silva, participou do protesto em apoio aos entregadores por aplicativo.

“É um movimento extremamente justo. Eles reivindicam participação no lucro das empresas de aplicativo, que tem aumentado sua rentabilidade, especialmente agora neste momento de isolamento social. As empresas de aplicativos têm aumentado suas ações na bolsa de valores, o que mostra o lucro exorbitante que estão tendo. Mas à medida que aumentou o ritmo das entregas, as empresas reduziram os valores pagos aos entregadores por km rodados. Isso é um absurdo”, avaliou Roberto Silva.

O presidente da CUT/SE reforçou o perigo de acidentes, de contaminação ao qual esses trabalhadores estão expostos, além de estarem completamente desprotegidos em termos de direitos trabalhistas. “Eles trabalham num ritmo alucinante, colocam em risco suas vidas, tem tempo determinado pra fazer a entrega e, caso não cheguem no horário definido, são ameaçados de desligamento dessas empresas de aplicativo, ou seja, não tem nenhum tipo de proteção. Além disso, os valores pagos são extremamente irrisórios numa média R$ 30 a R$40 por um dia inteiro de trabalho. Por isso a CUT apóia esta luta e avalia que é urgente que eles se organizem para alcançar resultados positivos”, resumiu.

Durante o ato, os entregadores de aplicativos se manifestaram de forma conjunta reafirmando a importância da unidade nacional do movimento. “Aracaju está colado com a Frente Nacional e vamos dizer aos aplicativos: chega de explorar a gente. Queremos direitos, tratamento digno e humano. Não somos escravos, queremos nossos direitos. Queremos poder e voz, porque sem voz a gente não tem conquista. Chega de bloqueios indevidos, trabalhamos mais de 12 horas por dia e eles ainda tiram proveito do nosso trabalho. Hoje é paralisação geral e nacional de todos os entregadores de aplicativos. Estamos convocando você que está em casa a vir participar conosco deste movimento”, convidaram.

Segundo o entregador por aplicativo Henrique Dantas, a paralisação que aconteceu hoje foi a maior já registrada em Sergipe. “A policia militar tentou acabar com o nosso ato, mas a nossa avaliação foi positiva. Em Aracaju, foi uma adesão inédita. A paralisação poderia ter sido maior, mas alguns trabalhadores do Ifood foram ameaçados de pagar uma multa e ficar sem rodar caso não rodassem hoje. Ifood divulgou uma nota dizendo que todos os direitos já estão sendo cumpridos e sabemos que todas as empresas seguem o Ifood. Portanto, não temos uma data definida para a próxima paralisação, mas já está certo de que vai ter uma próxima paralisação com certeza”, confirmou.

De acordo com o trabalhador Henrique Dantas, ainda hoje o movimento dos entregadores por aplicativo vai divulgar um vídeo com a avaliação nacional do dia de greve e informando as próximas atividades de mobilização e luta.

Por: Iracema Corso

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