WASHINGTON — Pela primeira vez desde o início da pandemia, os Estados Unidos registraram, na quarta-feira, mais de 3 mil mortes por Covid-19. Com recordes de internações e novos casos nas últimas semanas, o país lida com um novo agravamento da pandemia, que não dá indícios de melhora.
Segundo a contagem realizada pelo New York Times, foram 3.053 mortes nas últimas 24 horas — o recorde anterior, registrado na semana passada, era de 2.885. Apenas na quarta-feira, morreram mais americanos que em 11 de setembro de 2001, o maior atentado terrorista já realizado em solo americano, quando 2.977 pessoas perderam suas vidas.
Desde fevereiro, o novo coronavírus já matou um total de 289.529 pessoas no país. Apenas dois conflitos foram mais letais na História dos EUA, de acordo com os dados do Congresso: a Segunda Guerra, que matou 403,4 mil americanos, e a Guerra Civil, quando morreram ao menos 498 mil pessoas, somando as forças da União e dos estados confederados.
s números das últimas semanas retratam um panorama mais grave que o da primeira onda. O pico de mortes, no início do ano, foi registrado em 7 de maio, quando 2.752 pessoas perderam suas vidas para a doença, em sua maior parte nos estados de Nova York e Nova Jersey, que eram os epicentros globais da pandemia. Desta vez, o surto atinge grandes partes do país, e a tendência de crescimento das internações é preocupante.
Por sua vez, o presidente Donald Trump, que desde o início da pandemia nega a gravidade da situação e desdenha das recomendações das autoridades de saúde, compareceu na noite de quarta-feira a uma festa lotada de Chanucá. Em um vídeo compartilhado na internet, o presidente aparece afirmando erroneamente que ganhou a eleição e que seus esforços legais resultarão em um “milagre”.
Até o momento, nenhum das dezenas de processos abertos pelo presidente e seus aliados conseguiu reverter ou anular sequer um voto. Apesar da cruzada legal ter chances quase nulas de alterar na Justiça o voto popular, Trump e autoridades republicanas de 17 estados deram seu apoio a uma iniciativa do secretário de Justiça do Texas para que a Suprema Corte anule a vitória de Biden, descartando os resultados da Geórgia, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, onde o democrata Joe Biden venceu.
O Globo e New York Times