Aracaju, 28 de março de 2024

EM NOVO RECORDE, COVID-19 MATA MAIS AMERICANOS EM ÚNICO DIA QUE 11 SETEMBRO

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WASHINGTON — Pela primeira vez desde o início da pandemia, os Estados Unidos registraram, na quarta-feira, mais de 3 mil mortes por Covid-19. Com recordes de internações e novos casos nas últimas semanas, o país lida com um novo agravamento da pandemia, que não dá indícios de melhora.

Segundo a contagem realizada pelo New York Times, foram 3.053 mortes nas últimas 24 horas — o recorde anterior, registrado na semana passada, era de 2.885. Apenas na quarta-feira, morreram mais americanos que em 11 de setembro de 2001, o maior atentado terrorista já realizado em solo americano, quando 2.977 pessoas perderam suas vidas.

Desde fevereiro, o novo coronavírus já matou um total de 289.529 pessoas no país. Apenas dois conflitos foram mais letais na História dos EUA, de acordo com os dados do Congresso: a Segunda Guerra, que matou 403,4 mil americanos, e a Guerra Civil, quando morreram ao menos 498 mil pessoas, somando as forças da União e dos estados confederados.

s números das últimas semanas retratam um panorama mais grave que o da primeira onda. O pico de mortes, no início do ano, foi registrado em 7 de maio, quando 2.752 pessoas perderam suas vidas para a doença, em sua maior parte nos estados de Nova York e Nova Jersey, que eram os epicentros globais da pandemia. Desta vez, o surto atinge grandes partes do país, e a tendência de crescimento das internações é preocupante.

Hospitais estão funcionando perto ou além de sua capacidade e, segundo dados divulgados pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos, cerca de um terço dos americanos moram em áreas onde os leitos de terapia intensiva estão em níveis críticos. Na semana passada, as internações atingiram um recorde de 106.688, mais do que em qualquer outro momento. Nos surtos anteriores, o número de pessoas hospitalizadas se aproximava de 60 mil, segundo os dados do Covid Tracking Project.
No momento, há 20.922 pessoas em leitos de terapia intensiva e 7.624 precisam de respiradores. Como as mortes e internações refletem os números de casos de, em média, duas semanas atrás, não há expectativa de melhora em um futuro próximo. Ao todo, mais de 15 milhões de americanos já foram infectados, com 211.027 diagnósticos apenas na quarta-feira, um aumento aproximado de 10,4% em sete dias.
O estado que mais registrou novas mortes foi o Texas, com 273 vidas perdidas na quarta, seu maior número desde agosto. Na Califórnia, onde as internações atingiram seu maior número, contabilizou-se 196 novas mortes. No sábado, o governador Gavin Newsom, anunciou medidas restritivas a grande parte da população do estado na tentativa de deter a propagação do vírus e aliviar as Unidades de Terapia Intensiva. Já na Pensilvânia, onde foram registradas 220 mortes, o maior número desde maio, o governador Tom Wolf anunciou que foi diagnosticado com a doença.
Os números mais recentes foram divulgados na véspera da reunião de um conselho da FDA, a Anvisa americana, para discutir se recomendarão ou não o uso emergencial da vacina da Pfizer nos EUA. Na segunda, ao apresentar sua equipe de saúde, o presidente eleito Joe Biden voltou a pedir que todos usem máscaras e prometeu aplicar 100 milhões de doses da vacina contra a doença nos seus primeiros 100 dias de governo.

Por sua vez, o presidente Donald Trump, que desde o início da pandemia nega a gravidade da situação e desdenha das recomendações das autoridades de saúde, compareceu na noite de quarta-feira a uma festa lotada de Chanucá. Em um vídeo compartilhado na internet, o presidente aparece afirmando erroneamente que ganhou a eleição e que seus esforços legais resultarão em um “milagre”.

Até o momento, nenhum das dezenas de processos abertos pelo presidente e seus aliados conseguiu reverter ou anular sequer um voto. Apesar da cruzada legal ter chances quase nulas de alterar na Justiça o voto popular, Trump e autoridades republicanas de 17 estados deram seu apoio a uma iniciativa do secretário de Justiça do Texas para que a Suprema Corte anule a vitória de Biden, descartando os resultados da Geórgia, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, onde o democrata Joe Biden venceu.

O Globo e New York Times

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