Aracaju, 9 de julho de 2025
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CONHEÇA A VERSÃO DOS COMERCIANTES DA CINELÂNDIA NOTIFICADOS DA DESOCUPAÇÃO

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Na manhã da última sexta-feira, 19, os comerciantes instalados na faixa de areia da praia da Cinelândia entraram em desespero ao serem notificados sobre a necessidade de desocupação do local até esta segunda-feira, 22.

A decisão, tomada a partir de recomendações do Ministério Público Federal (MPF) e da Superintendência de Patrimônio da União (SPU), foi enviada pela prefeitura de Aracaju, por meio da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb).

O presidente da  Emsurb, Luiz Roberto, durante entrevista ao programa Ponto Final, relatou que houve, na Praia da Cinelândia, uma ocupação irregular. “Quando a gente assumiu a gestão da Orla da Atalaia e da praia, em termo de adesão com a SPU, havia 14 barracas móveis na praia da Cinelândia e, repentinamente, hoje se tem 38 estabelecimentos fixos, gente que fez gambiarra em postes, perfurou poços sem autorização. Há ainda denúncias na Emsurb e no Ministério Público Federal sobre aquele local, havendo necessidade de intervenção até como forma de proteção sanitária ao consumidor, desde a manipulação de alimento a perfuração de poços sem outorga”.

Em contrapartida, a versão contada pelos comerciantes, pouco apresentada pela mídia, tem mostrado a realidade do susto que tiveram ao receberem a notificação, pois, segundo eles, a prefeitura de Aracaju já havia dado início ao processo de cadastramento daqueles que comercializam no local, além da promessa de regularização, delimitação na área e padronização das barracas, a fim de reorganizar o espaço para atender melhor os frequentadores e turistas, respeitando as condições sanitárias.

“Em dezembro tivemos uma reunião na Emsurb a base de promessas, todos assinaram e entraram com os protocolos que eles pediram, porque, até então, fevereiro seria o mês que iriam organizar e do nada, nessa sexta-feira, a gente recebe esse tapa na cara”, esclareceu Tatah Santana.

Mariana Henrique, comerciante do local há 2 anos, conta que a tensão e a preocupação tomaram conta das centenas de pessoas que trabalham na faixa de areia da praia. “Criou um desespero muito grande, pessoas aqui chegaram a passar mal, porque mais de 100 pessoas vão ficar sem emprego e sem qualquer fonte de renda. Nem todo mundo tem condições de arcar com a retirada do material dali”, lamenta.

Para Gustavo, comerciante da Cinelândia há pouco mais de 1 ano, o sentimento é de enganação. “Estamos nos sentindo iludidos, porque eles prometeram a regularização e a padronização que tem que ter, concordo extremamente, porque, existindo essa padronização, vai melhorar a vida de todo mundo e a praia vai ficar mais bonita do que já está. Eles mostraram na reportagem o lado ruim, a parte dos fundos das barracas que é onde estocamos o lixo durante o dia para no final do expediente limparmos tudo. Eles não mostraram o quanto está bonito isso aqui, o quanto desenvolveu o turismo nessa região, hoje o turista recebe um conforto que nunca teve nessa região”, conta.

Comprovando o posicionamento de Gustavo, o Senhor José Antônio que veio de Brasília e visitou o local, destinou elogios a praia e pediu: “Não deixem isso aqui acabar. Gente, é uma maravilha, aqui deveria ter uma infraestrutura fixa para mais pessoas estarem aqui. A praia é muito linda, uma tranquilidade, eu adorei. Essa é a minha primeira vez em Aracaju e eu acho que deveria ter uma qualidade melhor para as pessoas que batalham aqui e não acabar”, disse.

Todos os comerciantes, em união, juntaram-se para mobilizar os aracajuanos e, com um abaixo assinado e a hasteg #SALVEMACINELÂNDIA, buscam meios de se manterem no local, regularizados e padronizados.

Por Luísa Passos

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