Aracaju, 27 de abril de 2024
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GOVERNO DE SERGIPE RESSALTA IMPORTÂNCIA DA ATUALIZAÇÃO VACINAL PARA CONTROLE DOS NÚMEROS DA COVID-19

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O combate à Covid-19 segue como uma das prioridades no planejamento de saúde do Governo de Sergipe. Para dar continuidade ao controle dos números de casos, o trabalho conduzido pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) tem foco na conscientização da população. Nesse sentido, a atualização do esquema vacinal é uma das principais pautas das equipes da SES, em acordo com as determinações do Ministério da Saúde.

Segundo o diretor de Vigilância em Saúde da SES, o infectologista Marco Aurélio de Oliveira Goes, o cenário atual em relação à Covid-19 é diferente do de anos atrás, no período anterior à vacina. Naquele momento, prevaleciam formas mais graves da doença, que causavam hospitalização e sobrecarga do sistema de saúde, além de impor a necessidade de isolamento. Era, portanto, uma emergência internacional de saúde pública. Hoje, apesar de permanecer sendo uma doença com importância epidemiológica, a Covid-19 saiu da classificação de interesse internacional, embora ainda circule em todo o mundo.

“O vírus tem grande capacidade de mutação, e isso pode gerar variantes mais agressivas. Assim, começa uma nova etapa de vigilância epidemiológica, para estimular os serviços de saúde dos municípios a colher os exames de forma amostral, com o RT-PCR, que é processado pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). O objetivo é identificar se as variantes que circulam no estado são as mesmas que estão, de forma geral, no país, ou se há alguma subvariante mais agressiva”, descreve.

Ainda de acordo com o infectologista, apesar de o controle geral ao coronavírus ter avançado, tem havido aumento no número de casos positivos no estado desde o fim de 2023. “São muitos casos leves, que fazem com que, muitas vezes, as pessoas nem cheguem a procurar um serviço de saúde para coletar o exame e obter a confirmação. Porém, há um traço que chama a atenção no país como um todo, que é a faixa etária infantil. Também vem ocorrendo um índice considerável no grupo dos idosos de 65 em diante, sobretudo com comorbidades. Essas pessoas têm tido mais riscos de complicação”, relata.

Números

Até novembro de 2023, o número de casos positivos de Covid-19 relatados à SES era inferior a 30 por semana. A partir de meados de dezembro, os registros chegaram a ultrapassar 100 por semana. Na última semana de 2023, o número chegou a 745 casos relatados. Já nas três primeiras semanas de 2024, o quantitativo se manteve superior a 400.

Este aumento do número de casos, segundo Marco Aurélio, pode ser visto como alarmante unicamente ao se analisar os quantitativos absolutos. Isto porque, entre outros fatores, o número de óbitos permaneceu baixo: foram apenas dois durante todo o período de outubro a dezembro. O especialista também explica que, embora o coronavírus circule em todo o país, o aumento dos casos da doença ocorre de forma endêmica. Ele detalha, ainda, que períodos como o início do ano são propícios à proliferação de doenças respiratórias, que se comportam de forma sazonal.

Combate

Seguindo as prerrogativas do Ministério da Saúde e do Programa Nacional de Imunizações, o Governo de Sergipe tem incorporado, a partir de 2024, as três doses da vacina contra a Covid de forma regular para crianças acima de seis meses e menores de cinco anos. Além disso, foi instituído o reforço para os grupos de risco e idosos – que pode ser com uma ou duas doses, dependendo da situação clínica de cada paciente.

“Se o cenário atual do país em relação ao coronavírus permanecer, não serão feitas mais campanhas massivas. Em vez disso, estabelecemos uma rotina. Além das vacinas, foi incorporada uma medicação antiviral no SUS, chamada Paxlovid. Esse medicamento é para quem tem Covid confirmada, com mais de 65 anos ou imunodeprimidos com mais de 18 anos. Para quem tem casos leves e até moderados, a medicação pode ser utilizada para evitar ou reduzir o risco de complicação. Distribuímos esse medicamento para todos os municípios”, informa o diretor.

Nesse cenário, a melhor forma de se prevenir e combater a Covid-19 segue sendo a atualização do esquema vacinal. O casal Taís Pereira Reis e Aron Moscoso Castro Rêgo, pais de Diana, de seis meses, sabe bem dessa importância. “A gente sempre procura se informar e dar a melhor vacina.Somos bem preocupados em relação a isso. Quanto à vacina da Covid, é muito importante o governo disponibilizar o imunizante e a informação. Todo pai e toda mãe precisam ter a oportunidade de pesquisar sobre qual o tipo de vacina que deve dar ao seu filho”, afirma Aron.

Taís concorda, e lembra que a vacinação foi fundamental para preservar a saúde da filha. “Recentemente, Aron pegou Covid, e a gente ficou com medo, por conta de Diana. Mas, como eu tomei todas as doses, o sistema imunológico dela foi fortalecido pela amamentação. Ela não teve nada, mesmo tendo contato com ele, e eu tive poucos sintomas. Sem dúvidas, isso ocorreu por eu ter sido vacinada corretamente”, conta.

Vacinação

Os números mais atualizados do Ministério da Saúde, que datam de 24 de janeiro, apontam que 83,99% dos sergipanos receberam duas doses da vacina, o equivalente a 1.838.247 pessoas. Quanto àqueles que receberam três doses, são 51,79% da população, ou 1.133.583 pessoas. Já os que tomaram quatro doses são apenas 300.767, ou 13,74% dos sergipanos. Os índices consideram uma população de 2.188.695 habitantes em Sergipe, e dizem respeito apenas à vacinação monovalente. Em se tratando da vacinação bivalente, apenas 19,2% da população recebeu a vacina. Essa porcentagem totaliza 351.736 sergipanos, sendo o público-alvo composto por 1.831.874 pessoas.

Nas duas doses, a média sergipana supera a do Nordeste, que é de 80,82%, e se equipara à do Brasil, que é de 83,91%. Para três doses, a média de Sergipe também é maior que a da região, que chega a 49,71%, e similar à do país, de 51,16%. Já para quatro doses, a média é parecida com a do Nordeste, de 13,57%, e menor que a do Brasil, de 14,88%. Em relação à vacinação bivalente, a média do Nordeste é menor que a de Sergipe: 17,4%. Na comparação com o Brasil, a média é igual, já que a porcentagem nacional é de 19,21%.

“Notamos que os casos de Covid-19 que evoluem com complicações são de pessoas que estão com seu cartão de vacina incompleto e com as doses desatualizadas. Temos trabalhado para que a população compreenda, assim como os gestores municipais e os serviços de saúde, que é preciso manter uma rotina de atenção ao controle. É necessário manter um calendário regular não pela limitação de entrar em algum lugar, como antigamente, mas, sim, porque a vacina traz uma diminuição do risco de complicações e de morte”, finaliza o diretor.

Foto: Erick O’Hara

Por Edjane Oliveira

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