Aracaju, 30 de maio de 2025
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HUL DISPONIBILIZA TELECONSULTAS PARA MULHERES TRANS EM PRIVAÇÃO DE LIBERDADE E GARANTE DIREITO À SAÚDE

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Garantir o direito à saúde com acolhimento, dignidade e respeito é o que move uma iniciativa pioneira do Hospital Universitário de Lagarto (HUL-UFS), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Desde abril, o Ambulatório Transsexualizador passou a realizar teleconsultas para mulheres trans em situação de privação de liberdade no Complexo Penitenciário Manoel Carvalho Neto (Copemcan).

A proposta tem o objetivo de romper as barreiras que impedem esse público de acessar o cuidado integral, promovendo consultas multiprofissionais, escuta qualificada e acompanhamento especializado. Até agora, já foram realizados 24 atendimentos, que envolvem desde acolhimento inicial até construção de Projetos Terapêuticos Singulares (PTS) para cada usuária. “A telessaúde contribui para reduzir desigualdades no acesso à saúde especializada. Acolhemos as demandas dessas mulheres com uma abordagem integral e humanizada, assegurando que acessem não só o processo transsexualizador, mas também outros direitos fundamentais”, afirmou Sandra Menta, superintendente do HUL-UFS.

Como as teleconsultas são organizadas?

As teleconsultas são articuladas entre o Ambulatório Transsexualizador, a Unidade E-Saúde e a Unidade Prisional. A Unidade E-Saúde, vinculada à Gerência de Ensino e Pesquisa do HUL-UFS, desenvolve ações de saúde digital na instituição. Ela atua na operacionalização das atividades, alinhando tecnologia avançada para garantir que as teleconsultas ocorram de forma segura e eficiente.

O agendamento dos atendimentos é feito em conjunto, com apoio da equipe de saúde do presídio, garantindo que as mulheres estejam cientes, preparadas e em um ambiente seguro e reservado para as videochamadas. Além disso, todo o processo ocorre por meio de plataformas seguras, utilizando o sistema AGHU, prontuário eletrônico da Rede Ebserh, que assegura sigilo e privacidade, seguindo a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

“Nós montamos toda a operação, desde o agendamento até a abertura do prontuário. Há um cuidado com o ambiente no presídio, garantindo privacidade e segurança. Isso tudo é alinhado com a equipe local e conduzido com rigor técnico e sensibilidade”, explicou Antoniele Pimentel, chefe da Unidade E-Saúde.

O ambulatório conta com uma equipe multiprofissional formada por profissionais de medicina, psicologia, terapia ocupacional, assistência social, endocrinologia, enfermagem, nutrição, entre outros. As principais demandas de saúde envolvem acompanhamento hormonal, prevenção, tratamento de infecções sexualmente transmissíveis, suporte psicossocial, demandas ginecológicas, além de saúde mental, principalmente no acolhimento de casos de violência institucional e discriminação, que impactam diretamente na saúde mental das pacientes atendidas.

“Nosso papel é garantir cuidado integral, com enfoque na equidade, respeitando a identidade de gênero e promovendo saúde de forma contínua. Não se trata apenas de hormonização, mas de um cuidado amplo, que inclui saúde mental, prevenção, controle de doenças crônicas e encaminhamentos para outras especialidades”, destacou Amanda Vitório, chefe do Ambulatório Transsexualizador.

Sobre a Ebserh

O HUL-UFS faz parte da Rede Ebserh desde 2017. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

Ascom HUL-UFS

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