Aracaju, 12 de maio de 2024
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Fratura já exposta para 2022

Diógenes Braynerdiogenesbrayner@gmail.com

As eleições de 2020 foram o pontapé inicial para o desmonte do grupo montado pelo ex-governador Marcelo Déda (PT), que manteria um projeto político que não avançou o tanto quanto o seu criador esperava. Em 2010, a montagem que foi feita acenava para curtíssimo prazo. O chamado PSC&Cia, que se atrelou ao bloco de cento-esquerda, deu sinais de que não manteria o perfil que definia os objetivos, porque pensava diferente. E foi o que se viu em 2014, com outra definição de aliança, que quebrou um ritmo impossível de levar o mesmo tom.

O pleito de 2018 também revelou novos e graves arranhões. Houve a fuga de legendas que já não davam para integrar o projeto definido. Este ano, numa disputa municipal, acontece em Aracaju rompimento em parte: o PT não apoia a reeleição de Edvaldo Nogueira a prefeito e lança candidatura própria – com chapa puro sangue – tendo à frente o ex-deputado federal Márcio Macedo. Uma ruptura pela metade: apoio ao Estado e oposição ao município. Embora todos os lados se aliem ao Governo, não será possível manter de forma fraterna palanques separados no pleito e todos unidos nas decisões de Estado.

Percebe-se, entretanto, que o PT se afastou do grupo que apoia Edvaldo Nogueira e trata de pouca coisa com o Governo, exatamente pela diferença existente neste momento de disputa pela Prefeitura de Aracaju. Qual a tendência natural: uma fratura exposta em 2022, quando a disputa pelo Palácio dos Despachos não suportará palanques diferentes, no mesmo aconchego oficial. E essa ruptura já vai começar a surgir com o resultado das eleições, seja qual for o anúncio final deste pleito de Aracaju. Será difícil acomodar em uma mesma reunião, aliados que estiveram em palanques diferentes e se atingiram até pessoalmente.

Não há dúvida que em 2022 o grupo de esquerda – perdendo ou não as eleições deste ano – terá candidato ao Governo. Tem um bom nome: o do senador Rogério Carvalho (PT), eleito com mérito ao Senado em 2018. A tendência é seguir com os que estão com Márcio Macedo nesta disputa municipal. Não dá para vislumbrar a continuidade da aliança com os partidos que apóiam hoje a reeleição do prefeito Edvaldo Nogueira (PDT). O bloco originário da primeira eleição de Marcelo Déda ao Governo, em 2006, com algumas ausências importantes, deve se recompor.

A aliança política que dá sustentação ao Governo Belivaldo Chagas (PSD), com o PT em campo ou fora dele, terá candidato à sucessão estadual e os nomes são conhecidos: Fábio Mitidieri, Ulices Andrade, Laércio Oliveira e o próprio Rogério, caso não haja problemas de convivência no futuro. Mas é bom lembrar que pode haver uma queda ao bolsonarismo. Nesse caso a coisa toma outro rumo, porque em 2022 está marcada a disputa entre o presidente Jair Bolsonaro e Lula da Silva. Isso pode alterar tendências e projetos.

O outro grupo será formado pelo Cidadania, PSDB, PSB e Partido Liberal – outras siglas podem entrar – com dois nomes para disputar o Governo: senador Alessandro Vieira e ex-deputado federal Valadares Filho. Nesta campanha de agora, houve um desvio de conduta, que fora anunciada quando se formou o bloco, em que apoiava Bolsonaro, amava Sergio Moro e decantava o novo na política. A realidade eleitoral deste ano transformou isso em balela, porque houve um desencanto com o presidente e a descaracterização de uma política que não suportasse “pensamentos velhos”.

Lógico que muita coisa vai rolar, mas a tendência é manter os partidos políticos em suas estruturas de sempre e tentar eleger ao Governo quem tiver maior capacidade de mexer com habilidade as pedras que sempre marcaram um caminho sem fim.

Sem permitir abuso

O governador Belivaldo Chagas (PSD) admite que Sergipe entra na fase Azul, com os números propícios para retomada da vida normal, não apenas da economia, mas no dia a dia das pessoas.

*** Belivaldo deixa bem claro que, apesar dessa posição do Estado em relação ao vírus, vai continuar fiscalizando o cumprimento desses protocolos e “não vamos permitir abuso”.

Vendas nos shoppings

Nos shoppings uma surpresa: o movimento reduziu, as pessoas obedecem aos protocolos e pouca gente passeando em razão da não abertura do cinema e nem da praça de alimentação.

*** A boa notícia: as vendas estão com 70% em comparação ao ano passado. Algumas poucas lojas fecharam e há previsão de acontecer isso com outras em janeiro.

Valadares é guia político

Candidato a vice-prefeito, Valadares Filho (PSB) é que apresenta a delegada Danielle Garcia, candidata a prefeita pelo Cidadania, nos bairros e na periferia de Aracaju.

*** Valadares Filho é que parece disputar a Prefeitura (e devia), enquanto Danielle praticamente fica em silêncio durante essas visitas.

*** Até para fazer um “gol” em uma pelada para fotos em um dos bairros, Valadares foi quem ajeitou a bola para Danielle chutar.

Ausência de Alessandro

O senador Alessandro Vieira (Cidadania) realmente está desaparecido da campanha de Danielle Garcia em Aracaju, em razão de uma demonstração de recusa ao seu nome por parte de eleitores da própria candidata.

*** Bolsonaristas sequer falam no senador, pelo que aconteceu na campanha: “ele esteve ao lado do presidente e depois passou a criticá-lo”.

*** Conservadores também não, em razão do que sofreram quando Alessandro defendia o novo e “metia o pau no que ele chamava de velha política”.

Fábio em Socorro

O deputado federal Fábio Henrique (PDT), candidato a prefeito de Socorro, diz que “a luta será grande, estamos enfrentando a máquina, mas vamos vencer”.

*** Fábio Henrique tem como vice a vereadora Maria da Taiçoca e o seu nome circula forte entre o eleitorado de Socorro. Há muita insatisfação com a administração do Padre Inaldo (PP).

*** Um barbeiro de Socorro, que trabalha em Aracaju, diz que “o eleitorado ainda não está decidido entre Fábio e Inaldo”.

Não vota em Lúcio

O grupo bolsonarista Aliança Brasil, que reúne centenas de pessoas em Aracaju, declara que “não vota no candidato a prefeito Lúcio Flávio (Avante), a prefeito de Aracaju”.

*** Também não vai com Rodrigo Valadares (PT). Alegam confiabilidade.

*** O nome seria o de João Tarantela, mas até o momento o Aliança Brasil não tem um candidato definido.

Maioria silenciosa

O candidato a prefeito de Aracaju pelo Avante, Lúcio Flávio, diz que sua campanha será “a lá Trump: com maioria silenciosa”. Essa maioria é de religiosos e conservadores.

*** Lúcio diz que tem feito reuniões discretas, sem chamar a atenção sobre o fluxo de eleitores que está apoiando sua candidatura.

*** Bolsonarista, Lúcio Flávio recusou o Fundo Eleitoral para usar em sua campanha e vai deixá-lo para os candidatos a vereador de Aracaju.

Batalha com Gedalva

O ex-prefeito de São Cristóvão, Armando Batalha, já bateu o martelo sobre quem apoia à Prefeitura do município: candidata Gedalva Umbaúba.

*** O filho de Armando Batalha já declarou publicamente isso no Grupo do Eduardo Gomes. Aliás, o Eduardo Gomes pode decidir as eleições em São Cristóvão.

Nelson e megafone

Ex-deputado Nelson Araújo, candidato a vereador pela Democracia Cristã, já comprou seu megafone para falar diretamente ao público no centro e bairros de Aracaju.

*** Sem tempo nas emissoras de rádio e televisão, Nelson Araújo encontrou no megafone a melhor forma de ser ouvido pelo eleitor. Diz que tem muitas verdades a falar.

Disputa em Lagarto

Em Lagarto a disputa pela Prefeitura é tensa entre a prefeita Hilda Ribeiro, que tenta a reeleição, Sergio Reis (MDB) e Ibrahim Monteiro (PSC).

*** O confronto maior é entre Hilda e Ibrahim, que já estiveram juntos e racharam em razão de ações jurídicas.

*** No final pode dar mesmo Hilda e Sergio em razão de um futuro apoio dos Monteiros.

Manter dignidade

Senador Rogério Carvalho diz que “se for para ajoelharmos, que seja para acolher um irmão que está passando fome”.

*** E continua: “jamais para vendermos nossa dignidade, submetendo o povo brasileiro à submissão e humilhação, se rastejando para os EUA, como faz Governo Bolsonaro”.

Alhos com bugalhos

O senador Alessandro Vieira (Cidadania) diz que o “parecer do procurador geral da República, Augusto Aras, sobre a reeleição de Maia e Alcolumbre, para usar uma expressão popular, confunde alhos com bugalhos”.

*** – Pior: parece fazer isso com plena consciência, posto que não é crível imaginar que Aras seja um ignorante ou um tolo, disse.

Chico na Segrase

Quem adivinhar o nome do novo presidente da Segrase, sugerido pelo Republicanos, é muito esperto. Quem disse Chico Dantas é espertíssimo.

*** Chico é homem de bastidores do partido e tem seu nome lembrado para tudo que interessa à legenda. Eclético, Chico Dantas é um bom advogado.

Campanha pobre

O presidente regional de uma sigla em Sergipe, com candidato a prefeito, calculou que apenas três dos que disputam o pleito terão recursos mais gordos do financiamento de campanha.

*** Admitiu que vai circular pouco dinheiro e que sobrará quase nada para os que vão tentar a Câmara Municipal.

Uma boa conversa

Pode ter mudança – Prevista mudança de uma chapa majoritária em cidade de grande porte na região Sul. Houve recuo de um lado e as conversas continuam.

Revista Fórum – Jornal Nacional expõe que Flávio Bolsonaro faltou a acareação do MP para gravar vídeo com Sikêra Jr.

Campanha no ar – A partir de domingo se inicia a campanha eleitoral oficialmente. Só daí é que se pode avaliar o comportamento da população.

Só com vacina – A população demonstra mais calma como coronavirus e está evitando aglomeração. O vírus só acaba com a vacina.

Vai a Brasília – O ex-deputado federal André Moura viaja a Brasília para assumir o Escritório do Rio no Distrito Federal.

Sem santinho – Até agora os candidatos a vereador não mandaram imprimir santinhos para distribuir com os eleitores.

Grupo silencia – A impressão é que grupos vinculados a Bolsonaro em Sergipe estão em silêncio quanto suas preferências para a Prefeitura de Aracaju.

Nelson Carvalheira – E se política não é profissão, apenas cargo temporário, como políticos têm direito à aposentadoria?

Dançar folguedo – Marinho vai a acareação com o senador Flávio Bolsonaro, mas ele não compareceu porque tinha compromisso importante em Manaus: dançar folguedo.

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