Aracaju, 25 de abril de 2024
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Sabrina Petraglia vibra com segunda gravidez e, após parto prematuro, diz: ‘Não estou com medo’. Aos 7 meses e de casa nova, atriz faz ensaio gestante e conta detalhes da chegada de Maya

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Vitoriosos! Assim saíram Gael, Sabrina Petraglia e Ramón Velázquez dos angustiantes 19 dias de UTI neonatal após o nascimento prematuro do bebê, hoje com 1 ano. Superado o trauma, com o pequeno esbanjando saúde e se desenvolvendo a plenos pulmões, e a relação do casal ainda mais fortalecida, a vida abriu espaço para a chegada de mais uma integrante na família: Maya, que tem data de nascimento prevista para o dia 11 de janeiro.

Os últimos quatro anos revolucionaram a vida de Sabrina. Depois do sucesso absoluto em Haja Coração (2016) – que voltou ao ar em edição especial – ela fez Tempo de Amar (2017), se casou, virou mãe, se mudou de mala, cuia e berço para o Rio de Janeiro para gravar a romântica Micaela em Salve-se Quem Puder. Aí veio a pandemia, outra gravidez “no susto”, paralisação dos trabalhos, o novo normal com chá de bebê virtual, pré-natal e volta para São Paulo.

Tudo ao mesmo tempo agora, mas sem perder a doçura e o entusiasmo com a segunda gestação. Tanto que, mesmo em meio a essa logística toda, com um bebê no colo e outro na barriga, “atrasada” no quartinho da menina, ela fez questão de eternizar o segundo barrigão com um ensaio gestante, que o Gshow mostra com exclusividade.

Em um bate-papo por videochamada, a artista de 37 anos fala sobre a gravidez de Maya e abre o coração. Relembra susto e fala de uma alteração no exame de translucência nucal da filha (que mede a quantidade de líquido na região da nuca do feto, e que serve para calcular o risco de o bebê apresentar alguma má-formação ou síndrome). Sobre isso, é enfática: “Na hora, fiquei chocada. Depois pensei: ‘Vou ter esse neném’.”

Exame e gestação

“No morfológico, eu levei um susto, mas também já tinha levado um susto com o Gael, porque deu uma diferença na translucência nucal, e aí eu tive que fazer um outro exame para saber se não tinha risco de Síndrome de Down ou outras anomalias, já que ficou muito alto.”

“Não queria nem fazer esse outro exame, sabe? Mas minha obstetra falou: ‘Sabrina, faz! Porque se tiver alguma coisa, vai acusar e você se prepara, começa a ler sobre o assunto’. Então resolvi fazer. Demorei um pouco e fiquei tranquila, só pensando em como a gente ia lidar, mas ia ser bem recebido de qualquer maneira. Aí fiz o exame e deu tudo certo.”

Sem romantizar a maternidade e mantendo uma relação verdadeira com seu público, ela resolveu expor as complicações no parto de Gael. A decisão de falar abertamente sobre sua primeira experiência foi porque Sabrina diz que se preparou para tudo: “Menos para ser mãe de UTI.”

“Foi muito difícil o que eu vivi com o Gael. Não sabia o que era uma UTI de bebês. Minha história acabou de uma maneira muito feliz, mas eu ainda mantenho contato com algumas mães que não tiveram o mesmo final que o meu.”

“Resolvi abrir minha história. Demorei um pouco porque isso mexeu demais comigo. Minha relação com o Ramón foi para outro patamar, porque a gente se apoiou. Em nenhum momento ele me julgou ou me culpou porque a gente, por natureza, pensa: ‘Será que trabalhei muito na gestação, será que abusei?’. Mas eu estava me sentindo ótima, só que tudo isso passa pela nossa cabeça: ‘Por que aconteceu?’. Hoje, entendo que não tive culpa, que Gael veio na hora que ele quis vir. A bolsa rompeu com 34 semanas e era a hora dele. Ele é apressadinho mesmo (risos).”

Novembro Roxo: reflexão sobre prematuridade

“Depois de um tempo, pensei: ‘Preciso falar sobre isso’. Para avisar às futuras mães e até para criar essa rede de mulheres, porque é muito importante essa troca, tanto com as enfermeiras, quanto com as médicas e as outras mulheres. Isso foi fundamental para eu conseguir ficar de pé nos 19 dias na UTI. O tempo fechou para mim. Eu falei: ‘Socorro, posso perder o meu filho’. Ele nasceu e não respirava.”

“Chegou uma hora em que ele não evoluía. Demorou 10 dias para eu pegar meu filho no colo. Foi horrível. Então precisei falar sobre isso, tanto para abraçar outras mães, quanto para contar que essa experiência pode acontecer com qualquer um. E se acontecer, calma que tem saída. Para dar um fiozinho de esperança e para preparar também.”

Em depoimento emocionado, a atriz descreve o período de apreensão que ela e o marido enfrentaram nos primeiros dias do filho, mas também garante que saiu dele mais forte, mais mulher.

“Essa experiência do Gael na UTI acho que foi um marco na minha vida. Já é forte a maternidade, né? Quando um bebê nasce é uma mudança avassaladora, passar pela UTI então é mais profundo ainda. Você dá valor a outras coisas. Minha vida mudou.”

“Eu tinha uma coisa frenética pela minha carreira, amo meu trabalho, mas hoje minha família toma um lugar que é de total prioridade. Se, de repente, eu tivesse um filho que me exigisse mais, abdicaria de tudo e feliz. Meus valores mudaram, minha relação com o Ramón ficou muito mais profunda. Acho mais importante nesse momento a gente dar uma serenada, não culpar ninguém e se unir.”

“Hoje na minha família é tudo muito mais gostoso, verdadeiro, sereno… Acho que essa experiência foi muito dolorosa e árdua, mas serviu para mudar muita coisa dentro da gente. Esses dias, colocamos uma música e começamos a dançar nós quatro, e isso não tem preço. Viver esses momentos de simplicidade e verdade são preciosos.”

De repente, grávida!

“Paramos de gravar a novela Salve-se Quem Puder por conta da pandemia, e aí veio uma segunda gravidez de surpresa. Estava amamentando, então não tomava nenhum medicamento, só controlava. Acho que por conta da amamentação meu ciclo desregulou, e engravidei. Fiquei desesperada. Claro, feliz, eu queria sim um irmãozinho para o Gael, mas não com ele tão pequeno: ‘Ai, meu Deus, como vai ser agora com dois bebês?’ (risos). Mas uma vida é sempre uma benção.”

“Depois de dois/três dias que eu assimilei a notícia liguei para o Daniel (Ortiz, autor) e o Fred (Mayrink, diretor), contei a novidade e eles foram acolhedores. Agora já estou com 7 meses e um barrigão enorme. A vida é movimento, né? Está tudo pulsando de forma deliciosa.”

Nem desconfiava

“Aniversário do Gael, 1 de maio, estávamos trancados em casa e resolvemos celebrar o primeiro aninho. Para mim, era importante também comemorar como mãe, foi uma vitória. Então, a gente fez uma festinha só nós três. Dois dias depois, comecei a me sentir muito mal. Fiquei desesperada e falei: ‘Estou doente, com a Covid-19’. Fiz o teste e deu negativo, mas estava muito mal. Na hora, o Ramón disse: ‘Você está grávida’. E eu: ‘Imagina, não tem como…’ “, relembra.

“Aí ele comprou um teste de farmácia pela internet. Dias depois, resolvi fazer e deu positivo, não acreditei. Foi um choque. Não sabia o que pensar, o que dizer, o que sentir… ‘Meu Deus, nessa situação difícil da pandemia, Gael ainda muito pequeno, no meio da novela, e agora?’. É verdade, a gente não tem controle de nada! Quando tem que acontecer, acontece. Foi uma surpresa e tanto.”

Gravidez na quarentena

“Quando descobri que estava grávida, liguei na hora para minha obstetra em São Paulo e a gente fez uma chamada virtual. Fiz consulta presencial com todos os cuidados. Comprei um aparelhinho de pressão, ia medindo e passando para ela. Saía de casa só para fazer ultrassom e os exames necessários.”

“Vai ser muito diferente quando a Maya nascer. A gente não vai receber visitas, o chá de bebê foi virtual. Vamos ver como o Gael vai reagir.”

Pé no freio na reta final

“Tive que fazer a mudança, a gente foi de carro para São Paulo, aluguei um apartamento e agora estou me virando com Gael, Ramón e Maya. Não estou mais conseguindo dar banho no Gael porque ele se mexe muito, está ativo, chuta, então tenho medo e não quero correr o risco de ter outra vez um bebê prematuro. Isso não diz nada, mas todo cuidado é pouco. Estou querendo pegar leve. Meu pai também está me ajudando muito.”

Atraso no enxoval

“Eu nem vi o quartinho da Maya ainda, faz poucos dias que me mudei para o apartamento novo, ainda tem várias caixas que não consegui organizar, estou atrasada, mas não vou fazer nada muito elaborado. Não pensei em tema. Vou dar uma pesquisada. Quero um trocador, um berço e uma poltrona de amamentação que me foi muito útil. Sem estripulias. Acho que a simplicidade e a praticidade são ótimas agora para uma mãe de segunda viagem (risos).”

Sem medo

“Não estou com medo desse novo parto. Quero me preparar sim para ter um natural. Se precisar ir para uma cesárea não tem problema, o importante é que todo mundo fique bem. Vou fazer de tudo para não reviver aquilo, porque foi muito difícil. Fico abalada ainda quando me lembro daqueles dias. Faço questão de falar sobre isso porque é uma realidade. Espero que dessa vez seja mais tranquilo, sereno.”

“Estou diminuindo o ritmo, trabalhando menos e já acabei de gravar a novela. Mesmo com o Gael a todo vapor, estou me dando um tempo. Quando ele dorme, a casa pode estar de ponta à cabeça, eu tiro meus 40 minutos para dormir, me tranquilizar. Acho que estou um pouco mais madura e consciente de tudo.”

Relação do casal com duas gravidezes seguidas

“Ramón respeita muito o meu tempo. A gente conversa sobre tudo. Cuido muito dele e sinto que ele é gentil e cuidadoso comigo também. A chave está nisso, mais do que em qualquer outra coisa, no respeito, na escuta e no cuidado um com o outro. Se a gente conseguir colocar uma rotina, vai continuar se curtindo como um casal tem que fazer, para não deixar essa coisa toda predominar. Acho que tudo é um equilíbrio: o trabalho, a relação e os filhos.”

Amamentação“Quando eu cheguei em casa da UTI, queria que o Gael se recuperasse, estava me doando totalmente. Os três primeiros meses eu me anulei, me larguei um pouco. Não me cobrei nada, não se importei com o peso e só queria amamentar’.”

“Para mim, foi árduo esse capítulo da amamentação. Meu leite não descia na UTI, aí ele teve que tomar fórmula… Amamentava o Gael com meu leite, mas também por sonda. Continuei estimulando o meu peito para que o leite viesse e veio. Amamentei durante um ano.”

Corpo e vaidade

“Eu já estava reservada para fazer a novela em 2020. E se tivesse que gravar um pouco mais cheinha, OK. Meu peso ideal é 53 kg, fiz com 57/58 kg. Não vou tomar remédio, fazer regimes loucos só para fica bonita no vídeo e perder o leite, essa oportunidade única de amamentar o bebê em um período tão especial e curto. Todo mundo sabe que eu acabei de ter um filho, paciência.”

“Só comecei a voltar (a se enxergar como mulher) depois de uns seis meses. E voltei também por conta da novela, porque precisava me cuidar um pouco. Não fiz loucuras, mas comecei a fazer atividades físicas com o Gael no colo, sem grandes estripulias. O trabalho me ajudou a retomar minha vida como mulher, mas foi difícil. Quando voltei a gravar tinha muita angústia de estar perdendo alguma coisa do Gael. Fiquei dividida.”

Dedicação integral aos filhos por um ano

“Estou desacelerando. Vou estar com três novelas no ar e me dar um tempo para os filhos. Pretendo ficar um ano fora. De repente, trabalhando em casa, até porque a gente não sabe quando a vacina vai sair. Mas em 2022, quero voltar.”

Cada gravidez é única e especial

“Na primeira, eu gravei uma série, estava nos quatro primeiros meses do Gael, nem falei que estava grávida. Já com a Maya não. Quase ‘morri’ nos três primeiros meses, fiquei mal, enjoei muito, parecia que estava doente, tinha calafrios. Foi bem diferente, uma gestação totalmente nova.”

Mãe de menino, mãe de menina

“A gente conversa muito sobre como educar esse menino e essa menina. Equidade de gênero é recorrente na minha vida, no meu trabalho e nas minhas conversas com o Ramón. Preparar esse menino para tratar essa menina de igual para igual, e empoderar essa menina mesmo que o mundo ainda machista tente diminuir os desejos e vontades dela. Penso em ter muita escuta, entender, potencializar os talentos de cada um. Incentivar as decisões, respeitar as vontades deles e mostrar que o mais importante é que sejam quem eles querem ser!”.

No palco para os filhos

“Tenho vontade de fazer um infantil, de contação de histórias. Um dos meus desejos é subir no palco e fazer uma peça para eles, meu público mais difícil e mais delicioso. Ah, e uma vilã com cara de boazinha também, vou enganar muito bem. Um dia vou conseguir essa oportunidade (risos).”

Ser mãe é…

“A maior alegria. É difícil, mas é uma felicidade tão profunda que eu acho que nunca tinha experimentado nada parecido antes, é maravilhoso. Não sei se paro por aqui não. A gente gosta de gente. Talvez possa adotar também, é uma coisa que conversamos bastante.”

Fonte/Foto: globo.com

 

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