Aracaju, 25 de abril de 2024
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Leis ambientais e empresas: cuidado com o meio ambiente ganha força durante a pandemia

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Quando a pandemia do novo coronavírus atingiu em cheio a Ásia e a Europa ainda no primeiro trimestre de 2020, a paralisação das atividades econômicas não essenciais somada ao isolamento social produziu cenas marcantes em todos os sentidos.

Mas, a resposta do planeta à pandemia produziu imagens contundentes de como a ação humana cotidiana é capaz de degradar o meio ambiente.  Um desses exemplos marcantes aconteceu na cordilheira do Himalaia: montanha Dhauladharfoi avistada novamente na Índia depois de 80 anos encoberta pela poluição atmosférica provenientes das indústrias e frotas automotivas.

As águas de um dos rios mais poluídos do mundo, como também indiano Ganges, apareceram mais limpas no mês de abril. Os canais de Veneza, na Itália, também ficaram mais cristalinas durante a rígida quarentena imposta no continente. Até mesmo os animais silvestres passaram a ocupar as ruas das cidades onde os seres humanos se mantinham completamente isolados, deixando as ruas vazias para novas incursões animais. Aqui no Brasil, as praias vazias foram um convite irresistível para que tartarugas pudessem desovar com tranquilidade.

Todos esses fenômenos, que nada mais são do que a retirada imediata da interferência humana no planeta, pôde ser observada em alguns poucos dias de paralisação da rotina das grandes cidades e centros industriais. Também não podemos nos esquecer que a pandemia do novo coronavírus, assim como outras doenças, são fruto da transmissão viral de animais para humanos, como ocorreu no mercado de animais em Wuhan, na China, onde surgiram os primeiros casos de covid-19.

Podemos imaginar, então como um crescimento econômico sustentável e o respeito às leis ambientais podem transformar o planeta Terra de maneira positiva — e podemos começar a o futuro tomando ações imediatas.

Política Nacional de Resíduos Sólidos: o papel ambiental das empresas brasileiras

Há uma década, o Brasil já conta com as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS – Lei  nº 12.305), um marco sobre a responsabilização da sociedade, governos e empresas sobre redução, gerenciamento e tratamento dos resíduos gerados nas atividades cotidianas e econômicas no país.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos dispões sobre ferramentas, leis e metas para a redução da geração dos resíduos, assim como atribuem medidas de gerenciamento destes materiais nas atividades econômicas, atribuindo medidas e responsabilidades às empresas. Sob o escopo da PNRS, os resíduos deixam de ser um amontoado de materiais sem utilidades e voltam a incorporar a cadeia produtiva via logística reversa, reciclagem outras formas de economia circular.

“As empresas que aplicam um gerenciamento de resíduos sólidos adequado ganha em vários aspectos. Além de cumprir com a produção ambientalmente ética, conseguem identificar pontos de desperdício de materiais, etapas de fabricação menos eficientes e até podem passar a lucrar com os próprios resíduos no mercado de reciclagem e tratamento de materiais”, explica Guilherme Gusman, CMO e sócio da VG Resíduos, startup especializada em softwares e gestão de resíduos industriais atualizada com todas as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

A adoção das diretrizes de gerenciamento de resíduos previstas na Política Nacional de Resíduos Sólidos é um passo importante para que as empresas passem a priorizar a não geração de lixo e resíduos, crie sistemas produtivos mais eficientes e menos dispendiosos, diminua sua demanda por matérias-primas através da reutilização de materiais, recicle e economize e, principalmente, dê uma disposição final ambientalmente adequada aos resíduos para que não impactem ainda mais o equilíbrio do planeta.

Ainda é importante ressaltar que o descumprimento da PNRS e leis ambientais municipais e estaduais podem levar à penalização das empresas com multas, suspensão das suas atividades e impeditivos para a obtenção de licenças ambientais. E, não menos importante, as empresas ambientalmente comprometidas ganham notoriedade e engajamento frente a consumidores e clientes cada vez mais exigentes e atentos às pautas sustentáveis, agora ainda mais em evidência do que nunca.

Por Aline Matos

Imagem: reprodução pixabay.com

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