Aracaju, 29 de julho de 2025
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Cultura de Paz: parceria entre TJ de Sergipe e Seduc oportuniza oficinas de justiça restaurativa em escola estadual

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Direcionado a professores e equipe diretiva, o projeto-piloto do poder judiciário pretende chegar a todas as unidades da rede pública

Como forma de trabalhar uma metodologia que aborde questões de gênero, combate e enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher, o Centro de Excelência Professor João Costa, localizado no bairro Getúlio Vargas, em Aracaju, recebeu nesta sexta-feira, 30, a segunda oficina de Justiça Restaurativa promovida pelo Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE), em parceria com a Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc). Direcionado a professores e equipes diretivas, o projeto-piloto do poder judiciário pretende chegar a todas as unidades da rede pública. Ao todo, serão ofertados quatro encontros, envolvendo cerca de 42 participantes. A programação segue até o mês de outubro.

Sob a condução da Coordenadoria da Mulher do TJSE, o projeto teve início na terça-feira, 26, quando foram discutidas as questões de gênero. Segundo a psicóloga Sabrina Duarte Cardoso, que está mediando a formação juntamente com a assistente social Shirley Amanda Leite, o Justiça Restaurativa faz uma ponte entre os temas propostos e a escola. “A gente acredita que a educação é o ponto chave para tudo, para qualquer mudança, principalmente para uma mudança cultural e social. Então a escola é o ambiente onde mais devem ser fomentadas questões e discussões desse tipo porque é desde muito jovem que o sujeito se forma e pode mudar algumas questões”.

“Esse projeto tem uma culminância e é uma proposta realizada pelos próprios professores, porque a justiça restaurativa pede horizontalidade e voluntariedade. Então, ao fim dos encontros, a gente quer que os professores sugiram o que eles podem fazer com esses conteúdos dos três primeiros encontros. E a partir daí, faremos uma avaliação desse projeto e propõe ou não mudanças para próximas escolas. A ideia é realmente expandir. Essa é a primeira escola, mas que seja um projeto que a gente faça com muito cuidado para que quando for replicado, ele dê certo também em outros lugares”, salientou Sabrina Duarte.

A professora Sandy Soares, que leciona Arte no João Costa, avaliou como importante o momento formativo. Para ela, é necessário que a escola vá além do que é proposto cotidianamente, isso porque o estudante precisa efetivamente entender conceitos que formam uma sociedade. “Nunca se falou tanto sobre gênero, sobre violência, em uma perspectiva de ser mais saudável, de poder ter um comportamento que seja mais interessante para sociedade, menos adoecedor. A gente sabe que tudo que acontece em casa acaba refletindo no dia a dia da sala de aula. E também é uma forma de abordar esses assuntos, de ver determinados conflitos que acabam chegando nesse ambiente”, explicou.

Segundo o professor de História Fábio Machado, as perdas ocasionadas pela pandemia foram determinantes e afetaram consideravelmente a rotina dos estudantes, tanto no ambiente familiar quanto escolar. “Passamos por um período de muita mudança de comportamento e que ainda está afetando os jovens. Mas a gente tenta melhorar esse cenário por meio das ações aqui na escola. Essa oficina é uma ótima oportunidade para incentivar o respeito, a escuta ativa, dentro de um ambiente colaborativo”, frisou ele, destacando que as eletivas do ensino médio em tempo integral que tratam sobre temas semelhantes também têm proporcionado mudanças significativas.

O pioneirismo na aplicação desta metodologia é motivo de comemoração para o diretor da unidade de ensino, professor Rogério Luiz da Silva. O dirigente afirma que a experiência da comunidade em torno de ações de combate à violência, o preconceito e a discriminação, bem como o trabalho visando a igualdade de gênero, foram importantes para escolha do Centro de Excelência Professor João Costa como escola modelo do projeto Justiça Restaurativa. “Então a gente enxergou esse momento como algo já vínhamos fazendo na escola, e o TJSE vem agora com ações, com a prática e com a metodologia que possa nos ajudar a melhorar aquilo que já desenvolvemos”, concluiu.

Assessoria de Comunicação da SEDUC

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