Aracaju, 2 de maio de 2024
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ARACAJU SE MANTÉM ENTRE AS CAPITAIS COM MENORES TAXAS DE LETALIDADE POR COVID-19

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A capital sergipana figura entre as que têm menor taxa de letalidade por covid-19, no país. Segundo levantamento realizado pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), Aracaju é a sexta do Brasil e a primeira da região Nordeste nesse índice. Entre as razões que levaram a cidade a atingir esse resultado está o planejamento prévio da Prefeitura de Aracaju, que levou em consideração as projeções futuras da proliferação do coronavírus.

Assim, através de um plano de contingência, elaborado no mês de fevereiro e apresentado antes mesmo da confirmação do primeiro caso da doença na capital, o Município pôde atuar com eficácia para atenuar a crise sanitária.  Atualmente, a taxa de letalidade, em Aracaju, está em 1,9, ainda menor que em outubro (2,1), quando o levantamento foi apresentado pela Fiocruz. A secretária da Saúde de Aracaju, Waneska Barboza, explica que, além do planejamento, é preciso ter em conta que o conhecimento a respeito do vírus também é considerado.

“A taxa de letalidade é, basicamente, o reflexo de como se trabalha a covid com os pacientes. No primeiro momento, todo mundo desconhecia a doença. Era um vírus que ninguém sabia exatamente como se comportava, se era mais grave em algumas pessoas ou não, e estava todo mundo aprendendo se existia alguma medicação que pudesse ser usada. Então, tivemos uma taxa de letalidade alta. Hoje, Aracaju apresenta uma das taxas mais baixas. Isso significa que os nossos protocolos, a forma como nós capacitamos os profissionais, como aprendemos com a própria doença, tem surtido efeito, no sentido de que está se trabalhando melhor o paciente que se interna e estamos conseguindo salvar mais pessoas”, destaca Waneska.

O primeiro caso de covid-19 foi registrado em Aracaju no dia 27 de março, no entanto, quando os sinais iniciais da expansão da doença começaram a ser dados, ainda fora do Brasil, a Prefeitura, através da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), também deu início à preparação do Plano de Contingência que norteou as ações seguintes, como os decretos para distanciamento social, fechamento do comércio, unidades de ensino, entre outros pontos fundamentais para o controle do vírus na cidade.

“Tudo o que foi desenhado no início foi muito importante para obtermos o resultado que temos hoje. Na verdade, não dizemos que não esperávamos a doença, mesmo sendo otimistas. Desde o início, de forma realista, esperamos a doença chegar e, por esperarmos, nos preparamos para ela, para que pudéssemos atuar da melhor maneira possível dentro das condições. De lá para cá, além das nossas experiências, temos estudado o que existe de boas práticas para tentar adaptar, sempre com o objetivo de munir a nossa população de serviços e medidas que, de fato, sejam qualificadas e eficientes”, frisa a secretária.

Ações de prevenção, controle e monitoramento da doença, elaboradas pela Prefeitura de Aracaju, por meio da SMS, têm sido essenciais para a estabilidade da doença na capital. E entre as estratégias que vêm sendo aplicadas, desde o início da pandemia, está o atendimento exclusivo para covid-19. Esse atendimento é assegurado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) destinadas para pacientes suspeitos ou com sintomas de síndromes gripais, e também se dá pelas portas de acesso da Rede de Urgência e Emergência da capital, além do serviço de monitoramento por telefone, com o MonitorAju, que cadastra, orienta a população sobre os sinais e sintomas da doença, e também monitora os casos suspeitos e confirmados.

Além disso, a estratégia de montagem do Hospital de Campanha (HCamp) Cleovansóstenes Pereira Aguiar também contribuiu significativamente para os resultados. Inaugurado no dia 16 de maio, o HCamp atendeu 461 pacientes. Ao longo dos quatro meses de funcionamento, a unidade de urgência provisória obteve uma taxa de 74% de resolutividade, recuperando 343 pessoas infectadas pela covid-19. O hospital ainda realizou 90 transferências de pacientes que necessitaram de um leito de UTI (20% dos atendimentos na unidade) e registrou 28 óbitos (6%).

MapeamentoUma das medidas adotadas pela Prefeitura para mapear a doença na cidade e, desta forma, planejar as ações para controle, é o TestAju. Desde seu lançamento, em agosto, o projeto já realizou mais de 30 mil exames para identificar novas contaminações pela covid-19 na população aracajuana.

O TestAju realiza o exame do tipo RT-PCR, de biologia molecular, direcionado a moradores dos bairros, e o teste rápido, cujo resultado é revelado em menos de 20 minutos, ofertado, estrategicamente, em espaços públicos da cidade.

Paralelo a essa ação, a Prefeitura desenvolve, ainda, o programa “Aracaju pela Vida”, que consiste em assistir pessoas que já foram atendidas nas unidades de referência para o coronavírus e, atualmente, estão em isolamento domiciliar com exames confirmados, ou suspeitas da covid-19, nos quais há riscos de agravamento, como em idosos ou em pessoas com comorbidades, tendo como objetivo ampliar o monitoramento dos casos de coronavírus na capital. CautelaMesmo com o índice de letalidade menor que a maior parte das capitais, e o cenário atual apresentando certa estabilidade, Waneska Barboza avalia com cautela os dados e reforça a importância de se manter as recomendações das autoridades sanitárias.

“É preciso destacar que precisamos mudar os nossos hábitos, a nossa cultura, mesmo com a chegada de uma vacina. Três pilares não podem ser esquecidos: uso de máscara, distanciamento social e a higienização das mãos porque estamos lidando com um vírus que ainda estamos conhecendo, pesquisando. E, para que consigamos continuar enfrentando essa pandemia com planejamento e eficiência, precisamos da colaboração ativa da população”, reforça a secretária.

Foto: Sérgio Silva

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